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10 anos!

10 anos de blog!
10 anos de blog!

E no próximo dia 03 de fevereiro esse blog completa 10 anos! Gente, pra um blog é muito tempo! Ok que a frequência de posts aqui não tem sido nem um pouco o forte desse blog, mas em tempos de redes sociais efêmeras como Snapchat ter um lugar com textos meus desde 2007 é muito tempo mesmo!

Eu gostaria de comemorar essa data dignamente com uma retrospectiva de posts relevantes por ano ou fazer um video meu contando tudo isso ou pelo menos postar mais frequentemente, mas não rola uma empolgação para isso. Hoje escrevo esse blog só por desabafo, só para manifestar minha indignação ou contentamento de descobrir coisas legais que acontecem a favor de uma mudança de paradigma, não acho mais que esse blog ou minhas opiniões tem algum poder de influência em quem quer que seja (já tive essa ilusão um dia, mas passou, ainda bem!).

Escolhi alguns posts favoritos para listar aqui, sim, eles são da história recente do blog, infelizmente depois de 395 posts (sem contar esse aqui) e 10 anos eu não lembro mais de tudo que eu escrevi e por isso só escolhi um post de 2014, 2015 e 2016. Aliás, nos primeiros anos do blog eu fazia um certo tipo de restrospectiva de melhores posts do ano, segue também o link para esses posts.

Só para constar – Posts com links para as publicações mais acessadas de 2011

Retrospectiva – Minha seleção de melhores posts de 2009

Comemorações e Mudanças – Minha seleção de melhores posts de 2007 e 2008

Minha escolha de 2016 – Jogos Olímpicos Rio 2016, foi o grande evento do ano que eu participei

Minha escolha de 2015 – Odebrecht, mostra a tua cara, pois ser persona non grata dessa empresa não tem preço

Minha escolha de 2014 – Experiência Schumacher Brasil, essa experiência me trouxe bons frutos

Quero apenas ser grata a tudo que esse blog me proporcionou: amizades, experiências, momentos, viagens, encontros, eventos, todos incríveis e inesquecíveis. Não sei se esse blog dura mais 10 anos, mas até onde ele me levou até hoje já me deixou muito feliz e provavelmente foi além do que eu esperava. Ele vai continuar sendo o canto de desabafos de uma pessoa preocupada com os rumos que a humanidade tem dado a sua única casa, o planeta Terra.

Lixo, plástico, oceano e a logística reversa

Se tem uma coisa que eu gosto é reparar no que as empresas andam fazendo sobre ser sustentável depois que a moda da sustentabilidade passou. Na verdade, eu não sei bem se a moda passou ou estagnamos e não conseguimos fazer muito mais que não usar sacolinhas plásticas e talvez separar o lixo.

Hoje no Daily Planet descobri que a Adidas se juntou a Parley for the Oceans (Negocição pelos Oceanos). E criou uma campanha que coletou usou o plástico de redes de pesca encontrados próximos às Ilhas Maldivas e usando uma impressora 3D fez um tênis para fazer um tênis usando uma impressora 3D. A coleta dessas redes de pesca foi feita pela Sea Sheperd. O interessante é que é possível ganhar um dos 50 pares de tênis produzidos, basta fazer um video, postar no Instagram com a hashtag #ParleyAIR e #adidascontest dizendo porque você ama os oceanos, fazer uma promessa para ajudar a combater a poluição do plástico nos oceanos e mostrar que você deixou de usar algum plástico de uso único. Achei a campanha bem legal e queria ser criativa o suficiente para fazer esse vídeo para concorrer a um dos pares. Mas eu não sou (e o Brasil não é um país que pode participar da campanha :/) e o que eu sei fazer é pesquisar mais sobre a empresa e lembrei que eles tinham um programa de coleta de tênis velhos e queria saber como andava isso. De que adianta um campanha dessas que deve custar milhões se ela não se preocupa com sua logística reversa? Eu por exemplo tenho um par de tênis velho da Adidas encostado pois não estão em condições de uso nem de doação e não sei o que fazer com eles.

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Essa pesquisa me deixou feliz pois descobri que desde o ano passado em algumas lojas da Adidas no Brasil eles estão aceitando pares de tênis velhos (e roupas esportivas) de qualquer marca e ainda dão 15% de desconto para novas compras para quem levar um par/roupa usad@. Ok que esse recolhimento ainda não é em 100% das lojas da marca no Brasil, mas é um começo, eu ficaria bem decepcionada se visse essa campanha deles toda linda sobre salvar os oceanos e eles não estivessem nem fazendo a lição de casa pensando no lixo que o próprio produto deles gera por ai.

