Desígnios
Não que me fizesse muita diferença saber quem seria o novo Pedro, mas sentia já falta do polaco.
Continuava isolado pelas bandas patagónicas, a trabalhar sem telemóvel ou qualquer outro tipo de estímulo exterior.
Ele havia abalado de manhã para a povoação mais próxima, para comprar alimentos que traria ao final do dia. Sempre eram várias horas de condução em literal corta-mato.
Chegou à hora prevista, enquanto comíamos no final de mais um dia de trabalho de campo.
Enquanto o meu corpo ansiava pela encomenda de tabaco, a minha cabeça provocou-lhe a pergunta:
“Então, já temos novo Papa? E, por favor, não me digas que é o alemão…!”
Sim, já havia.
E sim, era o alemão.
Acendi um cigarro e agarrei-me ao mate.
Que havia eu de fazer com estes desígnios?
Continuar, ao fim de quatro anos…
Imagens – Luís Azevedo Rodrigues
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