“Deus me livre” – CartaCapital
No “país mais católico do mundo”, segundo o senso comum, um fenômeno mundial tem se repetido: livros que defendem o ateísmo e atacam as fés e as religiões viraram fenômenos editoriais e se multiplicam nas livrarias. O principal deles, Deus, um Delírio, do biólogo Richard Dawkins, figura há 14 semanas na lista dos mais vendidos. A obra tornou-se uma espécie de bíblia dos ateus, fervorosamente defendida e execrada em comunidades na internet. O sucesso foi tão grande que a Companhia das Letras, dona dos direitos de publicação no Brasil, decidiu reeditar um dos clássicos de Dawkins, O Gene Egoísta, que, apesar de não tratar de fé ou da existência de Deus, tem alimentado a polêmica entre o biólogo britânico e seus opositores.
Uma das matérias da revista CartaCapital desta semana conta ainda com as opiniões de Renato Sabbatini (SBCR), Daniel Sottomaior (BPT), Fernando Silva (membro do Clube Cético), e este que escreve aqui. Além do “outro lado”, claro. Vale uma conferida.
Patrulheiros puristas vocabulares, ativar!
Veja como o “”Tantalizing Amazing Knowledge Acquisition Terabyte Apparatus”, mais conhecido como Takata, corrige um deslize no post anterior na velha e boa Ciencialist:
“seguindo um código genético que sofre mutações aleatórias”
Patrulheiros puristas vocabulares, ativar! Forma de um dicionário pernóstico de gelo! Forma de um gorila biocientista!
– Zã, veja, um “código genético” malvado ocupando o lugar de “material genético”.
– É mesmo, Zanza, “código genético” significa a relação entre trincas de bases no ARNm e o aminoácido correspondente incorporado no peptídeo codificado pelo gene, ele não poderia estar no lugar de “material genético”, que é o correspondente ao conteúdo genético de um organismo ou sistema.
– Pois é. Isso só pode ser fruto do trabalho do maligno Doutor Confusão. Zã, cuidado, o “código genético” vai lançar um raio em sua direção!
Zuuuuuuuuuuuuuuuuuuu!
– Foi por um triz, Zanza. Vamos acabar com ele.
– Mas como Zã?
– Vamos matá-lo de tédio.
– Boa idéia, maninho. Vamos recitar diversos detalhes científicos absolutamente desinteressantes.
– “Código genético”, você sabia que você é partilhado por quase todos os seres vivos conhecidos? E que por isso denomina-se que existe um “código genético universal”? E que as variações que existem são todas muito parecidas com o “código genético universal”?
– É. E também pelo fato de “código genético” ser partilhado é que é possível a técnica de transgenia, pois a proteína codificada por um trecho de ADN inserido em um organismo produzirá a mesma proteína do que a que seria produzida pelo organismo doador.
– Veja, Zanza, está dando certo. Ele parece que vai vomitar. Ele está fugindo.
– Rápido, vamos aproveitar e colocar o “material genético” no lugar dele.
– Hã, maninha, temos um problema?
– Que foi, Zã?
– O “material genético” também estava escutando a nossa conversa e não suportou.
– E, agora, o que vamos fazer?
– Vamos fingir que foi uma trapalhada do Blip.
– Mas peraí, Blip não é o macaquinho do Space Ghost?
– Ah, eu sempre confundo Blip com Gleek… Mas cadê ele?
– Com licença. Este macaco é de vocês?
– Sim, seu guarda.
– Eu sou fiscal do Ibama. Vocês têm licença para trazer um animal exótico ao país?
– Licença?
– Sem licença, hein? Por favor, acompanhem-me. Vocês responderão por crime ambiental, artigo 31. E se o exame detectar maus tratos, responderão também pelo artigo 32. E você têm autorização para realizar manipulações genéticas?
– Mas não realizamos nenhuma manipulação genética.
– Vocês estavam alterando o código genético…
– Seu guarda, você também foi atacado pelo Doutor Confusão. O código genético não é a mesma coisa que material genético…
– Zã…
– Que foi Zanza?
– Você matou o fiscal do Ibama de tédio também…
– Ihhh, estamos encrencados.
– Vamos dizer que foi o Blip.
– Gleek!
– Tanto faz.
– Falei que deveríamos continuar com os Super Amigos.
– Se eles não nos tivesse expulsado…
Patrulheiros puristas vocabulares, desativar!
🙂
“Evil Aliens”: Trash ufológico imperdível
No primeiro episódio de “South Park”, Cartman é abduzido por alienígenas que lhe implantam uma sonda anal que se transforma em uma gigantesca antena telescópica. Saindo de sua bunda. Se isso é o tipo de humor que você está preparado para apreciar, então “Evil Aliens – Um Novo Contato” é um filme que não pode perder. Talvez não por coincidência, as primeiras cenas também envolvem o rapto por aliens e uma sonda anal, mas aqui o humor é apresentado com litros e litros de sangue.
