Sala de Espera II

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As respostas foram simplesmente fantásticas!! A figura do médico é, sem dúvida, um arquétipo, o que denota de antemão as expectativas do paciente em relação ao seu “curador”. O teor das respostas aponta para uma imagem que se enquadra em dois modelos clássicos. O médico que atende as expectativas pré-concebidas de seu cliente estaria mais próximo do modelo de um ARTISTA ou de um CIENTISTA?

Ambos têm suas excentricidades. O artista, pode ser mais sedutor mas tem a contrapartida de também poder ser um pouco mais “enrolador” e evasivo. Já o cientista, aparentará extrema competência e confiabilidade, porém terá muito mais dificuldades de comunicação e relacionamento com o paciente.

ARTISTA OU CIENTISTA? De qual modelo o seu médico se aproxima mais? 

 

Discussão - 13 comentários

  1. disse:

    Não vejo o médico como nada excepcional, somente um profissional, que espero, seja competente e auxilie-me no diagnóstico.A maior expectativa que tenho é que ele seja educado e gentil.
    abraços

  2. Atila disse:

    Fico com o cientista, principalmente pelo jaleco branco.

  3. Mori disse:

    Ainda nos pré-conceitos, o estereótipo que tenho é de médico cientista mesmo.

  4. André Souza disse:

    Acho q pode variar de acordo com a especialidade...No caso de Oncologia, por exemplo, tlvz seja esperado o arquétipo cientista, do tipo q conhece as técnicas mais avançadas e até desenvolve novas técnicas.
    No caso de medicina estética, tlvz espere-se mais o "Artista"...
    Agora uma perguntinha q esqueci de colocar no post anterior:
    De onde surgiu o artquétipo e como ele é mantido? Tipo...se existe um arqúetipo, não haveria também um esforço da comunidade médica para parecer mais ainda com o arquetipo? Principalmente em parecer o arquetipo, já que haveria uma disputa pelo "mercado de doentes"e a aparência traria alguma vantagem sedutora?

  5. Karl disse:

    Você tocou num ponto bastante importante, André e serei obrigado pela sua antevisão do problema a adiantar algumas coisas que planejava deixar mais para o fim. Acho mesmo que essa imagem pré-concebida do médico varia muito, não só com a especialidade, mas também com o local onde o médico trabalha, que tipo de público atende e assim por diante.
    Tudo isso para dizer que o médico é INDISSOCIÁVEL da população que atende. Isso pode soar óbvio a essa altura da discussão mas, acredite, muitos médicos não pensam assim. Além disso, a instituição que abriga o médico, seja um hospital público ou particular, seja seu próprio consultório (e no caso é instituição é ele mesmo) faz diferença, não só na aparência que o médico busca, como também na sua forma de atuar. Isso é bastante polêmico, eu sei, mas alguns anos de experiência me mostraram o problema de forma bastante clara. Não reconhecer essa diferença, que os advogados já reconheceram há alguns milênios, é abrir mão da oportunidade de minimizar seus efeitos.
    A ciência médica é uma só, a medicina não. Isso decorre do fato de ela ser uma forma, talvez a mais perversa, de aplicação científica prática! A prática, como já abordei em diversos posts, tem a tensão irredutível da decisão que envolve o conhecimento tecno-científico e a experiência prévia. Essa tensão deixa o médico inseguro. Sempre. A aparência do médico é um modo de "vender o peixe". Quanto mais adequada a aparência for à imagem que o paciente faz do médico, mais fácil conseguir sua confiança, aderência ao tratamento e, consequentemente, bons resultados. Isso tem a ver com o mercado? Sim. Mas tem muito mais a ver com o fato de que o médico precisa penetrar em algo bem mais profundo que o mero organismo de seu paciente.
    Obrigado pelos comentários.

