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Estes dois animais acima são parentes próximos do guaxinim. Porém, o da esquerda vive em ambientes mais frios e o da direita vive em ambientes mais quentes. Até aí, tudo bem. Só que o interessante vem agora. Pesquisadores da Universidade de Auckland (Nova Zelândia) observaram que a microevolução das espécies próximas de mamíferos que vivem em menores latitudes e altitudes evoluem mais rápido (possuem maiores taxas de mutações).


Existe na literatura científica alguns trabalhos comprovando esse
comportamento em plantas e foraminíferos marinhos. Mas este foi o
primeiro a mostrar esse fenômeno em mamíferos. Ao analisarem a
sequência do gene do citocromo b (o marcador genético mais consistente
em mamíferos) em 130 pares de espécies próximas de mamíferos e seus
ancestrais comuns, observaram que a taxa de mutação é 1,5 vez maior
em animais de clima quente. Isto é, quanto maior a taxa de mutação de
uma espécie, mais rápido essa espécie está evoluindo (deixando de ser
semelhante ao ancestral em comum).

O grupo atribui duas possíveis explicações para este fenômeno:
primeira, animais em ambientes frios são menos ativos (podendo até
hibernar), sendo que alguns estudos indicam relação entre atividade do
animal e seu metabolismo, com isso pode ser que menos mutações ocorram;
segunda, eles explicam pela teoria da “Rainha Vermelha”, como já se
sabe, as plantas evoluem mais rápido nos trópicos, sendo assim, os
mamíferos também evoluem para driblar os compostos que surgem nas
plantas e dificultam a ingestão desse vegetais na dieta dos animais
(como em uma corrida armamentista).

Porém, outros pesquisadores tem outra explicação para isto. O tempo de
geração de animais em ambientes mais quentes é menor. Isto se deve as
condições ambientais, as quais permitem que estes animais tenho prole
durante todo o ano. Ao contrário dos animais de clima mais frio, onde
as condições ambientais não permitem esse comportamento (invernos
rigorosos). Sendo assim, a taxa de mutação nos trópicos é maior devido
ao maior número de proles.

Este fato pode iluminar mais ainda a obscura pergunta que aflige os
ecólogos de todo mundo: Por quê existem mais espécies nos trópicos do
que no ambientes temperados? Muitas explicações são dadas, mais ainda
nenhuma consegue abranger toda a complexidade. Talvez seja vários
fatores atuando ao mesmo tempo acelerando o surgimento de novas
espécies nos trópicos.

Fonte: ScienceNOW