Desde o início deste blog, tenho esta notícia como a que mais me espantou (no bom sentido). Ela só confirma a importância da biotecnologia. Resumindo, quando um protozoário amebóide foi posto para crescer sobre um molde em pequena escala do Japão, onde na posição de cada cidade foi colocado um floco de aveia, este criou uma rede de canais para a distribuição dos nutrientes muito parecida com a rede de ferrovias deste país.
O protozoário é a bolinha amarela na primeira imagem, os flocos de aveia são os pontos menores
Protozoários são formados por uma única célula, porém o Physarum polycephalum consegue ser visto a olha nu. Então, ao ser exposto a várias fontes de alimento, esse ser circunda cada uma delas e cria uma rede de canais para distribuir os nutrientes pela extensão da célula toda. Claro que não é de primeira, como vemos na figura acima, primeiro o protozoário explora o ambiente e vai encontrando as fontes de alimento, além de ir criando varios canais entre elas. Com o passar do tempo, alguns dos canais são “destruídos” para otimizar esta distribuição e, depois de 26 horas do ínicio do experimento, podemos ver o resultado final muito parecido com a malha ferroviária japonesa.
Por fim, os pesquisadores, baseados nas propriedades biológivas de formação de canais do protozoário, criaram uma descrição matemática para desenvolvimento de redes. Este modelo, assim como o ser vivo, gerencia os canais, eliminando os redundantes e aumentando o calibre dos com maior fluxo. Uma das possíveis utilidades pode ser a elucidação de dúvidas sobre o crescimento vascular que alimenta os tumores.
Fonte: Wired Science
Muito legal a rede ferroviária do protozoário! ehhe
Mas fiquei curioso pra ver uma imagem da rede ferroviária construida pelos japoneses.
abs
Davi,
não sei como é a construção desse canais fisiologicamente falando. Porém, esse protozoário tem a capacidade de perceber o quanto passa pelos canais e, assim, aumentá-los ou destruí-los. Com isso, maneja a distribuição de nutrientes pela célula.
Abraços
Tata,
segue a referência:
Tero, A., Takagi, S., Saigusa, T., Bebber, D.P., Fricker, M.D., Yumiki, K., Kobayashi, R., and Nakagaki, T. Rules for biologically-inspired adaptive network design. Science 327, 439-442 DOI: 10.1126/science.1177894
abraços
como exatamente ele faz essa malha, Breno ?
Interessante, mas queria ver uma imagem de satelite da rede japonesa pra comparar...
Caro Breno Alves
Veja lá a coincidência. Eu a cabar de registar uma súbita lembrança,o tempo que já lá vai,em que pontificam papas de aveia(porridge),e o Breno a brindar-nos com este maravilhoso
protozoário comedor de flocos de aveia.Que de engenho é a Natureza feita. É de mágico. Pena é que se vão desenrolando cenas muito tristes,mas é assim,vá-se lá saber porquê.
Muito boa saúde.
Indiquei esse artigo para um amigo designer que esta a estudar modelos biológicos e orgânicos para desenvovimento de grids. e indiquei seu post a ele 😉
abração
Muito legal este trabalho! Sabe a referência? Fiquei com vontade de ler o artigo.
No livro "Formigas em Ação" a Deborah Gordon comenta sobre uns estudos de modelagem matemática da movimentação das formigas. Se lembro bem, os resultados foram utilizados por empresas de logística e pelos correios.