É possível o estudo científico do pensamento e da criatividade? – Parte I

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Por Ana Arantes, dO Divã de Einstein

“We can built a world in wich men and women will be better poets, better artists, better composers, better novelists, better scholars, better scientists – in a word, better people. We can, in short, have a better world”

B. F. Skinner, 1971

A Lecture on “Having” a Poem

    Tô meio nervosa com essa minha estréia aqui no Tubo de Ensaios e no ScienceBlogsBr…

    Pensei em bilhões e bilhões de assuntos para escrever, mas o povo aqui costuma ser sério, compenetrado, científico… e eu não escrevo assim nO Divã de Einstein – ele é sério e científico, mas não e lá muito compenetrado. Então, depois de muito trabalho, escrevi um ensaio sobre um tema que me interessa muito e sob uma perspectiva que eu conheço quase-muito-bem, que é a Análise do Comportamento.

    A idéia é discutir, do ponto de vista de B.F. Skinner, como a Ciência do Comportamento lida com os temas do pensamento e da criatividade e quais as implicações desses pressupostos para a construção de tecnologias para a compreensão, a pesquisa e o ensino da criatividade.

    Ao se discutir as noções de pensamento e criatividade em Skinner devemos principalmente levar em conta que esses conceitos, retirados do vocabulário mentalista, serão analisados por ele em termos operacionais. Isto implica em, primeiramente, qualificar o significado de tais termos no uso tanto por leigos como por estudiosos e, posteriormente, descrever em que situações palavras como “pensamento” e “criatividade” são empregadas. A estratégia empregada, então, é a de desconstrução dos significados de pensar em diversos tipos de comportamentos diferentes, analisando-os em termos das variáveis das quais são funções. Nesse processo, Skinner elimina os conceitos cognitivistas e mentalistas (processos mediacionais) através da descrição e da explicação do pensar enquanto comportamento.

    Partindo do conceito de mente, o autor faz reflexões críticas acerca dos problemas do dualismo, da introspecção e do pensar como armazenamento de informações. Sua crítica parte do reconhecimento de que os processos ditos mentais pressupõem variáveis não manipuláveis e, portanto, são apenas descritivos, não preenchendo os quesitos formadores de seu conceito de ciência, que são a manipulação, o controle e a previsão dos comportamentos. Outra crítica as psicologias cognitivistas e mentalistas é feita no que diz respeito ao método de investigação usado para se observar os fenômenos mentais, a introspecção, que Skinner renega enquanto método científico legítimo.

    Durante sua obra, Skinner desenvolve duas linhas principais de investigação para analisar o pensamento e o comportamento criativo. A primeira delas parte do ponto de vista evolutivo, tentando compreender as mudanças ambientais que levaram ao desenvolvimento desses comportamentos e a sua importância para a adaptação do homem ao ambiente em que está inserido. A segunda linha de raciocínio é empregada na estratégia de cobrir a explicação funcional dos comportamentos identificados como pensamento, analisando-os sob o referencial de seus estímulos controladores, das variáveis das quais são função.

    Divido aqui o texto em duas partes, iniciando com as críticas do autor ao modelo mentalista de estudo do pensamento e com a proposição do modelo comportamental para o estudo do tema. No posts seguintes, tratarei das implicações do modelo proposto por Skinner e do desenvolvimento da Ciência do Comportamento de Pensar.

1. Críticas ao modelo mentalista

     A crítica de Skinner as linhas psicológicas mentalistas começa com a crítica à sua implicação mais clara: o dualismo. Ele parte pressuposto epistemológico de que a ciência do comportamento, se devidamente incluída no campo das ciências, não pode lidar com um objeto insubstancial, tal como a mente cartesiana. Um dos problemas apontados por Skinner seria o de não poder manipular as variáveis de modo a produzir uma tecnologia útil, pois “se pudermos observar cuidadosamente o comportamento humano, de um ponto de vista objetivo e chegar a compreendê-lo pelo que é, poderemos ser capazes de adotar um curso mais sensato de ação” (Skinner, 1953).

