Ciência e Social

Qual é a influência de fatores sociais nas descobertas científicas? Há alguma? Ou toda?

Discussão - 13 comentários

  1. João Carlos disse:

    Meio abrangente demais sua pergunta... Os "Ídolos da Mente", propostos por Francis Bacon, certamente influenciam o próprio raciocínio do pesquisador - o que, entre outras coisas, pode direcionar até seus interesses de pesquisa.
    E há outros fatores sociais a serem levados em conta... Eu tentei lhe enviar por mail um link para um press-release do EurekAlert sobre um artigo do PLoS Med 5(11): e222. doi:10.1371/journal.pmed.0050222 (mas, por algum motivo, seu endereço não foi validado...)

  2. Paula disse:

    Na verdade os fatores sociais deveriam ser minimizados pelos controles, por experimentos repetidos n vezes e pelo próprio método científico.
    Minimizados, não excluídos ou evitados... Eu duvido que fatores sociais não influenciem... Afinal, a própria pesquisa de um cientista foi escolhida por ele, por puro interesse pessoal (e aí sua carga de experiências sociais).
    Mas, na verdade, o interessante é saber QUANTO e COMO esses fatores sociais influenciam o RESULTADO DA PESQUISA...

  3. Aleph disse:

    Caro Karl, o já esquecido Karl Mannheim, autor da monumental obra "Ideologia e Utopia", nos legou a chamada "Sociologia do Saber". Desde então, ninguém se atreve a não associar fatores sociais às descobertas científicas.
    Abraço!
    P.S.:João, "Meio abrangente demais sua pergunta". Concordo plenamente!

  4. Karl disse:

    Abrangência intencional, caríssimos. Vejam o quanto aprendi.
    Entretanto, a pergunta ainda assim, procede. Deveria a ciência escapar, com todo o poderio e rigor de seu método, dos meandros e vicissitudes da sociedade na qual está inserida? Parecemos unânimes em dizer que não. Entretanto, agimos (a sociedade) como se disséssemos sim...

  5. Aleph disse:

    "Agimos"? Quem? Eu? Você? Explique melhor, R.S.V.P.

  6. Aleph disse:

    "Sociedade" é muito amplo...

  7. A ciência é uma construção social, não é não?

  8. João Carlos disse:

    Deveria a ciência escapar, com todo o poderio e rigor de seu método, dos meandros e vicissitudes da sociedade na qual está inserida? Parecemos unânimes em dizer que não.
    Bom... Se for um assunto totalmente redutível à matemática, há uma chance razoável de sofrer menos influências dos "modismos" sociais (enquanto escrevo isso, me lembro da briga entre "cordeiros" e "particulares" da física de altas energias, e constato que nem a matemática...)
    Mas - Caramba!... - Bacon denunciou os "Ídolos" no século XVII!... Foi a partir disso que o tal "método científico" começou a se desenvolver, justamente para mitigar os efeitos desse "viés" (que é inevitável...)
    Se alguém pensou que a matemática seria a "resposta definitiva" (me lembrei do "42" 😀 ), eu rebato com Disraeli: “Há mentiras, mentiras deslavadas e estatísticas”.

  9. Karl disse:

    Tem gente que considera a ciência à parte das construções sociais, Luciana.
    Concordo, João. Perguntemos então, se as mentiras seriam gratuitas...
    Caríssimo, Aleph. Liberte-se!

  10. Carlos Hotta disse:

    Chegando atrasado... acho que as nossas hipóteses são influenciadas pela nossa visão de mundo, que dependem do nosso contexto social.
    Vide os cosmólogos que defendem um universo com começo meio e fim e os que defendem um universo que expande e contrai, reencarnando-se.

  11. Aleph disse:

    Defina "liberte-se", por favor.

  12. Karl. Acredito que o ponto que você levantou é o centro da questão. Se todos concordamos que a ciência sofre influências de fatores sociais, porque então continuamos a defender sua isenção, autonomia e neutralidade?
    Pra mim isto esta diretamente relacionado à origem positivista da ciência moderna.
    Particularmente tenho muito medo dessa imagem pública da ciência. Acredito de verdade que nada de bom pode sair de uma atitude dessas. Mesmo que a atitude seja só aparente.

  13. Karl disse:

    O ponto é esse. Usamos dois pesos e duas medidas. A relação entre ciência e tecnologia é formidável. Porém, é uma história (como todas, aliás) sem mocinhos. Resta-nos conhecer o lado negro da força, criticá-lo e combatê-lo. Não acho ser possível viver sempre no melhor dos mundos. Entendo isso como uma medicação que deve ser tomada com um objetivo tendo-se levado em conta seus efeitos colaterais. Obrigado pelo comentário. Parabéns pelo polegar (devidamente anexado).

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