Um excelente projecto!
“The World Digital Library will make available on the Internet, free of charge and in multilingual format, significant primary materials from cultures around the world, including manuscripts, maps, rare books, musical scores, recordings, films, prints, photographs, architectural drawings, and other significant cultural materials. The objectives of the World Digital Library are to promote international and inter-cultural understanding and awareness, provide resources to educators, expand non-English and non-Western content on the Internet, and to contribute to scholarly research.”
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“The prototype functions in Arabic, Chinese, English, French, Russian, and Spanish, the six official languages of the United Nations, as well as in Portuguese. It features search and browse by place, time, topic, and contributing institution. “
E Portugal e a língua portuguesa?
Ou seremos remetidos ao esquecimento, varridos da nova “Biblioteca da Alexandria”?
Espero que não.
Descubras as diferenças
“(…)
Moses went walking with the staff of wood. Yeah, yeah, yeah, yeah
Newton got beaned by the apple good. Yeah, yeah, yeah, yeah
Egypt was troubled by the horrible asp. Yeah, yeah, yeah, yeah
Mister Charles Darwin had the gall to ask. Yeah, yeah, yeah, yeah
(…)”
R.E.M. – “Man on the Moon” (Berry/Buck/Mills/Stipe)
Quanta vida por descobrir…
Nova espécie descrita por equipa do Museu Nacional de História Natural.
Parabéns, caros colegas!
Referência – Chondrostoma olisiponensis Gante, Santos & Alves, 2007. Zootaxa, 1616: 23–35.
Notícia
Ilustração – Pedro Fernandes
Chernes e ornitorrincos
“A prova de que Deus tem sentido de humor é o ornitorrinco”, Woody Allen
A atribuição de características humanas a seres vivos ou a elementos naturais – antropomorfismo – é recorrente na literatura, pintura ou na linguagem do dia-a-dia. O inverso – zoomorfismo – que é designar ou conceder singularidades animais a pessoas ou instituições humanas, é frequente na vida política portuguesa. O mais recente caso compara a situação do maior partido da posição ao ornitorrinco – Ornithorhynchus anatinus.
Mas quais os motivos pelos quais o ornitorrinco exerce um fascínio tão grande?
Apesar de mamífero, as fêmeas ornitorrinco colocam ovos sendo as crias posteriormente alimentadas com o leite materno. Este animal apresenta ainda a mandíbula semelhante a um bico de pato, morfologia ímpar entre os mamíferos, morfologia que está na justificação etimológica do seu nome científico Ornithorhynchus – focinho de ave.É esta amálgama de particularidades reptilianas, avianas e mamiferóides que contribuem para que este monotrémato – grupo de mamíferos primitivos a que pertence o ornitorrinco – desempenhe um papel quase mitológico no imaginário colectivo.
Num dos capítulos de “A Feira dos Dinossáurios” do paleontólogo e historiador da Ciência Stephen Jay Gould, é feita a resenha histórica de como os naturalistas dos sécs. XVIII e XIX observavam o ornitorrinco. Primitivo, ineficiente e imperfeito foram alguns dos adjectivos utilizados então para descrever o mamífero australiano. A Natureza, para aqueles cientistas, deveria apresentar divisões claras e inequívocas na sua diversidade de formas. Estas divisões seriam o resultado da sabedoria divina.
A miscelânea morfológica do ornitorrinco originava, assim, acesos debates não só biológicos mas também teológicos.

O aparente paradoxo, seja político, morfológico ou outro, materializado na forma do ornitorrinco, assenta na errada premissa evolutiva de que os organismos não devem apresentar fusão de características – um animal não deveria colocar ovos e alimentar as suas crias com leite produzido por glândulas mamárias, entre outras.
Gould contrapõe que é precisamente essa amálgama de especificidades que teriam concedido ao ornitorrinco vantagens evolutivas.
