30 de agosto – Dia da prevenção de acidentes com crianças

Hoje é o Dia Nacional da prevenção de acidentes com crianças. Apesar de o termo “acidente” estar normalmente associado a algo sobre o qual não se tem controle, atualmente acidente é definido como “um evento não-intencional e evitável, que causa lesões físicas e emocionais, e ocorre no ambiente doméstico ou social, incluindo queda, afogamento, sufocação, acidente de trânsito, intoxicação, queimadura, choque elétrico, acidente com armas de fogo ou arma branca, entre outros”.

Os acidentes na infância são um problema muito sério em todo o mundo. A cada ano, mais de 950.000 crianças e adolescentes morrem por acidentes. No Brasil, um estudo em 2016, realizado em Minas Gerais, mostrou que as maiores taxas de mortalidade por causas externas, isto é, não por doenças, em crianças de um a nove anos foram observadas nas mortes por acidentes de transporte, mortes por afogamento e submersão acidentais.

Além destas, outras incontáveis crianças recebem atendimentos por ferimentos não fatais, que por vezes levam a sequelas permanentes, além de todas os desdobramentos sociais, emocionais e econômicos para as crianças e suas famílias.

Um estudo amplo publicado em 2017 analisou os dados de 16.847 crianças com idade entre 0 a 9 anos, vítimas de acidentes,  e encontrou que, em crianças de todas as idades da faixa pesquisada e em ambos os sexos, as quedas aciden­tais, no ambiente doméstico, foram o tipo de acidente mais registrado. Os acidentes ocorreram com mais frequência em crianças com faixa etária entre 0 e 4 anos (63,9%).

Estas informações, recentes e atuais, nos informam com preocupação que estamos diante de crianças vulneráveis, que necessitam de cuidados específicos, principalmente preventivos. Acidentes podem ser prevenidos!  Devemos mobilizar profissionais da saúde e educação envolvidos no acompanhamento do crescimento e desenvolvimento das crianças nesse sentido.

A supervisão constante de pais e responsáveis, especialmente nos momentos de lazer das crianças, o uso de equipamentos de segurança nos automóveis, a adequação do ambiente doméstico, além de campanhas para prevenção de acidentes domésticos, são ações que tem sido encorajadas e que devemos apoiar.

Nesse sentido, uma iniciativa muito legal que já temos no Brasil é o Criança Segura. Em seu site, Criança Segura é  apresentada como “uma organização não governamental, sem fins lucrativos, de atuação nacional. Sua missão é promover a prevenção de acidentes com crianças e adolescentes de até 14 anos de idade. Atualmente, essa é a principal causa de morte da população dessa faixa etária no Brasil. Entretanto, 90% desses acidentes podem ser evitados com medidas simples de prevenção, que envolvem divulgação de informações, mudança de comportamento e no ambiente e implantação de políticas públicas.”

Veja na figura um dos materiais desenvolvidos pelo Criança Segura acerca de como promover um ambiente seguro para as crianças:

O Criança Segura apresenta informações bem atualizadas acerca do tema, além de promover diversas iniciativas que visam a informação para a prevenção. Dispõe de vários cursos gratuitos e online sobre o tema, para pais e responsáveis, para profissionais, com o intuito de divulgar conhecimento e sensibilizar multiplicadores para atuar na causa. Clique aqui para saber mais sobre os cursos, e também visite e navegue no site, e certamente encontrará muitos outros recursos importantes para conhecer e divulgar!

Artigos científicos consultados

Belela-Anacleto ASC; Mandetta MA. Prevenção de acidentes na infância: uma convocação da “Sociedade Brasileira de Enfermeiros Pediatras” Acta Paulista de Enfermagem 2016; 29(5): VII-VIII.

Romero HSP, Rezende EM, Martins EF. Mortalidade por causas externas em crianças de um a nove anos. Revista Mineira de Enfermagem 2016; 20:e958. DOI: 10.5935/1415-2762.20160027

Rodrigues CL, Armond JR, Iamarino APM et al. Análise das notificações de acidentes pediátricos na cidade de São Paulo. Rev. Aten. Saúde, São Caetano do Sul 2017; 15(51): 52-6.

 

 

Sobre Ana Márcia Mendes-Castillo 1 Artigo
Enfermeira, Mestre em Enfermagem Pediátrica e Doutora em Ciências. Professora de Enfermagem na Saúde da Criança e do Adolescente na Faculdade de Enfermagem da Unicamp. Mãe da Ester e do João.

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