Tomada de decisão II: Descentralização

Napoleão Bonaparte dizia: “Onde houver um centro de poder incontestável, haverá homens para exigi-lo para si.” É assim com o laboratório também, todo mundo quer ser o indivíduo alfa do bando. Descentralizar talvez seja a solução.

A descentralização é a redução da concentração das decisões na alta administração do grupo de pesquisa. Essas decisões passarão a ser mais bem distribuídas nos diferentes níveis hierárquicos do grupo.

A teia do poder num sistema descentralizado. Fonte: inclusive.org.br

A primeira vez que se falou em descentralização foi após a crise da bolsa de 1929, quando empresas complexas se formaram a partir da compra de diversas pequenas empresas muito diferentes entre si. Surgiram assim a Ford, a Du Pont e General Eletric. Diante da dificuldade de gestão de tantas empresas diferentes, os gestores agruparam serviços comuns e descentralizaram competências nos níveis mais baixos, instaurando um controle sistemático de resultados.

Estudos recentes mostram que a descentralização enfatiza a forma de mudar o comportamento da organização, e está intimamente ligada à ideia de alterar o funcionamento interno da organização e à inovação.

 

Quais as vantagens?

  • Permite aos subordinados aprender e se especializar, mesmo não sendo o pesquisador principal.
  • As decisões demoram menos tempo e a comunicação é mais rápida.
  • Libera o pesquisador principal para outras atividades igualmente importantes.
  • Posiciona a tomada de decisão mais próximas da ocorrência dos fatos. O que também reduz conflitos entre o pesquisador principal e os pós-graduandos e estagiários.
  • Estimula a criatividade e as ideias inovadoras dentro da equipe, além de uma competição saudável por fazer um bom trabalho.

 

E quais as desvantagens?

  • Por falta de informação de cada tomador de decisão, aumenta a chance de decisões erradas.
  • Dependendo da escolha de quem tomará a decisão, especialistas poderão ser mal aproveitados. Periga um aluno que, por acaso, seja técnico em contabilidade fique responsável por organizar a escala do uso dos equipamentos, enquanto outra pessoa faz orçamentos e prestações de contas.
  • Aumenta a necessidade de controle e coordenação por parte do pesquisador principal. Torna-se necessário normatizar e padronizar os resultados esperados.
  • Aumenta o risco de duplicar esforços para executar a mesma tarefa, levando à ineficiência e ao desperdício. Maior dificuldade de coordenação de atividades com alto grau de interdependência.
  • Aumento de custos ou de dedicação do tempo com a comunicação bem organizada devido ao fluxo de informações cruzadas.

Pesando tudo isso te pareceu uma boa ideia descentralizar? Então observe algumas medidas para uma descentralização mais eficiente:

  • É necessário haver delegação real de autoridade e responsabilidade. Leia mais sobre delegação no post da semana que vem.
  • É preciso haver confiança do pesquisador principal nos que estão com o poder de decisão descentralizado.
  • Deve-se assessorar com informações os tomadores de decisão, mas sem direcioná-las.
  • É importante que todos compreendam e concordem com a meta, mas o coordenador do grupo precisa respeitar e aceitar que cada um proporá métodos diferentes para atingi-la.
  • É preciso definir muito claramente medidas de desempenho, padrões de qualidade, recompensas e mudanças na estrutura por mau desempenho.

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