  6. Chloe disse:

    Cientista, com certeza!
    Eu não confiaria se o 'modelo' fosse de um artista, pois me lembraria algo do tipo neuro-linguistica, e tenho 5 tipos de arrepio só de pensar nessa 'técnica'.
    Só completando o que escrevi no post anterior: uma vez fui a um cardiologista que tinha mais ou menos a minha idade (uns 27 na época), e ele me pediu pra tirar a camiseta pra auscultar e me senti EXTREMAMENTE desconfortável.
    Acredito que isso não aconteceria se ele fosse de mais idade.
    ; )
    C.
    Ps. A foto postada é sua mesmo?!?!?

  7. Sibele disse:

    Acho que há certa confusão e mesmo limitações em relação ao que se entende por "artista"... denotando que "cientista" seria o mais adequado à profissão médica. Esse entendimento limitado de “artista” está presente no médico descrito pelo Karl, aquele que, premido pela tensão que o deixa inseguro (“sempre”...), adota o arquétipo da aparência disseminado nessa classe profissional como escudo (conscientemente ou não) justamente por não dominar, com Arte (em maiúsculo) o exercício da profissão. Descrito assim, vejo tal profissional como um ator representando muito bem o seu papel. A aparência seria meramente a caracterização cênica do personagem, interpretando o que esperam dele. Creio que não é esse tipo de “artista” que está sendo discutido aqui.
    Há um texto bem elucidativo a este respeito:
    Zavala Sarrio, Salomón. ¿Qué pasó con el arte de la medicina? Rev. Soc. Peru. Med. Interna; 20(1): 3-4, ene.-mar. 2007. Disponível em:
    http://sisbib.unmsm.edu.pe/BvRevistas/spmi/v20n1/pdf/a01v20n1.pdf .
    Ver, em especial, os três grandes desafios colocados à Medicina, para ser entendida como Ciência e Arte.
    P.S. Chloé, a foto que o Mori postou NÃO é do Karl, com certeza! 😀

  8. Karl disse:

    Infelizmente a foto não é minha... : (

  9. disse:

    Olá, esqueci-me de um detalhe muito importante, gosto muito de médicas,frequento 4,2infectologistas, cardiologista, acupunturista,somente o psiquiatra é homem. Mas todos são ótimos.São artistas!

  10. Sandra disse:

    Karl, não adianta ser cientista sem ser artista. Já está no primeiro aforisma de Hipocrates: "A vida é breve, a arte é longa, a ocasião fugidia, a experiência enganosa, o julgamento difícil". Sinceramente acredito que boa parte da terapêutica médica se encontre na boa relação médico-paciente, o que é muito de arte e não de técnica.
    No momento crítico, é a tática e não a técnica que faz a diferença.
    Mas talvez seja coisa de outra geração, meio fora de moda...
    Ah, eu fujo totalmente do estereótipo de médico intensivista, tenho toda a "pinta" de assistente social. 🙂

  11. Fernando disse:

    Fico com o médico artista. Gostaria de ser atendido por um médico que cantasse, que fosse poeta, que fosse cômico. Que me perguntasse como estou me sentindo, e aí eu respondesse com dor de cabeça, e ele me respoinderia: "que bom, sinal de que tem cabeça". Isso quebraria o gelo. O médico com pose de cientista, não me inspira confiança, com médicos assim, me sinto não como paciente, mas como uma cobaia.
    Um médico artista é humanista, porque vê poesia na existência do outro.

  12. maria disse:

    nenhum dos dois. o meu médico ideal está mais para professor. daqueles bons professores cujos olhos e postura mostram, na hora de atender o aluno, que aquele momento define a sua própria existência.
    os meus médicos têm que ter muita paciência e gosto por dar aulas para encarar todas as minhas perguntas. como o ortopedista que pediu ao assistente que buscasse no carro os eslaides da aula que tinha acabado de dar (ou daria em seguida) para que eu entendesse o que tinha de errado com meu pé e como seria a cirurgia.

  13. Chloe disse:

    Acredito que vc seja um bom médico. : )
    Seja na persona artista, seja na cientista.
    Gosto da persona filosofo e especialmente da 'humano em demasia'!
    E ainda preciso de uma consulta!
    C.

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