Vejo as empresas dando passos bastante tímidos com relação à logística reversa, algo super importante e que está na nossa Política Nacional de Resíduos Sólidos (que existe desde 2010), também continuo vendo as pessoas pouco preocupadas com o destino de seu lixo. Quando as empresas vão investir a mesma quantidade de dinheiro que usam para promover um tênis provenientes de lixo oceânico em campanhas para promover o destido correto do seu tênis velho e sem uso?

Sustentabilidade na televisão

Sou dessas que quando ve a palavra sustentabilidade e derivadas em algum lugar vai procurar saber o que é e do que se trata.

Quando vi esse logo no fim dos créditos de uma das minhas séries favoritas (Downton Abbey) fui lá ver o que era esse tal de Albert+ sustainable production.

albert_plus

Achei o site desse órgão que cuida do impacto ambiental da indústria de artes visuais do Reino Unido. Eles tem como objetivo guiar essa indústria para a economia de baixo carbono. Começaram calculando a pegada de carbono da indústria e hoje é complementada com treinamento, certificação e comunicação. Quem banca esse órgão é um consórcio das 13 maiores empresas de produção e transmissão do Reino Unido.

Pelos cases deles dá pra ver que está tudo muito no início, por exemplo, Downton Abbey recebeu o selo deles por usar iluminação de LED nas gravações. Uma outra produção que teve um programa gravado na Patagonia usou um cameraman local para diminuir a pegada de carbono, evitando assim o transporte do material a ser usado para a filmagem e a viagem de alguém do Reino Unido até o Chile/Argentina. Outra coisa que eles fazem também é encontrar fornecedores da cadeia de produção deles que tenham preocupação ambiental.

Me pareceu um passo bem discreto, mas válido, na verdade pra mim bem realista, eles não são megalomaníacos dizendo que o selo deles entregam uma produção verde e sustentável, eles garantem 3 coisas quando você ve no selo deles numa produção:

  • a direção dos assuntos de sustentabilidade são conduzidos por alguém do topo;
  •  é feita a medição precisa da pegada ambiental da produção e
  • que existe procedimentos para que exista uma redução da pegada ambiental.

Fico feliz que passos sejam dados nessa direção, espero que cresca e com o tempo essas preocupações sejam parte da rotina de qualquer serviço e não seja necessário uma instituição que precisa cuidar e estimular esse tipo de atitude. Mas para a mudamça de hábito isso é necessário e importante.

Odebrecht, mostra a tua cara

Provavelmente eu devo ser a única pessoa que acompanha esse blog desde seu início e portanto as 2 pessoas que passam por esse blog as vezes não devem saber que em 2008 eu tive um problema com a Odebrecht. Bom, vale a pena contar o acontecido, é o case desse blog inclusive! hahaha

Odebrecht Ambiental - Companhia Siderurgica do Atlantico - CSA, Santa Cruz, Rio de Janeiro

No segundo semestre de 2007 a Revista Ideia Sustentável publicou um artigo falando sobre líderes da Sustentabilidade e entre os entrevistados estava Norberto Odebrecht, pouco antes de ler a revista um amigo de faculdade tinha me contado da experiência dele pouco agradável de trabalhar em uma obra na República Dominicana, a obra era gerenciada por quem? Pela Odebrecht! Ai, eu escrevi um email para o editor da revista contando dos absurdos vividos pelo meu amigo naquela obra, recebi um email do editor dizendo que iria entrar em contato com a empresa. 3 meses se passaram e por algum motivo não recebi nenhuma resposta, então resolvi publicar no blog o email trocado com o editor. Pronto, meu inferno começou alguns dias depois…

