Em busca de uma verdadeira cultura científica não poderia deixar de dar o meu recado sobre política. Nós acadêmicos somos pessoas normais, que têm vida pessoal e opinião política. Como este blog tem como foco a divulgação como uma forma de trazer de volta a ciência para a cultura não poderia me calar. Ainda mais depois deste baixo nível da campanha política, principalmente do segundo turno. Pelo menos vejo isso como um ponto positivo. Vi muitos cientistas “saírem do armário”. Decidirem largar um pouco o escudo da academia onde se escondem da realidade externa à torre de marfim. Eu sou um deles. Não sou petista, mas como o Miguel Nicolelis, Charles Morphy e Carlos Hotta resolvi quebrar o silêncio acadêmico e declarar um voto a favor de um ensino público de qualidade, da verdadeira luta contra a pobreza e desigualdade social.
EDUCAÇÃO – O BRASIL NO RUMO CERTOManifesto de Reitores das Universidades Federais à Nação BrasileiraDa pré-escola ao pós-doutoramento – ciclo completo educacional e acadêmico de formação das pessoas na busca pelo crescimento pessoal e profissional – consideramos que o Brasil encontrou o rumo nos últimos anos, graças a políticas, aumento orçamentário, ações e programas implementados pelo Governo Lula com a participação decisiva e direta de seus ministros, os quais reconhecemos, destacando o nome do Ministro Fernando Haddad.Aliás, de forma mais ampla, assistimos a um crescimento muito significativo do País em vários domínios: ocorreu a redução marcante da miséria e da pobreza; promoveu-se a inclusão social de milhões de brasileiros, com a geração de empregos e renda; cresceu a autoestima da população, a confiança e a credibilidade internacional, num claro reconhecimento de que este é um País sério, solidário, de paz e de povo trabalhador. Caminhamos a passos largos para alcançar patamares mais elevados no cenário global, como uma Nação livre e soberana que não se submete aos ditames e aos interesses de países ou organizações estrangeiras.Este período do Governo Lula ficará registrado na história como aquele em que mais se investiu em educação pública: foram criadas e consolidadas 14 novas universidades federais; institui-se a Universidade Aberta do Brasil; foram construídos mais de 100 campi universitários pelo interior do País; e ocorreu a criação e a ampliação, sem precedentes históricos, de Escolas Técnicas e Institutos Federais. Através do PROUNI, possibilitou-se o acesso ao ensino superior a mais de 700.000 jovens. Com a implantação do REUNI, estamos recuperando nossas Universidades Federais, de norte a sul e de leste a oeste. No geral, estamos dobrando de tamanho nossas Instituições e criando milhares de novos cursos, com investimentos crescentes em infraestrutura e contratação, por concurso público, de profissionais qualificados. Essas políticas devem continuar para consolidar os programas atuais e, inclusive, serem ampliadas no plano Federal, exigindo-se que os Estados e Municípios também cumpram com as suas responsabilidades sociais e constitucionais, colocando a educação como uma prioridade central de seus governos.Por tudo isso e na dimensão de nossas responsabilidades enquanto educadores, dirigentes universitários e cidadãos que desejam ver o País continuar avançando sem retrocessos, dirigimo-nos à sociedade brasileira para afirmar, com convicção, que estamos no rumo certo e que devemos continuar lutando e exigindo dos próximos governantes a continuidade das políticas e investimentos na educação em todos os níveis, assim como na ciência, na tecnologia e na inovação, de que o Brasil tanto precisa para se inserir, de uma forma ainda mais decisiva, neste mundo contemporâneo em constantes transformações.Finalizamos este manifesto prestando o nosso reconhecimento e a nossa gratidão ao Presidente Lula por tudo que fez pelo País, em especial, no que se refere às políticas para educação, ciência e tecnologia. Ele também foi incansável em afirmar, sempre, que recurso aplicado em educação não é gasto, mas sim investimento no futuro do País. Foi exemplo, ainda, ao receber em reunião anual, durante os seus 8 anos de mandato, os Reitores das Universidades Federais para debater políticas e ações para o setor, encaminhando soluções concretas, inclusive, relativas à Autonomia Universitária.Alan Barbiero – Universidade Federal do Tocantins (UFT)José Weber Freire Macedo – Univ. Fed. do Vale do São Francisco (UNIVASF)Aloisio Teixeira – Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)Josivan Barbosa Menezes – Universidade Federal Rural do Semi-árido (UFERSA)Amaro Henrique Pessoa Lins – Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)Malvina Tânia Tuttman – Univ. Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO)Ana Dayse Rezende Dórea – Universidade Federal de Alagoas (UFAL)Maria Beatriz Luce – Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA)Antonio César Gonçalves Borges – Universidade Federal de Pelotas (UFPel)Maria Lúcia Cavalli Neder – Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT)Carlos Alexandre Netto – Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)Miguel Badenes P. Filho – Centro Fed. de Ed. Tec. (CEFET RJ)Carlos Eduardo Cantarelli – Univ. Tec. Federal do Paraná (UTFPR)Miriam da Costa Oliveira – Univ.. Fed. de Ciênc. da Saúde de POA (UFCSPA)Célia Maria da Silva Oliveira – Univ. Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)Natalino Salgado Filho – Universidade Federal do Maranhão (UFMA)Damião Duque de Farias – Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD)Paulo Gabriel S. Nacif – Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB)Felipe .Martins Müller – Universidade Federal da Santa Maria (UFSM).Pedro Angelo A. Abreu – Univ. Fed. do Vale do Jequetinhonha e Mucuri (UFVJM)Hélgio Trindade – Univ. Federal da Integração Latino-Americana (UNILA)Ricardo Motta Miranda – Univ. Fed. Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ)Hélio Waldman – Universidade Federal do ABC (UFABC)Roberto de Souza Salles – Universidade Federal Fluminense (UFF)Henrique Duque Chaves Filho – Univ. Federal de Juiz de Fora (UFJF)Romulo Soares Polari – Universidade Federal da Paraíba (UFPB)Jesualdo Pereira Farias – Universidade Federal do Ceará – UFCSueo Numazawa – Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA)João Carlos Brahm Cousin – Universidade Federal do Rio Grande – (FURG)Targino de Araújo Filho – Univ. Federal de São Carlos (UFSCar)José Carlos Tavares Carvalho – Universidade Federal do Amapá (UNIFAP)Thompson F. Mariz – Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)José Geraldo de Sousa Júnior – Universidade Federal de Brasília (UNB)Valmar C. de Andrade – Universidade Federal Rural de PernambucoPe (UFRPE)José Seixas Lourenço – Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA)Virmondes Rodrigues Júnior – Univ. Federal do Triângulo Mineiro (UFTM)Walter Manna Albertoni – Universidade Federal de São Paulo ( UNIFESP)
Olá Locatelli,
Se você abrir para conhecimento com certeza encaixaria política e muitas outras áreas. Mas acho que essa não é a questão. Não sou purista para separar a ciência de todas as coisas. É só ler o meu post que você vai ver que defendo a volta da ciência para a cultura. Na verdade se formos pensar de acordo com Jean-marc Lévy-Leblond não seria a volta, mas a restruturação de uma cultura verdadeira. Pois não existe mais de uma cultura.
Na verdade defendo que a ciência volte a andar lado a lado com a política, arte, humanas. Atualmente não está, o que é uma pena.
Acho que para votar temos que ter domínio da proposta de cada partido. Na política brasileira isso tem que ser maior que o "sentimental" de cada candidato. Ainda mais tratando-se de voto proporcional. Uma pena que a maioria das pessoas não enxerga desta forma.
Abraços.
Política não é ciência????????????????
Política é sim uma ciência/conhecimento, uma arte (arte = ciência também)...
O que não é ciência é a escolha de um candidato, porque para se decidir qual seria melhor ou não temos primeiro que ter o domínio de toda verdade sobre cada um deles. Por acaso alguém poderia afirmar que o tem?
Assim eleições são extremamente sentimentais, vai por simpatia mesmo (vide Tiririca, Dilma fazendo plástica, Serra bancando vítima ferida na cabeça...), e por causa deste feeling DECIDE-SE em que acredita ou não, igual religião, e contra dogmas não há argumentos.
Olá Jorge,
A política não é uma ciência. Tanto a ciência e a política estão inseridas na cultura. Por isso fiz o comentário do post.
Abraços.
Se a Política é realmente uma ciência, o que vigora dá para ser chamado de política ?
Olá julio,
Abri o meu voto não apenas porque a campanha baixou o nível. Isso foi um motivo a mais. Abri meu voto pois acho que é uma maneira de demonstrar que a ciência não está separada da cultura. Somos seres políticos, independentemente da profissão.
E quanto a política em si. Se você considera os avanços sociais do governo Lula apenas pão e circo eu realmente não tenho muito o que discutir. Quanto a educação é só perguntar para qualquer um que viveu o governo FHC em uma universidade pública e que ainda está na universidade. Não acho que a miséria vai acabar mas tenho certeza que ela pode ser diminuída de forma significativa. Como já foi. Os números comprovam.
Abraços e obrigado pela visita.
Gostaria de Dizer, Que não se abre um voto porque a campanha política baixou o nível, é preciso bem mais do que isso. Mas estamos numa Democracia e cada um tem liberdade de manifestar-se, mas gostaria de chamar a atenção para o momento que o Pais esta vivendo, é utopia acreditar que o mundo ou o Brasil vai acabar com as desigualdades sociais ou com a miséria. Se isso acontecer não haverá mais necessidade de campanhas políticas, pois eles não terão no que se embasarem.
Para finalizar é bom lembrar da importante frase da antiga Romana: "ao povo comida e circo"(é isso que o governo vem fazendo e não estamos percebendo) o resto é o resto, quem viver verá, nem tudo que brilha é ouro.
Vergonhoso.
mais um voto na candidata o/
Isso ae! Me animou a fazer um post sobre isso também!
Foi impressionante nos meus 4 anos de faculdade ver minha universidade (do interior) dar um tremendo salto de qualidade.
Chega a ser emocionante.
Por isso dia 31 eu voto 13!
Com o Governo Lula, vimos mudanças jamais vista em nosso País.
Principalmente no que se diz respeito a educação, onde nosso Presidente fez mudar o hábito escolar de muitos alunos, que já estavam desanimados com a educação. Ele também foi incansável em afirmar, sempre, que recurso aplicado em educação não é gasto, mas sim investimento no futuro do País. Por isso estou com Dilma dia 31.Não quero voltar atrás, e sim, seguir adiante por um Brasil cada vez melhor.
Brasil13 no domingo!
Apoiadíssimo! Eu também vou de Dilma13 no domingo!
Olá Osame,
Não conheço outros casos, só os que eu citei. Parabéns pelo post, achei bem centrado.
Abraços.
Citei vocês aqui: http://semciencia.haaan.com/?p=546
Luis, vcs conhece outros blogueiros de ciencia que declararam voto além dos que listei no post? Alem do MHL, alguem vai votar no Serra?