     Não se trata de uma questão de facilidade, a complexidade dos processos ditos mentais não se reduz quando o objeto é o comportamento e não a mente. “O comportamento é uma matéria difícil, não porque seja inacessível, mas porque é extremamente complexo. O comportamento (…) é mutável, fluido e evanescente, e por esta razão faz grandes exigências técnicas à engenhosidade e energia do cientista” (Skinner, 1953). A noção de mente é problemática para uma ciência do comportamento porque a mente não é parte da natureza, não tem nenhuma propriedade de um objeto natural. É impossível observar os processos mentais interiores; a introspecção não pode ser levada a sério enquanto método científico pela razão última de que não temos órgãos sensoriais capazes de perceber os processos internos. “Nós temos mais informações sobre nós mesmo do que sobre outras pessoas, mas é apenas o mesmo tipo de informação – sobre estímulos, respostas e conseqüências, alguns destes internos e, neste sentido, privados. Nós não temos enervações sensoriais vindas das partes do cérebro que se engajam em ‘processos cognitivos'” (Skinner, 1986).

     Mesmo que abandonemos a noção de mente e a substituíssemos pela idéia de cérebro (solução muito adotada para se eliminar o mentalismo), voltaríamos ao mesmo ponto. O que pode ser observado pelos modernos aparelhos de imagem cerebral (PETscan e tomógrafos) são áreas cerebrais em funcionamento, mas o próprio funcionamento, os processos realizados pelo cérebro não são observáveis. “Vemos os materiais que processamos e o produto, mas não a produção” (Skinner, 1989). 

     Esse argumento não implica na negação das neurociências e de sua utilidade para a explicação completa do comportamento humano complexo, mas apenas na distinção clara dos limites da ciência do comportamento. “Os analistas do comportamento deixam o que está dentro da caixa preta para aqueles que dispõem dos instrumentos e métodos necessários ao seu estudo apropriado. Existem duas falhas inevitáveis em qualquer ponto de vista comportamental: uma entre ação estimuladora do ambiente e a resposta do organismo, e a outra entre as conseqüências e a mudança resultante no comportamento. Ao fazê-lo [o estudo], completa a descrição; não fornece uma explicação diferente. O comportamento humano inevitavelmente será explicado, e só poderá ser explicado através da ação conjunta da etologia, da ciência do cérebro e da análise do comportamento” (Skinner, 1989).

     A objeção behaviorista ao mentalismo, expressa principalmente na rejeição do dualismo, se manifesta na incapacidade que este demonstra de obter uma resposta a pergunta sobre como uma substância imaterial (não natural) pode afetar uma substância material (coisa natural). Chega-se, portanto, a inferência de que as causas ditas mentais do comportamento são causas fictícias.

     A objeção central de Skinner ao mentalismo é, no entanto, a de que este não consegue explicar aquilo a que se propõe. Parte dessa insuficiência se deve ao método introspectivo, como dito anteriormente e parte a circularidade das explicações propostas.  As explicações mentalista inferem uma entidade fictícia a partir do comportamento observável então afirmam que a entidade inferida é a causa do comportamento. Em razão das ficções mentais parecerem explicações, elas tendem a impedir a investigação das origens ambientais do comportamento, que levariam a uma explicação científica satisfatória. “Como a análise experimental do comportamento tem mostrado, o comportamento é modelado e mantido por suas conseqüências, mas apenas pelas conseqüências que permanecem no passado. Nós fazemos o que fazemos por causa do que aconteceu, e não do que acontecerá. Infelizmente o que aconteceu deixa poucos traços observáveis, e a razão pela qual fazemos o que fazemos, bem como o quão dispostos estamos a fazer algo, estão, conseqüentemente, muito além do alcance da introspecção” (Skinner, 1989).

