Aqui no Discuntindo Ecologia, houve algumas discussões sobre grandes organizações “ambientais” que, cheias de boas intenções (como o inferno), organizam campanhas (1, 2 e 3) pouco efetivas. Essa tarde recebo um e-mail da WWF com sua “incrível” campanha de natal “sustentável”
Esta é parte do folder da campanha
Compra sustentável? Estimular o consumismo, mesmo de produtos “verdes” (como eu odeio esse rótulo)? Acho muita apelação esse tipo de campanha. Combater a degradação ambiental estimulando uma ação que por si própria é a causa mestra de tal degradação. Os produtos podem ser feitos de sementes de cânhamo ou de brotos de bumbu virgens de floresta sustentável da China, não importa. Este tipo de marketing verde cria uma nova casta de consumidores: os CONSUMIDORES VERDES. Celulares “verdes”, roupas “verdes”, instituições bancárias “verdes”…
Não adianta, mesmo organizações ambientais precisam gerar consumo para sobreviver, infelizmente nossa sociedade é assim. A famosa “Pegada Ecológica”, no seu cerne, é um indicativo do seu consumo. O que nos remete (ou deveria) àquela famosa indagação: Imagina se todos os chineses pudessem consumir como os norte-americanos.
Acredito que uma campanha realmente ecológica não deve se basear em produtos sustentáveis ou na famosa reciclagem (é gasto energia para reciclarmos algo), e sim em reutilização e desestímulo ao consumo. A WWF já prôpos uma outra campanha um tanto demagoga, mas esta vai de encontro ao que ela prega. Sejamos críticos, pensamos em poluição dos rios, devastação da Amazônia, esgotamento de estoque pesqueiro, mas estas são só consequências de uma grande causa: o consumismo. Somos como vírus, já dizia o agente Smith. Todas estes formas de degradação são geradas para sustentar a fome insaciável de produtos de nossa sociedade. Para resolvermos nossos problemas ambientais, temos que mudar o modo como nossa sociedade se estrutura e,principalmente, rever os valores nos quais nossa moral é construída. Próspero é que possui muitos bens? É quem pode comprar mais? Ou é aquele que pondera o que realmente necessita e possui um estilo de vida mais simples?
Você faz muito mais ao meio ambiente repensando se é necessária mesmo a compra de algum produto, ao invés de comprar algo dito “verde”. Este post pode parecer um pouco ambientalista, o que foge do escopo deste blog, mas acho que devemos desenvolver uma visão mais crítica em relação a estas campanha sustentáveis “bem intencionadas”.
Visão e ações sustentável para utilização inteligente dos recursos naturais,demorará tanto quanto os avanços que a sociedade obteve ao
longo de seu surgimento. Anos... Para que aceitamos que todos no presente/futuro são responsável, e que praticar o simples e adotar o
hábito de preservar a si e tudo ao seu redor.
O sistema capitalista foi o que se mostrou mais eficiente em manter as liberdades individuais e a democracia. Porém o liberalismo que prega auto-regulação não se mostrou viável por seu caráter linear de crescimento contínuo, o que na prática é insustentável a longo prazo. Então parece que um meio termo se mostra nescessário: o Estado e as organizações supranacionais devem impor as regras para segurar o consumo de recursos naturais. No momento só há uma alternativa viável na economia mundial sem falências e sem destruição: reduzir a carga horária de trabalho no mundo. Todos as trabalhadores devem trabalhar uns dez porcento do que trabalham hoje e continuar caindo esse numero com a evolução tecnológica. Tudo mais é paleativo e ineficiente.
Todo esse discurso contra o consumo e muito lindo, mas na pratica sabemos que nao passa de utopia.O ideal seria que pudessemos ter produtos menos agressivos ao meio-ambiente; enquanto nao temos boas alternativas para alguns produtos a reciclagem ainda e uma acao favoravel para o meio-ambiente -A reciclagem de pet e um belo exemplo!
A maior utopia do nosso tempo é achar que a continuidade do sistema de consumo atual pode continuar indefinidamente. É um sistema linear e dinâmico que nunca fica estacionado. Cresce mais e mais até que se mude ou que se acabe (do ponto de vista econômico). Não é lutar por confortos burgueses de brancos liberaisque querem pagar de intelectual. É a sobrevivência da espécie. O mundo estará aqui mas nós estaremos mortos. Sem escapatória. Com muito remorço.
Caro Davi,
esse é o problema. Nossa sociedade tem que rever seus conceitos sobre consumo e sustentabilidade. A questão de "é assim e vai ser sempre assim...." é muito rala. Devemos pensar além disso. Nós não temos a chance de "ser ou não ser, eis a questão". A solução é não ser, mas pra chegarmos lá, ainda teremos que sofrer muito.
abraços
você acha que alguem deixará de consumir pra economizar o planeta ? é óbvio que não vamos, então acho que vocês não deviam reclamar de produtos "verdes", mesmo que sejam só 10% verdes é melhor do que 0% verde. hehehe
Oi, passei pra conhecer o blog, e desejar boa semana
bjsss
aguardo sua visita 😉
Eu vejo esses produtos "verdes", reciclados, madeira certificada e bla bla bla, como uma política de redução de danos. Já que não da pra acabar com o hábito(pelo menos não a curto prazo), vamos fazer o possível para que ele não cause tanto mal. É sempre melhor não comprar futilidades, claro, mas o consumismo ja foi instaurado na sociedade, tentar tornar esse consumismo menos pior(?) é uma alternativa que eu considero valida para o curto prazo.
Caro Manuel,
obrigado pela presença constante aqui no blog. Realmente, como você falou, todos estão no direito de consumir. Se os mais ricos pode, porque os pobres não? Mas, do jeito que está é insustentável. Ainda mais em padrões norte-americanos.
abraços
Caro Breno
Os meus louvores pelas suas preocupações,sobretudo num jovem,mas não há nada a fazer. Quem não consumiu,está desejoso de o fazer,talvez para imitar os outros que ele vê consumir,muito em especial, coisas essenciais. Não quererão ficar atrás. Quem é que não quererá andar à moda? É logo marginalizado.
Claro é que houve,há,e haverá excepções,mas são isso mesmo,excepções são. O Breno será uma delas,uma louvável excepção.
Não é isto derrotismo,mas sim realismo. Veja o que se está passando com Copenhaga. É exemplar. Ninguém quer ficar para trás. Ninguém quer ser bota de elástico. Todos querem andar de carrinho,com gasolina,com etanol,com gasóleo,com energia renovável,seja com que for,para ir para o trabalho,ou para
passear. Estão no seu direito. Basta um ir,para todos querem ir,por todos terem direito. Quem diz carrinho,diz outra coisa qualquer. Veja as multidões de jovens,e não só,
dispostas a adquirir qualquer novidade tecnológica. Imagino a tristeza de tantos jovens nos terceiro e quarto mundos por não poderem fazer o mesmo.
E pronto,Breno,fico-me por aqui. Desculpe o derrotismo,mas que é realismo.
Muito boa saúde,e continue remando contra a maré.