No meio das claques…

(Na sequência de um post que publiquei e a que a Palmira F. Silva fez referência fui apelidado, por um blogger anónimo, de “…(e agora até liga outros) blogs anti-religião.”)

Caro anónimo(s) jonatasianos e criacionistas menos derivados,

Raramente vos comento em matérias que não envolvam a minha área de trabalho.
Não poderia, no entanto, deixaria de vos dizer o seguinte:
-com agrado, fundado apenas na ignorância de pessoas por quem nutro desacordo intelectual, verifiquei que os epítetos à minha pessoa entraram num campo original – apelidarem-me de anti-religioso.
-poderia tecer considerações sobre a minha religiosidade ou a inexistência dela mas seria, na minha opinião, revelar pormenores pessoais que somente a mim dizem respeito – não conhece quem quer, apenas quem a isso está disposto – e Vossas Excelências não merecem tal agrado.
-é com satisfação que vejo que não largaram as dicotomias argumentativas a que, habitualmente, se recorrem – ou pró-criacionismo ou anti-religioso.
Deverei, por analogia e no mesmo nível de raciocínio, perguntar-vos que se for pró-Beira-Mar serei um esconjurado anti-Académica? Pois então sim! Venham de lá essas capas da Briosa inundar os meus ovos-moles beira-maristas!!

E quanto ao Sumol? Prazenteiros consumidores de Sumol de ananás inibirão a consulta de blogs pró-Sumol de laranja?

Se ser anti-religioso é pactuar intelectualmente com as atoardas, ignorâncias voluntárias e maniqueísmos de Ciência vs Religião, pois que seja.

Prefiro partilhar o Inferno com os primos Pan troglodytes que o Céu com exemplares Homo sapiens como vós.
Ao menos sei o que move os meus primos – felicidade, seja a procriar, comer ou o que for.
A vós o que vos move? A felicidade dos outros?
Duvido.
O medo. A ignorância. A manipulação deliberada.
A mim move-me procurar a minha felicidade e a dos outros.
Se passar pela religião, que passe.
Se não passar, deixai-a.
O que vos digo é o mesmo que digo a quem critica a religião alheia: não voltareis a provocar que sinta tristeza por pertencer ao mesmo género e espécie que vós.
Ignoro-vos. Ou melhor, tento.

Luís Azevedo Rodrigues

Discussão - 2 comentários

  1. Cristina Melo disse:

    Viva, olá...Estou principalmente a testar a possibilidade de comentar, o que não foi possível durante algum tempo.A antropologia e a etnografia são a chave milagrosa para o "mistério" dos "Jonatas" e outros que tais, porque o que está por detrás é apenas aquilo que é a função principal dos antropólogos, segundo o meu Prof.antropólogo: intolerância resultante de diversidade cultural, já para não dizer personalidades intolerantes por natureza.

  2. Cristina Melo disse:

    Dá-me quase a impressão, para não dizer certeza absoluta, que quem assim comenta nem sequer sabe o que é "religião".

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