Com um enredo absurdo e sem qualquer grande pretensão, “Evil Aliens” ainda reserva ao interessado por temas ufológicos, paranormais e “ocultistas” uma grande série de referências que mostram que seus criadores conhecem tais temas melhor do que muitos entusiastas. De linhas de Ley a menções a Doug e Dave, um dos detalhes mais interessantes ao aficcionado deve ser os próprios aliens, que vestem um traje e respiram um gás especial, algo um tanto raro em relatos recentes.
O excelente “Boca do Inferno” comentou como eles lembram o Predador e “usam roupas ridículas“, mas nerds de carteirinha lembrarão que as roupas são uma alusão a nada mais nada menos que o primeiro caso de abdução alien… envolvendo o mineiro Antônio Villas Boas. Sim, o primeiro abduzido da era moderna foi um mineiro. Para sua felicidade, os alienígenas que encontrou não eram tão maus quanto os do filme de Jake West… mas o sexo que teria feito com uma ET, esse é mais um elemento em comum com a imperdível comédia “Evil Aliens”.
Faces do Horror
O que acontece quando uma senhora assiste ao mais novo e infame vídeo da internet: “2 Girls, 1 Cup”.
Lâmpada de plasma
Você sempre quis ter aquelas esferas de vidro que ficam emitindo raios? Pois seus problemas acabaram. Clicando na imagem acima você confere uma mini-bola de plasma no formato de uma lâmpada comum por apenas dez dólares. Quase pelo mesmo preço você consegue uma mini-bola de plasma de formato mais convencional, mas o formato de uma lâmpada comum subitamente perdoa o fato de que você não quer gastar mais comprando uma bola de plasma de verdade.
Claro que você pode comprar uma lâmpada de plasma ainda mais barata se comprar uma lâmpada fluorescente, mas não é tão interessante assim.
Criando um Relojoeiro Cego
A analogia do relógio de Paley é um dos argumentos mais proferidos por criacionistas. De início parece tão persuasiva, e refutá-la revela tanto sobre a evolução, que Dawkins escreveu um livro sobre o tema.
Pois bem, no ótimo vídeo acima — infelizmente apenas em inglês — cdk007 mostra como você poderia mesmo encontrar um relógio na praia, sem implicar um relojoeiro, se os relógios fossem simplesmente organismos vivos submetidos à evolução através da seleção natural. Na simulação que criou, elementos simples como molas, pêndulos, engrenagens e ponteiros se combinam seguindo um código material genético que sofre mutações aleatórias, e as populações geradas são constantemente selecionadas de acordo com sua capacidade de indicar o horário precisamente.
Depois de algum tempo, e a partir de um conjunto inicial aleatório, relógios cada vez mais precisos vão surgindo. De forma fascinante, surgem primeiro relógios simples com pêndulos, para as molas e ponteiros gradualmente surgirem, com engrenagens ajustando-se através da evolução às proporções corretas, chegando ao final a indicar até os segundos! Mais do que isso, a dominância de um tipo de relógio — com pêndulos, dois, quatro ponteiros — muda rapidamente nas populações, sugerindo idéias de equilíbrio pontuado. E rodando a simulação repetidas vezes, os resultados finais são sempre diferentes.
A trilha sonora? Clocks do Coldplay, claro.
Truque e ilusão ótica
Excelente vídeo com dois truques simples explicados… o fabuloso é o segundo truque, porque não é bem um truque, mas uma demonstração embasbacante de uma ilusão simples. O anel parece pular de um dedo para o outro, mas na verdade continua sempre no mesmo dedo! Para fazer em congressos céticos.
Relógio Infinito
Imagem fenomenal (de estilo Escheriano, digna de indicação no excelente Bitaites) da série de Pat no Flickr. Mais imagens da série recursiva aqui.
Michel Gondry: Videografia (quase) completa
Já mencionei o trabalho do diretor francês várias vezes por aqui: é porque é um gênio. Efeitos especiais são geralmente menosprezados por intelectuais, mas criar novas formas de efeitos, por vezes enlouquecedoramente simples e ainda assim estupendos, é uma arte. E ainda que Gondry já tenha ganhado um Oscar como co-roteirista de “Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças“, é com seus comerciais e videoclipes ao longo de mais de uma década que se aprecia melhor sua criatividade pirotécnica.
Você pode comprar o DVD “The Work of Director Michel Gondry“, completo com seus principais trabalhos, a bunda de sua namorada bem como entrevistas com sua mãe. Necesariamente neste ordem. Como se percebe, imperdível. Mas a internet oferece não só a lista completa de videoclipes de Gondry na Wikipedia, como o Youtube disponibiliza quase todos, incluindo muitos excelentes que não fazem parte de seu DVD. Continue lendo para assistir a quase todos os videoclipes de Michel Gondry, em ordem cronológica.
Orbs!
O que você faria se fosse uma entidade de energia flutuante, invisível a olho nu, que só pode ser capturada em fotografias com flash? A imagem acima oferece apenas uma sugestão.
Céticos dirão que são apenas poeira refletindo a luz do flash, mas a idéia de orbs invisíveis flutuando por aí realmente é atraente, afinal.