     Uma dessas ficções explicativas mais combatidas por Skinner é a da idéia cognitivista do pensar como armazenamento de informações. Segundo essa visão, para responder novamente a um determinado estímulo, deveria haver
uma memória, ou uma espécie de cópia, armazenada em algum lugar da mente ou do cérebro, que quando acessada tornaria possível a repetição de um comportamento. Segundo Skinner, se usarmos a contingência de três termos como modelo explicativo para entendermos qualquer emissão de comportamento, não há necessidade de apelarmos a explicações mediacionais internas como a do armazenamento de informações. As explicações das relações entre o organismo e o ambiente são, portanto, suficientes para a total compreensão funcional. Para ele: “a objeção dos estados interiores não é a de que eles não existem, mas a de que não são relevantes para uma análise funcional” (Skinner, 1953).

      O que se coloca para Skinner é a questão da modificação produzida no organismo quando da emissão de um comportamento. Do mesmo modo que a teoria da seleção de Darwin, a causalidade de Skinner exclui qualquer suposição de que o comportamento possa ocorrer a partir de um projeto futuro. São as conseqüências ocorridas no passado que determinam a probabilidade de ocorrência do comportamento em uma situação futura. Não por que essas conseqüências são armazenadas ou memorizadas para serem recuperadas e orientarem uma ação futura, mas por que as ocorrências passadas modificam o organismo, i. e, alteram sua forma de se relacionar com o ambiente. Com esta noção de causalidade, Skinner combate a noção de um agente iniciador (das concepções mentalistas) e suprime a necessidade de procurar instâncias armazenadoras de informação ou memória. Nesse sentido, “as contingências que afetam um organismo não são armazenadas por ele. Elas nunca estão dentro dele; elas simplesmente o modificam. Daí resulta que o organismo se comporta de maneiras especiais sob tipos especiais de controle por estímulos. Os estímulos futuros serão eficazes se se assemelharem aos que foram parte de contingências anteriores; um estímulo acidental pode nos fazer lembrar uma pessoa, um lugar ou um acontecimento se tal estímulo tiver alguma semelhança com essa pessoa, lugar ou acontecimento. Ser lembrado significa ser tornado capaz de responder” (Skinner, 1974).

2. Pensamento como comportamento

     No entender de Skinner, o que comumente é identificado como o processo cognitivo superior do pensamento pode ser descrito como uma série de comportamentos ou processos comportamentais que não são públicos, mas cujos produtos finais, ou os estímulos controladores, podem ser observados ou inferidos de eventos observáveis. “Não se trata de nenhum processo misterioso responsável pelo comportamento, mas do próprio comportamento em toda a complexidade de suas relações de controle, relativas tanto ao homem que se comporta como ao meio em que ele vive” (Skinner, 1957).
    

     No intuito de explicar as variáveis que controlam diversos tipos de comportamento diferentes que podem ser chamados de pensamentos, Skinner faz uma espécie de catalogação desses possíveis comportamentos (ou processos comportamentais), analisando funcionalmente cada um deles e especulando sobre sua importância adaptativa e seu possível caminho evolutivo. É importante notar que com isso ele pretende identificar o termo “pensar” com comportamento operante, ou seja, sujeita-lo apenas as leis que regem o comportamento operante, sem que para explica-lo seja necessário recorrer a nenhum tipo de processo mediacional ou cognitivo.

     Vale ainda ressaltar que para cumprir seu projeto de explicar os comportamentos de pensar como tal, o primeiro passo foi substituir o substantivo “pensamento” pelo verbo “pensar”, eliminando assim a idéia do pensamento como uma coisa a ser descrita e levantando a questão do pensar enquanto uma ação direta no mundo, um comportamento que opera modificações no ambiente que o produziu, ou seja, um operante. Com isso, ele elimina ainda o peso mentalista do termo pensamento enquanto construto teórico cognitivista que nomeia um processo mental. Assim, “pensar significa muitas vezes o mesmo que comportamento. Dizemos, nesse sentido, que se pensa matematicamente, musicalmente, politicamente, verbalmente ou não verbalmente e assim por diante. Em um sentido ligeiramente diverso, significa comportar-se em relação a estímulos. (…) Pensar também é identificado com certos processos comportamentais, como aprender, discriminar, generalizar e abstrair. Esses processos não são comportamento, mas sim modificações no comportamento. Não há ação, nem mental, nem qualquer outra” (Skinner, 1968).

