Humor Evolutivo

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Cartoon – daqui

A Natureza dos Números

As pessoas não são números.
A Natureza também não.
Mas eles, os números, estão por todo o lado.
E fazem a Natureza como ela é.

Sugestão de Vitorino Ramos, a partir do seu magnífico blog, num post que também apresenta excelentes sugestões de leitura.

Tento na Língua

Cymothoa exigua_adpat_natureza_radical_mark_caverdine.jpgNenhum dos casos é muito agradável, muito menos para mentes eticamente bem formadas ou estômagos sensíveis.
Ainda assim, encontro-lhes pontos de contacto.
ResearchBlogging.org
O parasita Cymothoa exigua é um crustáceo isópode que actua de maneira singular.
Explico, enquanto se torcem.
Já na boca do peixe, o C. exigua fixa-se na boca do peixe por intermédio de patas semelhantes a ganchos (pereópodes), começando por sugar o sangue dos tecidos da língua, até que esta acaba por atrofiar.
Após o repasto, que pode durar algum tempo, o parasita de até quatro centímetros, passa a alimentar-se do que o peixe ingere, substituindo-lhe a língua por completo.
tongueeater_zoom.jpgCuriosa é a semelhança de forma entre a desaparecida língua do peixe e o recém instalado. Para além de função análoga, já que o parasita desempenha a usurpação lingual com enorme competência, também o aspecto da cavidade bucal do peixe parece quase inalterada. Brusca e Gilligan avançam com a hipótese de que peixes parasitados poderão ter melhor desempenho alimentar que peixes sem língua.
Ou seja, em termos de eficiência, esta relação parasítica parece conceder alguma vantagem sobre patologia ou doenças que afectem a língua de peixes.
Pois…melhor uma língua substituta que nenhuma, parece ser a conclusão.
Quanto ao segundo caso, apenas deixo um vídeo.
Deixo aos leitores o estabelecimento de paralelismos.
A existirem.

Referências:
Brusca, R.C. and Gilligan, M.R. (1983): Tongue replacement in a marine fish (Lutjanus guttatus) by a parasitic isopod (Crustacea: Isopoda). Copeia 813-816.
Brusca, R., & Gilligan, M. (1983). Tongue Replacement in a Marine Fish (Lutjanus guttatus) by a Parasitic Isopod (Crustacea: Isopoda) Copeia, 1983 (3) DOI: 10.2307/1444352
Mark Carwardine. 2005.Natureza radical. Ediouro Publicações Ltda. Rio de Janeiro.
Zimmer, C. 2000. Parasite Rex. Arrow Books. London.

Imagens:
Matthew Gilligan – primeira, adaptada do livro de Mark Carwardine; segunda daqui

Natura nusquam magis est tota quam in minimis

Natura_minimis.jpgNatura nusquam magis est tota quam in minimis
Plínio, o Velho (23-79 d.c.)
“em parte alguma encontramos a natureza na sua totalidade como nas suas mais pequenas criaturas”
(in O Polegar do Panda, S.J. Gould, Gradiva, 2002)
Imagem:
daqui

Darwin 150

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“Em Novembro o CEM e a Escola Secundária de Francisco Franco celebram o 150º aniversário da publicação da obra de Charles Darwin, “A Origem das Espécies”, com um ciclo de conferências intitulado “Darwin e a Origem das Espécies”, a decorrer entre os dias 23 e 25.”

Grandes

Já há tempos que estas imagens me regressavam constantemente à cabeça.
O post que o Carlos Hotta apresentou uma aplicação que nos dá uma ideia dos tamanhos reduzidos que muitos seres ou estruturas biológicas podem atingir.
Isto foi o suficiente para me decidir a publicar imagens opostas: as da vastidão de escalas que a Natureza pode abarcar.
Dois exemplos:
birds (Large).jpg
1 – a primeira imagem ilustra a disparidade de tamanhos que o grupo Aves pode ter – um exemplar adulto de um beija-flor (género Trochiliformes) é comparado com o fémur de uma ave-elefante (género Aepyornis), já extinta;
human_brachiosaurus (Large).jpg
2 – neste caso um ser humano é comparado com o úmero do dinossauro Brachiosaurus.
Imagens:
1- Thomas A. McMahon and John Tyler Bonner. 1983. On Size and Life. New York,
W.H. Freeman and Company. p. 118.
2- Luís Azevedo Rodrigues, 2006.

