O Canto das Sereias

Odisseu ou Ulisses, o Ninguém, é o primeiro sujeito universal cognoscente. Ao entrar em contato com o canto das sereias, misto de prazer e morte, se vê atraído pela possibilidade de conhecer o que nenhum mortal jamais conheceu. Aos companheiros, prescreve tapar os ouvidos com cera e obriga-os a remar com todas as forças de seus músculos. Para si, ordena amarrarem-no ao mastro do navio e que quanto mais gritar, mais forte o atem. E assim se fez.

A Vontade de Saber do sujeito moderno encontra suas sementes já em Homero. Ulisses usa estratagemas e artimanhas para conhecer o que não pode ser conhecido, para dominar a Natureza e, mais que dominar, tomar posse dela.

Não haveria outra forma? Não poderia haver uma “dominação passiva”, uma convivência pacífica, uma existência compartilhada?

A carnificina perpetrada pela modernidade aos mitos antigos não foi suficiente para eliminá-los. Mitos não são feitos de carne! São feitos de medo. Um tipo de medo que o conhecer não alivia…

Discussão - 2 comentários

  1. Rita disse:

    Boa noite. Gostaria de saber informações sobre essa imagem de Ulisses e das sereias. Pode informar, por favor? Obrigada.

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