O solo é um recurso natural renovável?

Um amigo recentemente me questionou, a partir de algo que escrevi aqui no Geófagos, se o solo pode realmente ser considerado um recurso natural renovável. Sua dúvida se referia ao tempo, geralmente muito longo, necessário para que um solo se forme. Primeiramente, creio que cabe aqui uma definição do que é recurso natural renovável. Segundo a enciclopédia eletrônica Wikipedia : “A renewable resource is any natural resource that is depleted at a rate slower than the rate at which it regenerates. A resource must have a way of regenerating itself in order to qualify as renewable”, numa tradução livre “Recurso renovável é qualquer recurso natural cuja exaustão (depleção) ocorre em uma taxa menor do que a de regeneração. O recurso deve ter a capacidade de regenerar-se para ser qualificado de renovável”. A mesma enciclopédia define recurso não renovável como “A non-renewable resource is a natural resource that cannot be re-made or re-grown” ou seja “é um recurso natural que não pode ser refeito ou recriado”, o que não é o caso do solo. Considerando o caso da água, por exemplo, normalmente considerada como um recurso renovável, creio que é consenso que a exploração excessiva em alguns locais está levando este recurso a ser não renovável, pelo menos nas taxas naturais atuais. O problema com estas definições, e com o entendimento do que é a renovação dos recursos naturais, é que a variável representada pela exploração humana é tanto imprevisível quanto em geral muito distante do que ocorre naturalmente com os recursos em equilíbrio. Tentarei me explicar mais claramente: consideremos o recurso natural peixe em equilíbrio com um predador natural, por exemplo o tubarão, obviamente do ponto de vista do tubarão o peixe é um recurso natural renovável. Agora ponhamos como predador a frota pesqueira japonesa, que pode exaurir de tal forma a população de uma determinada espécie podendo inclusive extingui-la, claramente o recurso poderá deixar de ser regenerável. No caso do solo, naturalmente a taxa de formação de solos é maior do que a taxa de exaustão (representada pela erosão) na maior parte dos ambientes que conheço; mesmo com a entrada do homem no sistema, o aumento das taxas de erosão poderiam ser equilibradas se mantidas no máximo iguais às taxas de formação. Nestes casos, penso que o solo é um recurso natural renovável. Em áreas em que a atividade humana é exercida de forma irracional as taxas de erosão têm se tornado maior do que as taxas de formação do solo, levando a grandes catástrofes ambientais e até a extinção de civilizações: o que se deve ter em mente é que a formação dos solos é um processo muito lento (mesmo em regiões tropicais úmidas, onde as taxas de intemperismo são maiores), alguns poucos centímetros de solo podem levar milhares de anos para se formar, mas podem ser perdidos em alumas dezenas de anos ou menos. Respondendo à pergunta do título, eu diria que se o homem não agir como uma infecção suicida, como vem fazendo até agora, o solo é um recurso natural renovável, mas a continuar promovendo práticas que aumentam a erosão (eliminação da cobertura do solo, aceleração da decomposição da matéria orgânica, uso de solos impróprios para práticas agropecuárias ou florestais, coivaras etc.) teremos que aprender a plantar em cima de pedras.

Discussão - 4 comentários

  1. Catariina disse:

    Tenho qe fazer um trabalho de geografiia sobre um recurso natural à minha escolha !
    E queria saber se você me poderia ajudar !
    beijinho *

  2. Cristiano disse:

    tenho um trabalho sobre exaustão dos solos , poderia me ajudar?
    desde a já agradeço...

  3. joao disse:

    mais o que sao recursos renovaveis do solo

  4. Isabela disse:

    Quero saber o que são recursos renováveis do solo e recursos não renováveis,será que alguém poderia me explicar ou dar exemplos?
    Por favor se puderem

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