Big Five – Búfalo

Depois do leão e do elefante, o búfalo (Syncerus caffer) não é exatamente dos mais glamurosos animais africanos, ainda mais levando em conta que ficam de fora da lista dos big five animais como a girafa e o hipopótamo. Mas lembrem-se que os big five referem-se aos cinco animais mais difíceis de serem caçados ou fotografados na África. Nessa lista o búfalo certamente merece um lugar, apesar de suas manadas que podem atingir até milhares de indivíduos.

Os búfalos africanos são animais muito dependentes de água e capim fresco. A disponibilidade de alimento ainda afeta mais a população do que a predação ou os parasitas. É que, sem alimento por algumas horas, o búfalo não consegue manter sua temperatura corporal e acaba morrendo por motivos fisiológicos. Por isso o ciclo de vida desses animais, assim como muitos outros, é regido principalmente pelas estações de chuvas com grama verdinha e abundante.

A dificuldade em lidar com os búfalos reside em sua agressividade. Quando acuados ou perseguidos eles são coesos no grupo e bastante valentes. Retribuem o ataque sem muita dúvida usando como armas seus longos chifres que começam descendo a cabeça e logo curvam-se para cima.

Aqui no Mato Grosso, em Chapada dos Guimarães mora um casal que fundou a pousada do inglês. A aconchegante (porém cara) pousada é gerida pelo inglês que lhe dá nome que todas as tardes partilha o seu chá com os hóspedes entre narrativas de suas caçadas na África. Seus troféus estão espalhados por toda a pousada e inclui diversos pés de búfalo. O tal inglês veio para o Brasil depois de muitos anos na África como caçador que protegia os empregados de construções de rodovias e ferrovias. Aqui seu trabalho passou a ser livrar-se dos búfalos selvagens em Marajó que, ao que ele conta, atraiam os domésticos para a fuga. Atente para o fato de que os búfalos da ilha de Marajó nada têm a ver com os africanos, tendo sua origem nas Filipinas e sendo muito mais dóceis. Certamente a Chapada dos Guimarães merece uma visita e, se lhe permite o orçamento, ficar na Pousada do Inglês é recomendado por esse blogueiro que vos escreve.

Só mais uma coisa. Sou um entusiasta da etimologia dos nomes científicos, o que os torna bem mais fáceis de entender. O búfalo africano é chamado Syncerus caffer. Syn é o prefixo que significa “unido”, cerus é “chifre”. Repararam como os chifres do búfalo parecem unidos em sua base? Caffer representa apenas a região de ocorrência da espécie, a região de Caffara, na África do Sul.

Discussão - 9 comentários

  1. Armando Figueiredo disse:

    Prezado Bessa
    Desejaria receber relatos de caçadas na Africa. Como deverei proceder?
    Aguardo resposta e muito obrigado

  2. bessa disse:

    Caramba, Armando. Pergunta difícil essa. Na verdade não sei onde você pode conseguir tais relatos. Só para não deixar sem nenhuma sugestão seguem duas:
    1- Aqui no Mato Grosso há, em Chapada dos Guimarães, uma pousada que pertence a um ex-caçador inglês. Todo dia às 17 h, como bom britânico, ele serve um delicioso chá com torradas e se senta no salão de chá com seus hóspedes para narrar suas aventuras. Pitoresco, delicioso e verídico.
    2- O trecho de texto que uso para introduzir o post sobre rinocerontes é de um livro do Ernest Hemmingway chamado "The green hills of Africa", até onde eu sei, sem tradução para o português. Neste livro o Hemmingway narra suas experiências nos áureos tempos dos safaris africanos banhados a sangue.

  3. eu amo caçadas o meu sonho um dia e estar na africa,me facina leoes,bufalos.tenho livro hunter,agora vou adquirir cd,max sullivans.

    • Prezado Bessa
      Já que cita tantos costumes dos búfalos africanos e outros animais habitantes dessa região, como achar dificil mencionar a inumera bibliografia que existe sobre narrações de expedições de caça neste continente negro. Como zoólogo, deveria ter ouvido falar, além de Hernest Heminguay, também sobre os portugueses Amadeu Peixe, J. C.Pardal, e outros brasileiros como Jorge Alves de Lima e muitos outros, que além de caçadores eram estudiosos, como você, das espécies que ali habitam. A minha pergunta abaixo, não foi indagar sobre as publicações existentes, mas sim saber como consegui-las, já traduzidas, como já consegui J. A. Hunter, que você deve ter ouvido falar. Não me refiro ào estudo e colocações de coleiras em onças, mas sim sobre os verdadeiros safaris africanos e asiáticos, dos quais pensei que tivesse conhecimento. Este inglês que você cita, deve ser um tremendo "cascateiro", contador de histórias, que usa este expediente mais apropriado para crianças, afim de angariar hospedes para sua posada-hotel.
      Há poucos dias, lí com revolta, a sugestão de um biólogo, aos fazendeiros de Mato Grosso, que estavam sendo prejudicado pelo estrago que as onças vinham fazendo em seu rebanho, onde recomendava que os mesmos fizessem cêrcas próximas a séde das fazendas e recolhendo todos os dias, os seus rebanhos para estes confinamentos, além de fazerem intensa iluminação elétrica, com músicas tocando ininterruptamente durante toda a noite, para espantar os felinos. Como pode isto ser possivel para criadores que tem, em média 5.000 cabeças? Você vê só que absurdo?. Só pode ser gozação !!!