     Uma das situações mais comuns em que se emprega o termo “pensar” é a situação de se resolver problemas. Ter um problema é estar diante de uma situação em que uma resposta apresenta certa probabilidade de ser emitida, mas por falta de uma estimulação discriminativa adequada isso não ocorre. Portanto, o processo de resolução de problema pode ser considerado como constituído, basicamente, por respostas manipulativas e discriminativas: diante de um problema manipulamos variáveis a fim de produzir estímulos discriminativos que permitam a emissão da resposta discriminativa consumatória (Lopes & Abib, 2002). Ou seja, para Skinner o problema é uma questão para a qual não há resposta até o momento e sua solução é o comportamento responsável pela mudança da situação. O comportamento de pensar enquanto “resolver um problema” seria um encadeamento de comportamentos que, para o indivíduo que “pensa”, ocorreria para mudar a si mesmo ou a situação até que ocorra uma resposta (solução do problema). “Resolver um problema é um evento comportamental” (Skinner, 1963).

      Skinner cita várias formas segundo as quais nos comportamos no sentido de gerar comportamentos que levariam à solução de uma determinada situação. Para cada uma dessas formas de comportamento usa-se comumente a expressão “pensar”: (1) quando se faz algo que torna possível outro comportamento; (2) quando nenhum estímulo efetivo está disponível e as pessoas expõem algum; (3) quando não se pode descobrir um estímulo, às vezes deixa-se um outro acessível de reserva até que a resposta ocorra; (4) quando junta-se várias coisas diferentes para possibilitar uma resposta única; (5) faz-se o inverso quando separa-se coisas de modo que se possa lidar mais facilmente com elas em outra ocasião; (6) marca-se coisas de modo que se possa nota-las mais facilmente em outra ocasião; (7) compara-se coisas, colocando-as “lado a lado” de modo que se possa ver mais facilmente se elas combinam entre si; (8) especula-se sobre as coisas, no sentido de que se olha para elas de diferentes ângulos e (9) depois de “pensar” por algum tempo chega-se a uma decisão (a própria palavra deriva da expressão “por fim a alguma coisa”) (Skinner, 1989).

Referências:

Baum, W. (1994). Compreender o behaviorismo. Porto Alegre: Artmed.

Lopes, C. E. & Abib, J. A. D. (2002). Teoria da percepção no Behaviorismo Radical. Psicologia: Teoria e Pesquisa. 18, 2. 129-137.

Skinner, B. F. (1953). Ciência e comportamento humano. São Paulo: Martins Fontes.

Skinner, B. F. (1957). Verbal behavior. New York: Appleton-Century-Crofts.

Skinner, B. F. (1963). Contingences of reinforcement: A theoretical analysis. New York: Appleton-Century-Crofts.

Skinner, B. F. (1968). The technology of teaching. New York: Appleton-Century- Crofts.

Skinner, B. F. (1970). Creating the creative artist. Em B. F. Skinner (Org.). Cumulative records: A selection of papers – Third edition (1972). New Yark: Appleton- Century-Crofts.

Skinner, B. F. (1971a). A lecture on “Having” a poem. Em B. F. Skinner (Org.). Cumulative records: A selection of papers – Third edition (1972) . New Yark: Appleton- Centur
y-Crofts.

Skinner, B. F. (1971b). Beyond freedom and dignity. New York: Alfred A. Knopf.

Skinner, B. F. (1974). About behaviorism. New York: Applenton-Century-Crofts.

Skinner, B. F. (1978). The shaping of phylogenic behavior. Em B. F. Skinner. Reflections on behaviorism and society. Englewood Cliffs: Prentice Hall.