Um outro caso de zoomorfismo político envolveu, no passado recente, um conhecido político português e o poema de Alexandre O’Neill:
Sigamos o cherne, minha amiga!
Desçamos ao fundo do desejo
Atrás de muito mais que a fantasia
E aceitemos, até do cherne um beijo,
Senão já com amor, com alegria…
Adivinhem quem é…
Imagens (fontes) – links nas imagens
Impossibilidades…
Ou como a tese ainda vai oferecendo uns momentos de paz e sorrisos…
Em termos da Biologia do Desenvolvimento, vertebrados com seis apêndices são uma impossibilidade.
O que nos pode levar a pensar que ou os Anjos são artrópodes ou então não existem.
Inspiração – Erwin, D. 2007. Disparity: morphological pattern and developmental context. Palaeontology, Vol. 50, Part 1, pp. 57–73
Foto – Luís Azevedo Rodrigues, Berlim, 2006
Centésimo post…ou melhor centésimo primeiro porque nem reparei que o anterior era o centésimo de forma que este é o da comemoração ou lá o que é…
Dedicado ao(s) “ingrediente(s)” que fazem a minha vida menos perfeita…
P.S. – não sei como agradecer ao Gary Larson estes, entre outros, momentos de catarse.
Quanta vida por descobrir…
Foi agora descrita uma nova espécie de ave – Formicivora grantsaui ou de nome comum a papa-formigas-do-Sincorá.
Pena, mas podia ter sido pior…
Apesar de termos a mesma actividade profissional, e ter apreciado o esforço, não me parece que tenha sido uma boa prestação na defesa da Evolução, aquela que foi feita pelo paleontólogo Octávio Mateus, ontem na RTP2 .
Agradeci, interiormente, não terem convidado para um debate conjunto, o Jónatas Machado.
O paleontólogo teria sido cilindrado, ainda que coberto de razão.
Mas porque não convidaram outras pessoas, que tão bem defendem a Evolução, como a Palmira F. da Silva, do De Rerum Natura, ou, menos do meu agrado porque mais radical mas retoricamente irrepreensível, o Ludwig Kripahl?
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Mas também me habituei a debates mais esclarecidos, pode ser isso…
Aqui um debate mais esclarecido, com Palmira F. da Silva e José Manuel Pureza, concretamente sobre o lugar que Deus terá no séc. XXI.
Opção ou como já foi a segunda figura do Estado
Fui chamado à atenção da resolução Conselho da Europa “The dangers of creationism in education (Doc. 11375)”, a qual teve o seguinte resultado, em que destaco os deputados portugueses:
–João Bosco Mota Amaral votou contra;
-Maria Manuela Melo e Ana Catarina Mendonça votaram a favor.
Caro Senhor ex-Presidente da Assembleia da República, João Bosco Mota Amaral,
Não me revejo de todo na sua posição.
Apesar de ter sido a segunda figura do estado português de 2002 a 2005, sinto vergonha pelo sentido de voto na referida resolução do Conselho da Europa.
Mais vergonha sinto por um português ter integrado as “fileiras” criacionistas – espero que de forma involuntária.
A bela e o fémur do Monstro
Apenas um trocadilho, das profundezas da pesquisa bibliográfica.
Procurava uma referência de Prosauropoda do Lesotho e dei de caras com esta imagem.
A bela não está identificada; o fémur direito é de um plateosaurídeo indeterminado.
A escala humana é sempre aconselhável, até em fotos de campo.
Referências:
Primeira foto, tirada em 1955, em Maphutseng, Lesotho.
Knoll, F. 2004. Review of the tetrapod fauna of the “Lower Stormberg Group” of the main Karoo Basin (southern Africa) : implication for the age of the Lower Elliot Formation. Bulletin de la Société Géologique de France. v. 175 no. 1 p. 73-83 DOI: 10.2113/175.1.73
Segunda foto – fémur esquerdo de Plateosaurus engelhardti, Museum für Naturkunde, Berlin
Luís Azevedo Rodrigues, 2006