Por que o código florestal que tramita no congresso não pode passar: Soma das reservas
O novo código florestal permite que se some as áreas das áreas de preservação permanente (APP) nas áreas de reserva legal (RL). Se é necessário preservar 30% da área e 10% é de áreas de preservação permanente, continua-se com apenas 30% da área preservada, já que desconta-se da RL a área de APP. Antigamente o total preservado seria de 40%.
Em termos ecológicos este cálculo é errado. As APP’s precisam ser preservadas por possuírem características e papéis ecológicos específicos (encostas, margens de rios), as RL’s precisam estar lá para compor uma trama de fragmentos conectados do que antes era um contínuo. Mato não é tudo igual!
É necessário que se desvincule a preservação de APP’s e RL’s na compreensão dos proprietários rurais, só assim os papéis destes dois tipos de áreas poderão ser realizados.
Discussão - 2 comentários
Então, complicado isso Eduardo. Porque o proprietário rural paga o ITR sobre a APP e sobre a RL. E, se agricultura não é a atividade menos lucrativa do mundo, também não é a mais lucrativa. Tem muito proprietário, especialmente pequenos e de regiões de muitos rios, que não fecha as contas se não puder contar as APPs como RL, porque vai ter uma queda significativa na produção da fazenda..
Uma coisa que ninguém fala é de incentivo para esse agricultor. Incentivo financeiro mesmo. Incentivo para ele ter um modelo agrícola que seja sustentável e rentável, ao mesmo tempo. Sem isso, a gente vai ter uma parcela da população bancando a preservação do meio ambiente para a outra, que é urbana e, geralmente, causa um impacto maior no final das contas - seja pelo uso de combustível fóssil no deslocamento, seja pela necessidade de transporte de alimentos. Difícil fechar essa conta, bem difícil.
(E vai continuar muito difícil enquanto os dois lados não se despirem e ouvirem o que o outro tem a dizer. A Kátia Abreu... que falar da Kátia Abreu?)
Essa é a parte mais dificil (RL's).
É válida em uma paisagem conservada (cerrado no CO, mas nao no SE) com pouca hidrologia (como colocado pela Carla).
Pois aí faria sentido o seu argumento. O problema é tentar reconstruir um cerrado no sudeste. Vai virar um braquiaral!