Sedentarismo e obesidade estão associados ao tempo gasto em frente às telas

Por Inaê Miranda

Adolescentes usam cada vez mais tablets, celulares e computadores. Foto: Wikipedia
Adolescentes usam cada vez mais tablets, celulares e computadores. Foto: Wikipedia

Os adolescentes têm passado mais horas do que deviam na frente das telas. Foi o que concluiu o Estudo de Riscos Cardiovasculares em Adolescentes (ERICA), realizado com 74,5 mil jovens de 12 a 17 anos de 124 municípios brasileiros e cuja análise foi publicada em artigo publicado na Revista de Saúde Pública. O levantamento feito por oito pesquisadores foi divulgado na última edição da Revista de Saúde Pública e indicou que 73% dos entrevistados passavam duas ou mais horas por dia na frente da TV, computador ou videogame. Mais da metade dos adolescentes relatou fazer as refeições quase sempre em frente à TV, e 39,6% consumiam petiscos nesses momentos com a mesma frequência.

Entre os motivos apontados para o desenvolvimento do hábito estão as poucas opções de lazer nos grandes centros urbanos e a preocupação dos pais com a segurança dos filhos, já que, segundo os pesquisadores, a prática substitui as atividades externas como fonte de lazer e entretenimento.

As consequências do hábito nada saudável são o sedentarismo e o consumo de alimentos pouco nutritivos e calóricos, que podem levar ao desenvolvimento da obesidade e outras doenças crônicas. “As prevalências de adolescentes que quase sempre assistem TV enquanto realizam as principais refeições variou de 48% na região Norte a quase 62% na região Centro-Oeste. Esse hábito pode ser extremamente prejudicial à nutrição e saúde em geral dos adolescentes, com repercussões na fase adulta”, diz.

A edição da Revista de Saúde Pública também traz inúmeras análises dos resultados do ERICA que tratam de sedentarismo, incidência de asma, hábitos de alimentação, tabagismo, entre outros, na população de adolescentes estudada.

Leia o artigo completo:

Oliveira, J.S. “ERICA: uso de telas e consumo de refeições e petiscos por adolescentes brasileiros“. Rev. Saúde Pública v.50, supl.1. São Paulo fev. 2016 Epub 23-Fev-2016.

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