A questão dos vírus

©Rodrigo Barreiro

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Este post é o resultado de uma prova aplicada à turma da disciplina de Virologia, da graduação em Ciências Biomédicas do ICB/USP. A prova foi uma redação sobre o tema “Vírus é vivo?” e as respostas seguem abaixo:

Um dos assuntos muito discutidos na comunidade cientifica é se os vírus são vivos ou não. Mas, primeiramente, o que são vírus? Esses seres são parasitas intracelulares obrigatórios, que apresentam um capsídeo proteico e material genético, que pode ser DNA ou RNA, não apresentando ribossomos ou outras organelas.

Diante disso, é necessário também saber o que se tem de consenso sobre o termo ‘vida’. Organismos considerados vivos são aqueles que possuem uma organização celular, ou seja, possuem célula, apresentam metabolismo e capacidade de se reproduzir, além de ter material genético e um histórico de evolução. Porém, analisando essas informações e comparando com o que foi dito anteriormente, é possível concluir que os vírus não têm células, não possuem metabolismo próprio e não se reproduzem sozinhos. Como, então, propor que são vivos?

Umas das poucas certezas que existem é de que ninguém consegue viver sozinho. Como exemplo é possível citar as plantas que precisam de fungos, como as orquídeas; os fungos que não vivem sem a interação com algumas algas, como na simbiose; existem bactérias que só conseguem se replicar e sobreviver dentro de células eucarióticas; e até os seres humanos, que necessitam do convívio social e de manter relações pessoais para que a reprodução ocorra, por exemplo. Da mesma forma ocorre com os vírus, que precisam utilizar a maquinaria de outras células para se reproduzir e multiplicar em um organismo.

Além disso, várias hipóteses já foram lançadas a respeito da evolução dos vírus e do seu surgimento. Entre elas, estão as que afirmam que esses pequenos seres podem ter surgido de outros que perderam seu material genético. Nada, porém, foi confirmado ainda.

Sendo assim, é possível concluir que a vida é muito mais do que se vê ou do que se sabe e, nesse quesito, os vírus se encontram em um horizonte distante, deixando para trás dúvidas, questionamentos e incertezas como essas. Da mesma forma como existem argumentos aqui descritos, defendendo que vírus são vivos, existem muitos outros afirmando o contrário; cabe a cada um se informar e estudar para estabelecer seu ponto de vista, afinal, a vida está em constante mudança. Qual é o seu lado?

Quem sou

Daniela Veronesi GiaconeMeu nome é Daniela Veronesi Giacone, estudante de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo, sou do interior do estado e atraída pela complexidade da oncologia. Acredito que a busca pelo conhecimento é o que nos leva mais além e o sonho de buscar a cura de doenças foi o que me trouxe até aqui.

 

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