Primeiro foi o editor me mandando um mail dizendo que sim, tinha me respondido, ai publiquei a resposta aqui. Tudo parecia “resolvido”, pois além de ter uma resposta “oficial” da emrpesa, eles ficaram de investigar e blablabla. Só que 3 dias depois uma outra pessoa também da comunicação da empresa me mandou e mail “ameaçador” falando de um site chamado Ambiente Já e uma resposta um tanto quanto grosseira publicada naquele site com relação às minhas denúncias. Eu não fazia ideia do que estava acontecendo! Nem que raios de site era aquele. Resumo da ópera, o tal Ambiente Já tinha publicado o meu post no site deles sem que eu soubesse, essa pessoa da empresa leu meu relato, não gostou, mandou uma resposta para o site e mandou para mim via email com ameaças nas entrelinhas. Na época eu fiquei bem chateada e de saco cheio com tudo, dei a coisa toda como encerrada e de fato foi o que aconteceu, a empresa nunca mais entrou em contato comigo para dar qualquer satisfação (uma estratégia acertada, afinal, quem é essa blogueira na fila do pão?). Mas pessoalmente eu e meu amigo tivemos uma vitória (ainda que minúscula) que eu nunca contei aqui no blog porque essa história já tinha me esgotado muito. Logo depois da recuperação do meu amigo ele acabou voltando para República Dominicana para uma outra empreiteira que também prestava serviços para a Odebrecht e a publicação do post sobre a história dele e todo o bafafá que ele gerou aconteceu quando ele estava lá, mas numa outra obra. Eis que um belo dia o diretor geral das obras da Odebrecht da República Dominicana manda chamar meu amigo para uma conversa em Santo Domingo (capital do país), ele sem entender nada foi, chegou lá e qual a foi surpresa de saber qual era a pauta? A publicação no meu blog! No fim meu amigo ficou muito contente em saber que meu bloguinho de alguma forma incomodou uma das maiores construtoras do mundo e no mínimo deixou-os com a pulga atrás da orelha sobre para quantas outras Claudias os funcionários deles podem contar histórias como aquelas.

Eu sei que provavelmente devo estar na lista de persona non grata da Odebrecht, em 2013 eles convidaram vários blogueiros para a entrega do Prêmio Odebrecht para o desenvolvimento sustentável e obviamente não me chamaram! hihihi

Mas o motivo desse post não é só relembrar esse case, mas pra dizer que eu não deveria ser tão mentirosa assim em 2008 já que em 2015 o Grupo Odebrecht é condenado a pagar R$50 milhões por trabalho escravo em obras em Angola. E dessa vez, querida Odebrecht não é uma blogueira maluca ambientalista quem está dizendo, nem o amigo dela, é o Ministério Público mesmo.

Acho que todo esse post e o meu “relacionamento” com a referida empresa dispensa quaisquer comentários sobre o envolvimento da construtora na Operação Lava-jato da Polícia Federal, né?

Reduza e compense – Santander Brasil* #eucompenso

* Este é um publieditorial.

Se você quiser compensar sua pegada de carbono você sabe como fazer? Sabe quem ou qual órgão procurar para fazer isso? Ou ainda de uma maneira bem caseira, você saberia quantas árvores deve plantar para compensar suas emissões durante o período de um ano? Tenho certeza que a maioria das pessoas não tem essa resposta e para ajudá-lo nessa empreitada o Santander lançou ano passado uma plataforma chamada Reduza e Compense.

Essa plataforma ajuda a calcular as suas emissões de carbono com transporte terrestre e aéreo e as suas emissões na sua residência com resíduos, aquecimento e eletricidade. Depois de calculado quantas toneladas de carbono você emitiu eles calculam o valor disso em R$ para que você possa comprar créditos de carbono e compensar a sua emissão. Esses créditos de carbono são originados de 3 projetos no Brasil: uma cerâmica do Oeste Paulista (Irmãos Fredi) que substituiu a madeira originária do desmatamento do cerrado por bagaço de cana-de-açúcar e serragem como combustível para seus fornos; uma outra cerâmica, essa na Amazônia (Cerâmica Menegalli) que deixou de usar lenha nativa em sua produção e passou a alimentar seus fornos com caroços de açaí e resíduos industriais e por fim um grupo de 3 cerâmicas do interior do Rio de Janeiro (Guaraí, Itabira e Santa Izabel) que substituiu o uso de combustíveis fósseis por resíduos industriais. Você pode escolher de qual projeto você quer comprar seus créditos e ai comprar por eles na própria plataforma. Por exemplo eu compensei todas as minha viagens aéreas de 2014, foram 0,93 toneladas, num total de R$14,88 e escolhi usar os créditos de carbono da cerâmica Irmãos Fredi (escolhi essa pois é aqui no Estado de SP). Segue o certificado que eu recebi depois do pagamento (clique na imagem para ver maior).

