Tem uma amiga que sempre diz: “Na crise tem os que choram e tem os que vendem lenços”. Não sei de quem é essa frase, mas é verdade. Um exemplo é a GE, na atual situação mundial em que são discutidos temas como mudanças climáticas, preservação da biodiversidade, escassez de combustíveis e novos métodos de geração de energia, ela não está perdendo tempo e está com tudo nesse novo mercado. E o presidente da empresa, Jeff Immelt, não nega que o interesse deles é ganhar dinheiro.
E para a produção dos produtos da linha verde, a GE criou a Ecoimagination que produz geradores de energia eólica, locomotivas que consomem menos diesel, tecnologia para dessalinizar e purificar a água, maquinas de lavar roupa e geladeiras que consomem menos energia entre outras coisas, por enquanto essa linha corresponde a menos de 7% do faturamento da empresa, mas são esses produtos que mais tem crescido nos últimos tempos, em média, o dobro dos negócios tradicionais.
Uma empresa cujo presidente antecessor, o legendário Jack Welch, sempre manteve distância de assuntos relacionados ao meio ambiente e é muito mal vista pelas ONGs ambientalistas, por suspostamente protagonizar a poluição do rio Hudson em Nova Iorque, é uma tentativa louvável tentar transformá-la em uma empresa para soluções “ecologicamente correta”.
Além disso a empresa ainda mantém o Prêmio Global de Liderança Ecoimagination, uma iniciativa mundial que reconhece o trabalho de clientes que mostram preocupação em reduzir os impactos ambientais, como escassez de água, enquanto procuram consumir menos energia e diminuir os demais gastos operacionais. Aqui no Brasil a Cia Nitro Química, grupo Votorantim, ganhou esse prêmio por conseguir reduzir o consumo de combustível em 22% e, conseqüentemente, a emissão de gases para o meio ambiente, além de cerca de 90% da emissão de efluentes provenientes das caldeiras. Saiba mais aqui.
Segue um pequeno trecho da entrevista do presidente da empresa concedida à revista Exame no ano passado:
Exame: O que a estratégia verde significa para a GE?
Immelt: É uma estratégia de marketing. Sempre soubemos que a tecnologia é a saída para criar produtos que solucionem os grandes problemas do mundo e, assim, ganhar dinheiro. É só pensar em nossos produtos tradicionais para geração de energia, por exemplo. Não acho que seja errado ganhar dinheiro resolvendo os problemas dos clientes.
Exame: Ter uma relação amistosa com ONGs é algo novo para a companhia, não é?
Immelt: Sim. Ainda há muitas ONGs que não gostam de nós e que nunca vão gostar. Mas acho que é preciso iniciar um debate. Digo para os representantes das ONGs: “Vocês podem me odiar, mas precisam de mim”.
A GE pode não se tornar de uma hora para outra uma empresa modelo no quesito meio ambiente, mas há uma preocupação do próprio presidente, há um investimento de milhões de dólares. Isso pode não ser o bastante nem o suficiente, mas uma grande empresa mundial está preocupada e sabe que tem que agir para continuar sobrevivendo, continuar pensando e agindo da mesma forma vai fazê-la perder oportunidade de negócios. Quantas empresas você consegue nomear que estão fazendo o mesmo?