  4. Amigo Bessa
    Até hoje, estou esperando a sua resposta para o meu último comentário, que está publicado acima, e concluo que o amigo está me embromando "fazendo-se de morto", para não responder. Não me leve à mal,mas já que se habilita em ensinar os habitos dos cinco animais mais oerigosos do Continente Africano, chamados de "Big Five", como pode ignorar obras famosas que tratam do assunto, como os profissionais-escritores que certamente lhe interessa conhecer as pubicações, os quais, mencionei acima, e tantos outros, constando todos na bibliografia que se concentra neste assunto, onde aparecem as opiniões de muitos ´zoólogos, como você. e dos quais tenho algumas obras
    Aproveito o ensêjo deste escrito, para pedir que desse sua habilidosa opinião sôbre a idéia que o conservacionista de Mato Grosso, forneceu aos fazendeiros, onde insinua com ênfase, que a solução para que cesse as invasões de onças aos currais, eataria na colocação de muitas lâmpadas e músicas barulhentas nestes sitios. Se esta moda pegar, o efeito poderá ser até benéfico, ao vêrmos, daqui ha algum tempo, estas féras encoleiradas e já domadas por este método de louco, bem comportadinhas, dançando "catira", todas as noites, nos terreiros dos currais do sertão matogrossense. Gostaria, também que não me falasse mais deste inglês cascateiro da tal pousada, a qual eu sugeria que colocasse o nome de "Pousada da Carochina", e nem vou cobrar "royaltes",pela sugestão, como espero que o autor da idéia das "Festas dos Currais", também não se prevaleça, em caso de êxito, de sugar dinheiro dos criadores de gado dessa região, pela "fértil" imaginação que teve, em hora.tão infeliz.
    Aguardo a breve resposta, com sua abalizada opinião, pelo que, de .antemão agradeço, mandando-lhe um grande abraço.

    Armando Malato de Figueirêdo. .

  5. Prezado Bessa
    Prezado Bessa
    Estas informações sobre lampadas e músicas nos currais de Mato Grosso, foram colhidas nas páginas do Google, ao procurar me inteirar sobre "Caçadas de Onças no Pantanal", em meados do ano passado. Acredito que puxando por este tema, ainda encontre as mesmas informações..
    Mais uma vez, um grande abraço deste seu amigo virtual,

    Armando Malato de Figueirêdo

    • bessa disse:

      Armando,
      Desculpe-me pela falta de resposta ao seu comentário inicial. Não sei mesmo onde pode conseguir tais relatos traduzidos e nem conheço a maioria dele. Talvez uma grande livraria possa te ajudar, como a Travessa ou a Cultura. Quanto aos métodos para evitar onças, ressalto que, de forma nenhuma sou favorável à caça e lembro que o abate desses animais é crime previsto em lei. Imagino que realmente seja difícil o manejo diário de tantos animais nas fazendas brasileiras. Tenho visto ONGs pagarem o valor do animal abatido por onças caso se possa provar que o ataque foi realmente de autoria desses animais, o que dificilmente é feito. Onças adultas aparentemente não têm por hábito atacar animais do porte de um boi zebu ou nelore saudável.

  6. Prezado Bessa
    Mais uma vêz, quero perturbar a sua tranquilidade matogrossense, que invejo muito pela forma de lazer que você desfruta, ao agradecer sua última resposta, dizendo que, ao ser contrário ao sacrificio de onças preguiçosas que se habituaram a roubar as rêzes de dentro dos currais dos fazendeiros dessa região, pela pela facilidade que encontram em matar sua fome sem recorrer à caça por sua própria conta; onde você me informa que as ONGs, estão acostumadas a indenizar estes prejuizos causadis pelo atrevidos e prejudiciais felinos, lamento dizer-lhe que isto é pura quimera, uma vêz que onça não fala para assumir a responsabilidade de seu crime.
    Se o amigo tiver algum "tape" de alguma audiência em que um destes nocivos animais, confessou seu próprio delito,mande-me por favôr que estarei pronto para reemboldar a tal ING que teve esta despêsa de indenização, em 100 vêzes o valôr dispendido.
    Diga-me se já encontrou o depoimento do biólogo mentiroso que lhe aconselher procurar no Google, que aconselha um pobre cidadão adulto a fazer festas dançantes para onças malandras. Acabei de ler o mesmo depoimenti, ainda agora mesmo.
    Quanto ao amigo. Já encontrou alguns titulos de caçadores africanos famosos. Quero dizer-lhe que ao contrario do que afirmou, estou com uma edição, aqui bem perti de mim do livro "AS VERDES COLINAS DA ADRICA", que você ignora sua tradução para o português, e a edição é de OficinnA Graficas Livros do Brasil, de Lisbia, 1954.
    Tenho grande interesse em que vc leia no Google o assunto da "Festa das Onças", e me responda com sua abalizada opinião de cientista.
    Abraços

    Armando Malato

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