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Mas aí você me pergunta: “Claudia, isso não é tão 2010? Pegada de carbono, compensação de emissões, crédito de carbono? Faz tanto tempo que não se fala nisso que achei que isso nem era mais problema…” É car@ colega isso deixou de ser assunto porque o Protocolo de Kioto expirou e ninguém mais tem obrigação de compensar nada, nem tem metas nem nada, como ninguém manda e não tem mais “incentivo” dos governos parece até que o problema de emissões de carbono da humanidade está resolvido, né? Só que não! As emissões continuam aumentando (veja também esse infográfico), o clima continua mudando, mas os países continuam acreditando num milagre. Se você quer fazer a sua parte e não acredita que um milagre vai acontecer nos próximos anos, considerar compensar suas emissões de carbono pode ser uma boa ideia, se o governo ou a ONU não incentivam, você pode incentivar empresas a serem mais eficientes e emitirem menos carbono comprando os créditos de carbono delas.

Para estimular as pessoas a pensarem mais sobre o assunto o Santander resolveu compensar as emissões de carbono de  100 bilhões posts em redes sociais, até dezembro de 2015 (o que vier primeiro), basta usar a hashtag #eucompenso em posts públicos de qualquer rede social que esse post terá sua emissão de carbono compensada! Participe, é só usar a hashtag nas suas publicações!

O lixo nosso de cada dia

Semanas atrás falei da embalagem do meu creme que tinha um design sofrível, agora resolvi pesquisar sobre a política de resíduos sólidos pós consumo das principais marcas de cosméticos que eu conheço, que é o que nos sobra depois que o produto acaba. Os resíduos sólidos da cadeia produtiva podem até ser responsabilidade minha também como consumidora, mas pouco posso interferir nela. Resolvi ver o que as empresas falam de residuos sólidos sem eu precisar ler o relatório de sustentabilidade.

residuos
Fonte: https://flic.kr/p/e4PYUh

Nívea

A Nívea foi a primeira “vítima” por 2 motivos: 1- falei dela no post sobre o design ruim da embalagem e 2- apareceu um post patrocinado deles na TL do meu twitter, se eles estão pagando pra fazer propaganda em rede social, vamos ver se esse canal realmente funciona para conversar com o consumidor (mais um teste além do ambiental). Ai perguntei pelo twitter sobre a política de resíduos sólidos da Nivea e recebi esse link como resposta: http://www.nivea.com.br/Sobre-nos/beiersdorf/Responsabilidade-Ambiental

Bom, sobre o destino das embalagens pós consumo só li blablabla, nada concreto que me convence da real preocupação deles, um “apoiamos o projeto tal que se preocupa com esse assunto” e só. Ai perguntei no twitter novamente se eles sabiam qual a porcentagem de embalagem são recicladas, estou no aguardo da resposta.

Unilever

Ai resolvi pesquisar outras… Joguei no Google o nome da empresa e as palavras resíduos sólidos, depois de uns cliques no site deles achei esse link no site da Unilever: http://www.unilever.com.br/sustainable-living-2014/waste-and-packaging/

Achei mais interessante pois eles têm metas estabelecidas sobre reciclar embalagens: “aumentar as taxas de reciclagem e recuperação, em média, em 5% até 2015 e em 15% até 2020 nos nossos 14 principais países” e apresentaram o seguinte dado: “Aumento de 7% nas taxas de reciclagem e recuperação em 2013, superior ao Índice de Reciclagem e Recuperação médio de 2010, registrado nos nossos 14 principais países.” Legal, mas  o quanto desse 7% é no Brasil? E vamos combinar que 7% numa operação em 14 países é quase pífio.

P&G

Com a busca no Google P&G e residuos sólidos (ou qualquer coisa parecida com isso) cheguei nesse link: http://www.pg.com/pt_BR/sustentabilidade/sustentabilidade_ambiental/index.shtml

O plano é bastante audacioso “Nossa Visão, anunciada em 2010, inclui: (…) Usar 100% de materiais renováveis ​​ou reciclados em todos os produtos e embalagens. Depositar zero de consumo e resíduos de fabricação em aterros sanitários.” Mas não falam quando pretendem atingir a meta, ah, mas é a visão, não é uma meta, pode ser que nunca atinjam seja só um alvo a se atingir… Ainda tem um “saiba mais sobre a nossa visão de longo prazo”, mas não tem link nenhum redirecionando pra lá. Também não ficou claro pra mim se no consumo e resíduos de fabricação inclui embalagens pós consumo.