Skinner, B. F. (1986). Upon Further Reflection. Englewood Cliffs: Prentice Hall.

Skinner, B. F. (1989). Questões recentes na análise comportamental. Campinas: Papirus.

Tourinho, E. Z.; Teixeira, E. R. e Maciel, J. M. (2000). Fronteiras entre análise do comportamento e fisiologia: Skinner e a temática dos eventos privados. Psicologia: Reflexão e Crítica. 13, 3. 425-434.

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Discussão - 9 comentários

  1. Arrasou! Muito legal ver a Análise do Comportamento se espalhando no SBBr! 🙂

  2. "não temos órgãos sensoriais capazes de perceber os processos internos." - tendo a discordar disso. Ainda q eventualmente não na forma de órgão, a consciência não poderia ser exatamente o processo de percepção dos processos internos (mentais)?
    []s,
    Roberto Takata

  3. Ana Arantes disse:

    Não no sentido que Skinner está colocando. Ele quer dizer no sentido de "sensação" mesmo, como frio, calor, pressão, luminosidade, etc...
    Consciência, para essa teoria, é um fenômeno verbal. A consciência acontece quando você é capaz de relatar um evento privado. Assim, mesmo que possa relatar os "produtos" de um processo interoceptivo, não pode relatar O PROCESSO em si. A expressão "sinto a adrenalina correndo em minhas veias" é apenas uma metáfora!

  4. Estou pensando na consciência mais no sentido de "awareness". Eu consigo perceber q estou pensando e o conteúdo desses pensamentos. Claro, não de todo o processo - do mesmo modo como não temos a sensação de todos os sinais contidos em um estímulo que interpretamos, p.e., como "quente".
    Com algum treino é possível até mudar conscientemente parte desses processos: como perceber que iremos pensar em alguma coisa na qual não queremos pensar - e suprimir o pensamento antes que ele emerja completamente.
    []s,
    Roberto Takata

  5. Ana Arantes disse:

    Sim, eu entendi...
    Veja que na sua própria colocação você já define a "natureza" verbal desse tipo de consciência: você fala em "interpretar" os estímulos, e esse "interpretar" é, quase na totalidade das vezes (na verdade não consigo pensar em nenhum exemplo em que NÃO seja), um fenômeno verbal ("linguístico"). Seguindo o argumento da teoria skinneriana, do mesmo modo que o comportamento verbal ("linguístico") é aprendido no convívio social, a consciência, como só pode ser adquirida pela linguagem, também é um comportamento aprendido. A consciência só aparece quando alguém pergunta a você "o que você está sentindo/pensando?". A consciência é, então, um fenômeno social, aprendido, e não intrínseco à natureza humana. (Essa idéia, aliás, aparece em Nieztche também.)
    Esse procedimento que você mencionou, a "parada de pensamento" é uma técnica muito utilizada na psicoterapia, principalmente para pessoas com pensamentos obssessivos.

  6. Não sei se precisa ser "verbal" - no sentido de que mesmo uma pessoa totalmente analfabeta e selvagem (no estilo menino-lobo) deve "interpretar" a sensação de "quente".
    Acredito que a consciência seja moldada socialmente, mas não me parece que sua manifestação seja um produto unicamente social. E certamente pode ocorrer de modo não-linguístico: como experimentos de reconhecimento ao espelho com animais.
    (É possível q estejamos, no entanto, a falar de coisas distintas com o mm nome.)
    []s,
    Roberto Takata

  7. paulo antônio libardoni disse:

    Estou certo de que as pessoas estão em um existencial, utilizando-se de um saber intermediário,em um processo contínuo de aperfeiçoamento que liga-se com a memória atual,com a memória imediata onde ocorre a evolução do pensamento e compreensão por outro lado a evocação das lembranças ,o saber mnêmico, a memória expontânea,e a conciência, que é a memória coletiva. pauloantôniolibardoni.

  8. Ana Arantes disse:

    Eu quero um desses que ele tomou!

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