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O Discutindo Ecologia é um blog não somente pensado para divulgar ciência na área ambiental, mas também em divulgar ciência em um modo geral. Por isso, por vezes, escrevemos sobre assuntos que não se restringem a esfera da ecologia. Ciência é o nosso foco!

Um artigo publicado por pesquisadores italianos correlacionou a presença de drogas ilícitas no ar, com o seu uso ou consumo em uma dada região. Isto é, ao analisar amostras de ar de um bairro, por exemplo, eles conseguiam retirar impurezas atmosféricas comuns das amostras e analisar somente a presença de resíduos de cocaína ou canabióides. Em seguida, se utilizando de dados políciais de atividades criminosas ligadas ao tráfico, correlacionaram a concentração destas substâncias na atmosfera com as atividades criminosas. Para cocaína, a correlação a presença no ar em uma região e apreensões dessas droga na mesma região era de 0,54 (coeficiente de regressão de Pearson). Para o total de drogas ilícitas, esse coeficiente chegou a 0,74 e impressionantes 0,94 quando a quantidade encontrada no ar é correlacionada com requisições de internação de usuários. 

Lembrando de que quanto mais próximo de +1, mais relacionados são os fatores estudados. Não quer dizer que posso correlacionar qualquer coisa com qualquer coisas e, assim, explicarei os problemas do mundo. Por exemplo, posso pegar a quantidade de areia na praia e correlacionar com densidade demográfica de japoneses nos bairros de São Paulo. Hipotéticamente alguém poderia coletar esses dados e correlacioná-los. Imaginemos que encontremos um R2 de 0,72. Para dados empíricos, isso é uma correlação alta, porém não explica nada, pois um fator em nada tem a ver com o outro. Já a presença da droga no ar, em algum grau, poderia ter alguma relação com a sua manipulação pela a população da região. Existem trabalhos da anteriores que já observavam a circulação de drogas no ar das cidades.

Os pesquisadores alegam que este indicativo se melhor trabalhado pode ser usado em substituição dos levantamentos de uso e tráfico feito através de pesquisa e questionários junto a população. Este pesquisa ainda é recente e necessita dados, mas só de indicar a presença de tais drogas no ar já é algo interessante e preocupante.

Será que essa quantidade pode afetar a população em geral? Ninguém sabe, provavelmente pesquisas futuras poderão dar um indicativo.

Fonte: ScienceNow