Descobri por acaso que eles tem um projeto com uma empresa chamada Wise Waste que criaram a partir de embalagens recicladas um display para um dos produtos deles em supermercados. Aliás o trabalho da Wise Waste é bem interessante, saiba mais aqui. Mas no site da empresa mesmo só tem aquelas metas megalomaníacas sem nada muito prático.

Natura

Mandei um twitt e não recebi resposta 2 dias depois, procurando no google achei vários links para os relatórios anuais da empresa 2009 (acho q seja pois só tinha dados até 2008), 2012, 2013. Não é o que que esperava achar, principalmente da Natura. As informações são vagas e sem nenhuma meta clara, no relatório de 2014 fala que “A Natura está elaborando um plano de logística reversa, que tem como principal objetivo estruturar um modelo de gestão capaz de transformar resíduos em oportunidades de novos negócios. Este plano tem previsão de lançamento ainda no ano de 2014.” Eu esperava mais da Natura, muito mais…

Avon

Mandei um twitt e não recebi resposta 2 dias depois.

Procurando no Google não achei NADA relevante. No site da empresa tem uma seção de responsabilidade social, nada sobre meio ambeinte. Falam de teste em animais, mas absolutamente NADA do ponto de vista ambiental e resíduos sólidos… Decepção monstra.

Conclusões

Escolhi essas empresas pois consumo produtos delas e como são empresas que fazem parte do business as usual esperava números sobre o assunto, só 1 me apresentou números concretos sobre a preocupação com a geração de resíduos e posterior descarte, as outras tratam o assunto de forma superficial, pelo menos aos olhos do consumidor leigo que resolve descobrir por si só o que as empresas fazem/pensam sobre o assunto. Uma delas até ignora o assunto. Ou simplesmente resolveu não contar pra ninguém o que faz sobre o assunto. Se alguma empresa dessas quiser entrar em contato comigo para esclarecer melhor suas preocupações sobre os temas resíduos sólidos pós consumo, logística reversa, etc estou super aberta para ouvir e saber mais, o importante mesmo é tornar pública suas práticas, o consumidor agradece, isso chama-se transparência. #ficaadica

A princípio pensei em ligar nos atendimentos ao consumidor de cada uma delas para perguntar sobre o assunto, mas esse processo é tão chato que eu desisti, mas talvez seja mais eficaz que esse post, mas se você quiser fazer isso segue o número dos telefones de cada uma das empresas, acho que pode surtir mais efeito e ainda dá pra testar o quanto elas dão de importância para a preocupação do consumidor.

Nivea – 0800-77-64-832

Unilever – 0800-707-7512

P&G – 0800 701 5515

Natura – 0800.115.566

Avon – 0800 7082866

Se alguém conhecer alguma empresa de bens de consumo não duráveis que nasceu pensando no ciclo completo de vida de seus produtos me avise, pois eu até hoje não vi nenhuma.

Futuro 4: Governo Federal aprova plano para todas as prefeituras de Mobilidade Urbana

Esse post faz parte da série Futuro. Essas notícias falsas pretendem representar o que deveria ser um futuro mais sustentável. Pode ser que depois de um tempo os ache equivocados, mas faz parte do processo de mudança que eu gostaria de ver no mundo. As outras notícia da série foram: Unilever anuncia venda de produtos de limpeza a granel, Operadora de celular premia quem não troca de aparelho e Casas e prédios sem reaproveitamento e reuso da água se desvalorizam.

Em “homenagem” à semana da mobilidade o querido Hugo Penteado escreveu esse Futuro. Pode parecer um tanto radical, mas vendo o ponto que chegamos onde as pessoas determinam suas vidas em torno do carro acho que tentar radicalizar do outro lado pode ser interessante também!

Governo Federal aprova plano para todas as prefeituras de Mobilidade Urbana

A partir do ano que vem todos os ciclistas terão IPVA-negativo, ou seja, receberão R$ 2.000 reais por ano como incentivo.  Será instalado um aparelho medidor que torna o ciclista apto a receber o incentivo tributário se rodar 3 km por dia útil.  Tarifas de ônibus e metro terão redução de 50% no seu valor e serão gratuitas para todos os estudantes, idosos e portadores de necessidades especiais. As empresas particulares que operarem o sistema terão que contar com aprovação popular e regras estritas de entrega do serviço.

