Espanca

No Dia Mundial da Poesia, o único poema que já soube de cor…

“Se tu viesses ver-me hoje à tardinha,
A essa hora dos mágicos cansaços,
Quando a noite de manso se avizinha,
E me prendesses toda nos teus barcos…

Quando me lembra: esse sabor que tinha
A tua boca… o eco dos teus passos…
O teu riso de fonte… os teus abraços…
Os teus beijos… a tua mão na minha…

Se tu viesses quando, linda e louca,
Traça as linhas dulcíssimas dum beijo
E é de seda vermelha e canta e ri

E é como um cravo ao sol a minha boca…
Quando os olhos se me cerram de desejo…
E os meus braços se estendem para ti…”

Florbela Espanca, 1894-1930

Imagem – daqui

Discussão - 1 comentário

  1. EAD/JOYCE disse:

    Maravilhoso o poema, ela é bem dramática.

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