Existe uma língua da ciência? Alguns cientistas defendem que a matemática, com suas fórmulas e seus símbolos unívocos, seja a língua universal. Aliás, parece ser essa a ideia mais difundida nos filmes de ficção científica em que o interlocutor é extraterrestre. Mas o que significa determinar uma única língua para a prática científica? Quais são os efeitos na sociedade de se estabelecer uma hierarquia entre as línguas que seriam “aptas” para divulgar internacionalmente o conhecimento? Que impactos em termos de legitimação ou desqualificação essa escolha produz sobre os diversos sujeitos e espaços que produzem ciência?