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Com certeza Richard Dawkins não teve um bom natal. Não por ele ser ateu. Muitos dizem que ele acaba sendo fundamentalista quando ataca de forma mais “ríspida” os teístas. Mas ele mesmo se considera um “cristão cultural“, mostrando que não faz parte de um movimento para acabar com todos os resquícios da religião do mundo. Acho que ele só realmente perdeu a paciência com o lado ruim da religião. Algo que eu também perdi.

Continuando, Dawkins teve um natal ruim devido a uma nova pesquisa realizada entre os professores de ciências da Inglaterra e publicada no dia 24. Segundo a pesquisa, 30% destes professores acreditam que o criacionismo deveria ser ensinado junto com a Teoria da Evolução nas escolas. Sim, é isso mesmo que você está lendo. Professores de ciências, não de filosofia, história ou geografia. Professores de ciências defendem que o criacionismo seja ensinado em escolas públicas da Grã-Bretanha. Adivinha a opinião do Dawkins? Ele classificou este resultado de “vergonha nacional”. Depois ainda perguntam porque ele defende tanto seus argumentos. Podemos questionar o seu posicionamento em relação a religião em geral, mas defender criacionismo nas escolas é algo realmente impensável. Quem diria que países considerados “desenvolvidos” pudessem apresentar este quadro. Podemos perceber que o problema da pseudo ciência está muito além da educação básica.

Uma frase do professor britânico Michael Reiss quase me fez cair da cadeira. Ele é ex-diretor de educação da Royal Society. Em setembro deste ano pediu demissão, devido a polêmica gerada pelo seu posicionamento a favor do criacionismo.

“O simples fato de uma determinada coisa não ter fundamento científico não me parece ser razão suficiente para justificar a exclusão do tema de uma aula de ciências.”

Ah, então entendi. Não é preciso ter fundamento científico para algo ser discutido nas aulas de ciências? O que é preciso então? Daqui a pouco vamos ter cursos de homeopatia e florais em universidades…bem, já temos.

Para ler mais sobre esta pesquisa, veja a reportagem completa no sítio do jornal O Estado de S. Paulo.