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Foto: Claudio Olivares Medina https://www.flickr.com/photos/quiltro/ (CC BY-NC-ND 2.0)

Adicionalmente, o Governo Federal tomou as seguintes decisões:

(1) O IPVA terá reajuste de 150% para todos os carros;

(2) Carros do tipo SUV terão reajuste de 500%;

(3) Todos os táxis serão elétricos;

(4) O IPVA do segundo carro da família será multiplicado por um fator de 3, por exemplo, se for um IPVA de R$ 1.000, o contribuinte irá pagar R$ 3.000 reais; o terceiro carro paga um fator de 6, o quarto de 12 e assim sucessivamente.

(5) Nenhum apartamento poderá ter mais que uma garagem por unidade no Brasil inteiro, isso significa redimensonar os existentes;

(6) A indústria automobilística irá ser responsável pela construção das vias utilizadas pelos usuários dos seus produtos, não será mais arcado pelo contribuinte, visto que é um produto de 10% da população cujo custo urbano exorbitante é pago por todos; e

(7) O preço do combustível levará em conta as emissões e não será mais subsidiado.

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Foto: Dylan Passmore https://www.flickr.com/photos/dylanpassmore/ (CC BY-NC 2.0)

Vários estacionamentos da cidade serão transformados em parque e em lugares para a comunidade. Hoje menos de 1% dos espaços urbanos se destinam a coletividade e ao uso público e 99% destina-se ao trânsito de veículos. O objetivo do governo federal é inverter essa equação, deixando 50% para mobilidade urbana e 50% para espaços públicos e hortas comunitárias urbanas.

Dado que a função social da indústria automobilística é precária, pois contribui para o aquecimento global e para o fim do equilíbrio social das cidades, destrói empregos na sua estrutura com tecnologias desempregadoras de mão de obra muito rapidamente, o objetivo do governo é estimular setores de mobilidade urbano que levam em consideração a contribuição principalmente dos serviços que as pessoas podem oferecer.

O governo também decidiu congelar o número de veículos em trânsito nas cidades ou até mesmo reduzir onde a frota estiver bem acima da capacidade física da cidade, causando estrangulamentos que causaram à população perdas com tempo e saúde de bilhões e bilhões de dólares.

Dessa forma o governo mostra não mais estar vendido ao modelo antigo e voltado para o modelo novo no qual o planeta e sua natureza vem em primeiro lugar, a sociedade vem em segundo lugar e a economia é apenas um instrumento para manter o equilibrio entre planeta, sua natureza e nossa sociedade.

Curso A Era do Desenvolvimento Sustentável

No início desse ano me inscrevi para fazer o curso The Age of Sustainable Development no Coursera com o professor Jeffrey Sachs. E desde que o curso terminou era pra eu escrever um post sobre isso e acabei esquecendo, pois bem agora que uma nova turma do curso vai se iniciar estou aqui para falar dele.

coursera

São 14 semanas de curso, infelizmente ainda sem legendas em português, e como já haviam me dito sobre os cursos do Coursera, se você quiser fazer tem que escolher algumas das atividades, todas é difícil dar conta. Posso dizer que a base desse curso são as vídeo-aulas com o próprio professor Jeffrey Sachs, são vídeos ótimos, com média de 15-20 minutos cada e muito bem produzidos, som impecável, imagens bem selecionadas, gráficos bem feitos, cada semana tem 4-5 videos desses além de um texto em pdf, foi basicamente o que eu mais aproveitei do curso, assisti as aulas e li os textos.

Tinha também hang-outs com o professor e com seus assistentes onde basicamente eram respondidas perguntas dos alunos, com o professor acho que foram 2 ou 3 hang-outs e com os assistentes foram mais, que eu me lembre consegui participar de 1 dos hang-outs com o professor, mas achei cansativo demais ficar olhando e só ouvindo ele falando sozinho.

Outra ferramenta que usei pouco foi o fórum, esse eu já sabia que não ia aproveitar muito e se resolvesse usá-la me sentiria perdida e acabaria desistindo de qualquer forma, são muitas discussões acontecendo, é muita opinião e blablabla, cansa e nem sempre é muito produtivo, é interessante pois tem gente do mundo todo participando e assim você consegue ter exemplos e perspectivas bem diferentes, mas confesso que ler no computador textos muito longos me cansa rápido.

