Na Patagónia – IV (continua)

Iniciámos hoje a prospecção na vertente norte. Íamos a caminho quando fomos chamados via rádio. ” Los portugueses están por allí?”, alguém do Museo de Zapala tinha encontrado aquilo que pareciam ser pegadas de dinossáurio e pediam ajuda à única especialista presente – Vanda Santos.
Dirigimo-nos para o local, a cerca de 30 minutos de caminho. Chegados ao ponto indicado pensámos: “Mas como é que eles lá foram parar?”. Cem metros abaixo, numa vertente com uma inclinação enorme víamos os nossos companheiros que nos acenavam. Iniciámos a longa descida, fazendo lentos e demorados ziguezagues para evitarmos a queda certa. Vanda só me lembrava que nem quando esteve suspensa por cabos a estudar as pegadas do Cabo Espichel teve tanto medo …
Fomos recebidos com mate – “Nem à beira do precipício deixam de beber mate?”, na verdade serviu para nos acalmar. Iniciámos a avaliação da laje em condições novas – ambos suspensos e preocupados mais com a necessidade básica de sobrevivência do que com a importância científica da laje.
Apesar de tudo a apreciação das marcas permitiu dizer que, apesar de promissora, não valia a pena procedermos à sua deslocação até ao acampamento, dado não apresentar marcas inequívocas de grandes sáurios.
Neste dia foram descobertos mais alguns fragmentos de ossos de membros de saurópodes.
(Continua)

Discussão - 2 comentários

  1. Coloquei referência ao autor e blog (e uma pequena citação deste post) no Blog Geopedrados (e em outros em que eu participo)...

  2. Obrigado pela referência!Luís Azevedo Rodrigues

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