O céu de Plínio
Plínio, o Velho, morreu a olhar Pompeia.
Em 79 d.C., este naturalista encontrava-se a bordo de um navio, assistindo à erupção do Vesúvio que viria a destruir as cidades de Pompeia e Herculano.
Durante estes dias, em que os pós da Terra dirigem os céus desertos da Europa, é impossível não me lembrar de Plínio, o Velho.
Tal como há quase dois mil anos atrás, as cinzas mudam vidas, alteram rumos, marcam e desmarcam destinos.
Tal como Plínio, assisto, impotente, aos desígnios telúricos.
Olho para os céus da Europa, incrédulo.
“Nuvem vulcânica cancela 17 mil voos, 147 milhões de prejuízos por dia”
Imagem:
Karl Pavlovich Bryullov, “O Último Dia de Pompeia” (1830-1833)
Discussão - 4 comentários
Olá,
Eu também meu amigo.
Olho para o mundo e entendo pouco o que está acontecendo.
Mas, ainda há esperança em meu peito.
Um abraço.
Beth Muniz
E alguns pessoas reagem ofendidas ao fenômeno, ao invés de reservarem a oportunidade para refletir sobre magnitude do mesmo e o nosso papel neste mundo tão maravilhoso. Maravilhoso e com vulcões.
Post oportuno.
Como geólogo da área de riscos não assisto a um cenário que não tivesse já equacionado, nem é dos mais severos dos últimos séculos no velho continente, mas para esta sociedade tecnológica que pensa que está acima da natureza deve ser um choque e ao ouvir alguns passageiros na TV, fico a perceber como muitos vivem afastados das capacidades naturais da mãe Terra.
E esta mesma força poderosa também dá luz e aquecimento aos islandeses, graças às suas usinas geotérmicas.