O curso é super bem organizado, os dados excelentes, tem toda uma ordem lógica e bem concatenada e a fala de Jeffrey Sachs sempre empolga quando ele mostra resultados de sucesso de redução da pobreza na Ásia e na África. O Jeffrey Sachs além de professor da Universidade de Columbia, é consultor da ONU, diretamente ligado ao Ban Ki-moon e praticamente tudo que ele mostra no curso são práticas aplicadas pela ONU em algum lugar do mundo e que deram certo para a redução da pobreza, aliás o ponto crucial para o desenvolvimento sustentável para o professor Sachs é a erradicação da pobreza extrema, sem isso, pra ele não existe desenvolvimento sustentável e ele me convenceu disso durante o curso. Mas enquanto a gente erradica a pobreza os ricos continuam vivendo como ricos e pronto? Consumindo a maioria dos recursos como sempre? E quando eu falo rico não falo apenas dos bilionários com suas ilhas e jatos particulares, mas de toda a classe média ocidental que consome coisas comuns como energia, água e alimentos como qualquer outro ser vivo por ai, como vamos fazer quando o cara que vivia na pobreza extrema e passa a ter acesso à eletrecidade e quer comprar um celular? Será que vai ter recursos pra todo mundo?

A resposta é sempre a chamada economia verde, mas eu acredito nos limites do planeta e acho difícil conseguir a tal sustentabilidade com economia crescendo pra sempre. Há limites e devemos nos preocupar com ele, coisa que vejo pouco por ai.

Outra coisa legal que descobri por causa do curso é o SDSN (Sustainable Development Solutions Network) uma organização (não sei se ess seria o nome mais adequado) dentro da ONU sediada na Universidade de Columbia que tem o Sachs como um dos diretores e que também oferece cursos sobre o tema sustentabilidade e mudanças do clima, já me inscrevi nos 2 próximos que virão: Climate Change Science & Negotiations e Planetary Boundaries and Human Opportunities, ambos de graça, assim como esse que eu fiz no Coursera.

Se você sabe inglês ou até mesmo quer treinar e gosta do tema desenvolvimento sustentável super recomendo esse curso, acredito que em breve o curso terá legendas em português, eu até andei trabalhando como voluntária pra legendar alguns cursos do coursera, mas esse ainda não apareceu na lista, o que eu ajudei a legendar foi o Introduction to Sustainability, que também me pareceu bom mas bem mais básico e sem o mesmo padrão nos videos que eu vi nos videos do curso do Sachs.

Livros infantis sobre meio ambiente

Tenho amigos brasileiros que casaram com estrangeiros e foram morar fora do país e sempre que quero presentear os filhos deles gosto de dar presentes que tenham a cara do Brasil e essa sempre é uma tarefa trabalhosa. Quando são bebês acho (mas não com muita facilidade) alguma roupinha com a as cores do Brasil ou a bandeira do país (sim, se for ano de Copa do Mundo é bem fácil, do contrário só encontro se sobrou alguma coisa no estoque), quando são maiores já procurei pelúcias de bichos brasileiros e também, não é assim fácil e geralmente são caréssimas ou feias, trabalho árduo.

Acho que em 2011 quando eu trabalhava pertinho da Livraria Cultura lá na Av. Paulista fui atrás de livros infantis sobre a fauna brasileira e pasmem, não achei nada… Não sei se eu não soube procurar, se a moça que me ajudou não entendeu o que eu queria ou se realmente não existia nada do gênero e fiquei bem frustada. Conversei com mães e uma delas me indicou a livro da Turma da Mônica sobre lendas brasileiras, o que eu gostei bastante, mas ainda não era o que eu queria.

Eis que esse ano apareceram 2 lindas surpresas literárias que eu tanto queria e com o trabalho de 2 pessoas super queridas para mim. O primeiro é o livro multimídia Bichos de Cá com ilustrações da Tati Clauzet, uma artista plástica que mora lá em Itatiaia e que tenho o prazer de frequentar o ateliê sempre que vou até lá, o livro tem toda uma proposta diferente pois fala de bichos brasileiros cantando música com ritmos nacionais. Além do CD que acompanha o livro com as músicas ainda tem um app pra baixar no smartphone ou tablet, achei a proposta bem inovadora com um tema que me encantou muito!

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A segunda grata surpresa foi saber que a Maria do blog Ciência e Ideias fez parte do Brasil 100 Palavras,um livro que não só fala dos bichos brasileiros mas também dos biomas, das plantas e das paisagens do nosso país. Esse livro ainda não tive a oportunidade de folhear, mas deve ser muito lindo.

brasil100palavras

Mas qual a importância de falar dos nosso bichos e da nossa natureza para as crianças? Não só as estrangeiras que foi que gerou a minha motivação para procurar livros a respeito, mas as nossas crianças também precisam saber mais como é e o que temos na nossa tão famosa biodiversidade! Depois que vi esse relato no TED, essa preocupação ficou ainda maior (Veja só os 2 primeiros minutos se você estiver com pressa)

A Copa do Mundo

Eu sei que ainda tem muita Copa para rolar ainda, mas resolvi já escrever algumas coisas importantes que vi na minha participação na Copa do Mundo.