Ardipithecus ramidus

ARDI_1.jpgUm dia a recordar, o de hoje, em que foi publicada mais uma página da história da evolução do Homem.
Ardipithecus ramidus, assim baptizado, vem iluminar o caminho da compreensão do nosso percurso biológico no planeta.
Deixo apenas algum material gráfico, bem como o resumo do artigo.

“Hominid fossils predating the emergence of Australopithecus have been sparse and fragmentary.
The evolution of our lineage after the last common ancestor we shared with chimpanzees has therefore remained unclear. Ardipithecus ramidus, recovered in ecologically and temporally resolved contexts in Ethiopia’s Afar Rift, now illuminates earlier hominid paleobiology and aspects of extant African ape evolution. More than 110 specimens recovered from 4.4-million-year-old sediments include a partial skeleton with much of the skull, hands, feet, limbs, and pelvis.
This hominid combined arboreal palmigrade clambering and careful climbing with a form of terrestrial bipedality more primitive than that of Australopithecus. Ar. ramidus had a reduced canine/ premolar complex and a little-derived cranial morphology and consumed a predominantly C3 plant-based diet (plants using the C3 photosynthetic pathway). Its ecological habitat appears to have been largely woodland-focused. Ar. ramidus lacks any characters typical of suspension, vertical climbing, or knuckle-walking. Ar. ramidus indicates that despite the genetic similarities of living humans and chimpanzees, the ancestor we last shared probably differed substantially from any extant African ape. Hominids and extant African apes have each become highly specialized through very different evolutionary pathways. This evidence also illuminates the origins of orthogrady, bipedality, ecology, diet, and social behavior in earliest Hominidae and helps to define the basal hominid adaptation, thereby accentuating the derived nature of Australopithecus.”
ARDI_2.jpg
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Referências:
Tim D. White, et al. 2009. Ardipithecus ramidus and the Paleobiology of Early Hominids. Science 326, 64. DOI: 10.1126/science.1175802
Imagens:
do artigo

(Outro) Sorriso do Flamingo

FLAMINGO1.jpgUma imagem de que gosto particularmente, de artigo de investigação.
Voltarei a eles (julgo) mais tarde.
Evidente a alusão a Gould, e a um dos seus livros de divulgação.
Referência:
Holliday, C.M., Ridgely, R.C., Balanoff, A.M. and L.M. Witmer. 2006. Cephalic vascular anatomy in flamingos (Phoenicopterus ruber) based on novel vascular injection and computed tomographic imaging analyses. Anatomical Record 288A:1031-1041.
Imagem:
da referência.

Resistir

ResearchBlogging.orgDeinococcus radiodurans (Small).jpgOs tempos actuais exigem níveis de resistência cada vez maiores.
Suportar a incerteza e o desânimo parecem atributos indispensáveis, embora tipicamente humanos, para permitir a sobrevivência económica e, sobretudo, moral.
Se aprendêssemos, ou pelo menos nos motivássemos, com a resiliência fora do comum de alguns seres vivos.
deinograph.gifDeinococcus radiodurans revela resistência à radiação gama, em doses milhares de vezes superiores às capazes de matar um ser humano.
Esta bactéria é o ser vivo conhecido mais resistente a radiações.
O genoma de D. radiodurans, constituído por dois cromossomas – um grande e um pequeno plasmídeo (2), tem sido detalhadamente estudado com vista a possíveis aplicações no tratamento de lixos nucleares.(1)
Resistir…parece ser o lema.
Referências:
1-Brim H, McFarlan SC, Fredrickson JK, Minton KW, Zhai M, Wackett LP, & Daly MJ (2000). Engineering Deinococcus radiodurans for metal remediation in radioactive mixed waste environments. Nature biotechnology, 18 (1), 85-90 PMID: 10625398
2-Denise G. Anderson, C. Evans, Jr. Roberts, Nancy N. Pearsall Martha T. Nester David Hurley, Clair N. Sawyer Microbiology: A Human Perspective.
McGraw-Hill (ISE) ISBN 0072473827 4th edition
Imagens:
daqui
daqui

Biologia Evolutiva

Entrevista ao Biólogo Evolutivo, André Levy, conduzida por alunos do 12º ano da Escola Secundária Henriques Nogueira, Torres Vedras.

Este grupo de alunos desenvolveu os seus trabalhos de Área de projecto no tema da Medicina Evolutiva.