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A energia eólica tem sido anunciada como uma das melhores e mais promissoras alternativas ao petróleo. Entretanto, um mistério zoológico rondava as turbinas eólicas. Sabia-se que alguns pássaros se chocavam com as hélices e morriam, entretanto um número maior de morcegos estava sendo encontrado aos pés dessas pás. Era de se esperar que os morcegos, por apresentarem um sonar, e assim capacidade de detectar objetos em movimento, estivessem “imunes” a essas pás. O que estava acontecendo?


Erin Baerwald (estudante de mestrado da Universidade Calgari) desenvolveu sua dissertação tentando desvendar este mistério. Ela observou que os morcegos coletados num parque eólico não apresentavam feridas externas, tipicamente encontradas nos pássaros encontrados no mesmo local. Ao dissecar os morcegos, observou que os mesmo apresentavam hemorragia interna. Esses traumas indicavam uma queda rápida de na pressão do ar, rompendo os vasos sanguíneos localizados nos pulmões. Ao girar, as pás cortam o ar e formam zonas de baixa pressão no seu entorno. Deste modo, os morcegos que voarem perto destas pás entrarão numa zona de baixa pressão, podendo ocorrer assim o barotrauma.

Diferente dos morcegos, os pássaros apresentam pulmões mais rígidos que os dos mamíferos, protegendo as aves desta queda repentina de pressão. Esta pesquisa é de grande importância ecológica, pois deverá ser levada em consideração na decisão do local de construção destes parques. Imagino a carnificina que seria a construção de um parque deste perto de alguma reserva natural.