Tô trabalhando de voluntária, sim, pode dizer o que você quiser, mas adoro Copa do Mundo e não queria ficar de fora dessa festa no meu país, tentei comprar ingressos para poder ir em algum jogo, mas não consegui, então me sobrou a opção de trabalhar como voluntária e até agora não me arrependo, a emoção de estar no estádio na abertura da Copa no meu país, é indescritível. Eu não ligo para futebol, mas Copa do Mundo é uma coisa que mexe comigo, sempre. #mejulguem

copa 013

Pois bem, meu trabalho de voluntária é de serviço ao espectador, ou seja, tenho a função de orientar, ajudar e dar informações para quem vai ao estádio ver os jogos. No jogo de abertura fiquei no início do jogo numa das entradas para a arquibancada e no fim fui para uma das saídas orientar para metrô e trem.

É stressante! Gente perguntando para você o tempo todo como chegar em algum lugar, você atento para que ninguém entre com garrafas ou latas nas arquibancadas e ajudando a colocar todo o líquido dentro de um copo (cantei o hino fazendo exatamente isso), atenta para pedir para as pessoas não fumarem ali, gente reclamando que não acha a entrada para seu lugar e quando você indica ela fala que já foi lá e disseram que não era; gente de mau-humor por que não acha o lugar, gente reclamando por que a área vip dela é longe do local onde ela tá sentada, gente reclamando por que não pode entrar com garrafa na arquibancada, gente pedindo para você tirar fotos para ela, e no meio disso o Brasil faz um gol contra, gente reclamando que a fila da bebida tá grande, gente querendo praticar seu italiano reclamando que não tem comida, bêbados valentes, bêbados engraçados, bêbados querendo dançar, gente querendo bater papo, pessoas da limpeza fazendo corpo mole quando você fala que o chão tá molhado e precisa secar e mais gente reclamando que só tem pipoca, ou que a comida acabou. Tudo isso direcionado a você, voluntário! Não, não é nenhum pouco fácil e acho realmente que a Fifa abusa da boa vontade dos voluntários, principalmente desses que como eu ficam ali na linha de frente com os espectadores.

Entre essas e mais outras situações acontecendo meus olhos para a sustentabilidade não se fecharam e de alguma forma sofri impactos dela. Por exemplo essa bela lixeira da Coca-cola para lixo reciclável e não-reciclável.

2014-06-12 10.24.16
Lixeiras bonitonas, né?

Bonitonas, né? Mas com pouca ou nenhuma praticidade. Quando você está na mão com umas 4 ou 5 garrafas, com pressa e mais gente querendo fazer o mesmo que você, ter que ficar procurando esses buracos é absolutamente um saco! Além de serem pequenas, num estádio com 60 mil pessoas elas enchem em minutos e essas tampas são de uma dificuldade para encaixar e desencaixar que você não imagina, demora, e enquanto o pessoal da limpeza está encaixando e desencaixando essa tampa para esvaziar a lixeira as garrafas e latas não param de chegar.

Um jeito bem fácil de reduzir o lixo e evitar o problema das garrafas é simplesmente fornecer os refrigentes de máquina, como nas lanchonetes de fast food, será que a logística dessas máquinas é tão mais difícil que o lixo gerado pelas garrafas?

Infelizmente mudei de posto antes do fim do jogo e não sei como ficaram as arquibancadas depois do jogo, mas o exemplo do povo japonês não tem precedentes aqui no Brasil. Vou trabalhar no próximo jogo na quinta em São Paulo e no fim do jogo se o cansaço permitir vou lembrar de olhar as arquibancadas. Na verdade o fato das pessoas irem para as arquibancadas só com os copos ajuda na limpeza porque os copos são bonitos e todo mundo vai querer levar um pra casa de lembrança. Resta saber se elas recolhem o pacote de pipoca, a embalagem do chocolate, a garrafa de água que por ser mais leve pode ser levada para a arquibancada…

E tudo isso foi só o meu primeiro jogo, que venham os próximos…