DEK – E

Esôfago. do grego oisophagos “garganta”; literalmente “o que leva e come”. Vem de oisein, infinitivo futuro de pherein “levar” (como em fóros = o que transporta) + –phagos, de phagein “comer” (como em antropófago = o que come o anthropos [homem]).

Estômago. do grego stomachos “garganta, esôfago” literalmente “boca, abertura”. Vem de stoma “boca”. Utilizamos ainda bastante o termo stoma para descrever aberturas de orgãos internos para o exterior, como em gastrostoma (cujo procedimento cirúrgico chama-se gastrostomia), traqueostoma (cujo procedimento cirúrgico chama-se traqueostomia), etc. Há também uma especialidade em enfermagem chamada estomatologia, que é quem cuida e trata as complicações deste tipo de ferida. O termo gastro é grego também (gaster, como em melanogaster – literalmente, “barriga preta”) e mais específico sobre a região do abdome corresponde ao epigástrio (“boca do estômago”). Olhando assim, dá a impressão que stomachos estava mais relacionado à função da deglutição, satisfação e, por correlação, orgulho. Gaster é mais anatômico e, portanto, mais específico para adjetivar coisas relacionadas ao orgão, como em gastroenterologia.

Interessante também, o fato de que há uma porção no estômago chamada cardia (número 6 na figura). Segundo o dicionário de termos médicos de RS Simões, MCP Baracat e R Lima, disponível para download gratuito, este nome é proveniente da proximidade com o coração. Entretanto, acho que neste caso, há mais uma confusão entre forma e função dos antigos. De qualquer maneira, isso acabou por passar para algumas expressões de uso corrente como “saber uma coisa de cór”, que é saber de memória, como se fizesse parte de nós, como se tivéssemos deglutido tal conhecimento; e também “misericórdia“. Tumores da cárdia são difícieis de tratar por serem transicionais, na fronteira entre os dois orgãos.

Consultei:Dicionário de Etimologia On-line (inglês).
Clique na figura para ver os créditos.

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