Experimento Micro-ondas: Dia 01
Acompanhe o experimento desde o começo:
Dia 0: Um garoto contra um mito: Tulio vs Micro-ondas
Dia 1: Experimento Micro-ondas: Dia 01
Dia 3: Experimento Micro-ondas: Dia 03
Dia 20: Mudou o pH, e agora?!
Dia 22: O resultado final
Olá, meu nome é Tulio Baars e eu amo ciência.
Não é como uma música especial ou um filme que se tem um apreço. Eu realmente amo a ciência. Sem delongas, para mim é a mais pura e linda forma de expressão humana, criando uma forma de contemplar e entender o Universo, do micro ao macro, em uma escala sem precedentes. Me pego as vezes, em momentos de reflexão, pensando emocionado no quão insignificantemente especiais nós somos, assunto que já abordei em um texto no blog do meu projeto principal (http://alexaradio.org/singularidade-insignificancia-a1/).
Minha ideia é tentar aplicar ao máximo o método científico e o ceticismo no meu dia a dia. O ceticismo não serve apenas para questionar hipóteses novas, mas é uma filosofia de vida. É uma forma não de interpretar o mundo, mas de interpretar e avaliar com clareza as informações que recebemos dele. E é partindo dessa ideia que bolei um experimento simples, mas digno de acompanhamento.
Depois de muito ler sobre os alegados “perigos” dos microondas, principalmente utilizando como evidência uma planta que morria ao ser regada com água aquecida num forno micro-ondas, resolvi fazer algo a respeito. Elaborei um simples e barato experimento para testar a hipótese da alegação alarmista, utilizando o pouco que conheço do método científico. Convido você, leitor, a embarcar nessa “jornada” em busca de confirmar ou refutar uma lenda urbana, divulgando os benefícios do pensamento sistemático ao mesmo tempo em que eu mesmo aperfeiçoo minhas noções do mesmo. Convido você também a comentar sua opinião e quaisquer sugestões, elogios e críticas.
O teste, que tem a duração estimada em 15 dias (estendível se necessário), busca avaliar o efeito de cada tipo de água escolhido em dois momentos da vida de uma planta: vida adulta e germinação. Os tipos de água escolhidos são: água mineral, água de torneira não-filtrada, água de torneira fervida em fogão e água de torneira fervida em forno micro-ondas.
Para o teste de sobrevivência em vida adulta, selecionei duas espécies de plantas, Torenia fournieri (Torênia) e Cuphea gracilis (Cufeia) para o teste. A escolha não foi arbitrária, resistência a calor, durabilidade, idade e preço foram levados em conta. São 60 mudas, 30 de cada, distribuídas do seguinte modo:
– 12 mudas (6 de cada espécie) receberão água mineral;
– 12 mudas (6 de cada espécie) receberão água de torneira não-filtrada;
– 12 mudas (6 de cada espécie) receberão água de torneira fervida em fogão;
– 24 mudas (12 de cada espécie) receberão água de torneira fervida em forno micro-ondas.
A terra utilizada é padrão para todos os testes, aumentando ainda mais a credibilidade deste (simples) experimento.
Para o teste de germinação, escolhi duas plantas que tem uma relativa boa capacidade de germinação nesta época do ano: Eruca sativa (Rúcula) e Cichorium endívia (Chicória). São 52 de cada, em uma sementeira, conforme a Figura 1:
Para efeitos didáticos, também separei 20 copinhos com o clássico feijão-no-algodão, que todos já fizemos nas séries iniciais, conforme a Figura 2:
O procedimento de pesquisa é simples. Todos os dias de manhã, às 7h30, pegarei uma medida de cada água que já deixei preparada no dia anterior e rego as plantas, todas na mesma quantidade. Após regar, peso individualmente cada planta (que já foi individualmente catalogada) e tiro uma foto.
Ao final do dia, as 19h30, somente o procedimento de regar é repetido.
O objetivo é ter um acompanhamento da evolução do peso de cada planta ao longo de todo o procedimento, por meio de um banco de dados. Cada planta recebeu uma etiqueta individual, que a caracteriza em um grupo de 12 plantas, conforme a Figura 3:
O mais interessante de tê-las fotografadas de forma individual e diária é depois poder fazer um timelapse para cada planta e acompanhar seu desenvolvimento de forma visual. Vale lembrar que o experimento está sendo realizado com duplo-cego, graças a ajuda de minha mãe.
Aliás, cabe aqui um sincero agradecimento a ela, que sempre me incentivou a perseguir as respostas para minhas inquietações e que não apenas ajudou a custear e transportar os insumos, plantas e apetrechos, mas ficou até a noite me ajudando a etiquetar e catalogar cada plantinha. Valeu, mãe!
Os resultados colhidos serão agrupados em forma de um artigo e devidamente submetido aos periódicos adequados. Por enquanto, você pode acompanhar o andamento do experimento por aqui. Ou pela televisão, se você é da região de Rio do Sul – SC. Hoje mesmo (05/02/14) a RBA TV veio aqui fazer uma reportagem sobre o experimento.
Os textos serão organizados e escritos de modo a serem facilmente lidos para qualquer um, mas sem dispensar o devido rigor científico. Ao final de cada texto teremos um indicativo do que vem a seguir e um pouco de transcrições do meu logbook, onde escrevo tudo aquilo digno de nota dos experimentos realizados.
Nos próximos dias, vocês poderão conhecer com um pouco mais de detalhes as plantas que usamos, as motivações para o experimento, o que é real e o que não é com os mitos do micro-ondas e é claro, quem sou eu que estou aqui tomando seu tempo.
Lembrando que tenho 17 anos e ainda sou muito novato nestes assuntos (quaisquer que sejam, rs). Aceito de bom grado sugestões de condução do experimento, dicas de literatura a ser consultada, críticas e elogios.
Até a próxima!
Tulio Baars – http://alexaradio.org/
LOGBOOK 05/02/2014:
– Deixar mais água fervida preparada para regar, grande demora em esfriar totalmente;
– Documentar temperatura ambiente na hora de cada regada;
– Documentar hora de cada regada;
– Aumentar quantidade de água para as plantas, todas se mostram levemente desidratadas;
Acompanhe o experimento desde o começo:
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