Sustentabilidade da agricultura no semi-árido brasileiro III
Ao se abordar agroecossistemas (os campos de cultivo considerados como unidades ecológicas) sustentáveis em climas semi-áridos não se pode ignorar a questão fundamental de como harmonizar o conceito de semi-aridez, que pressupõe variabilidade climática, com o conceito de sustentabilidade, que pressupõe estabilidade de produção. Geralmente se considera que um agroecossistema, independente de sua localização, deve possuir três qualidades: produtividade, estabilidade e sustentabilidade.
Produtividade não se resume ao potencial produtivo de plantas ou animais mas é conseqüência da interação dos componentes agrícolas, ambientais e sociais do agroecossistema. A estabilidade seria a confiabilidade do sistema (propriedade) em produzir em quantidades suficientes para a manutenção dos agricultores. Sustentabilidade por sua vez seria a manutenção de um determinado nível de produtividade quando o sistema é submetido a uma força desestabilizadora, e esse nível de produtividade deve ser mantido por um longo prazo. Assim, parece que o conceito de sustentabilidade não exclui a variabilidade (a força desestabilizadora) mas requer a habilidade do agroecossistema em manter um certo nível mínimo de produção ainda que “estressado”. Apesar de as três qualidades acima descritas serem altamente desejáveis em um sistema agrícola, podem eventualmente entrar em conflito.
Ao se considerar impactos ambientais negativos advindos de práticas agrícolas em ambientes semi-áridos é importante, além de medir e registrar a extensão da degradação ambiental, desenvolver-se e modificar-se sistemas de produção para que eles se adeqüem, mantenham e restaurem os recursos naturais do ambiente a ser trabalhado quer com agricultura quer com pecuária ou outras modalidades de exploração agrícola de forma imaginativa e inovadora alicerçando-se na pesquisa científica. É necessário avaliar quão adequadas são alternativas tecnológicas desenvolvidas em climas temperados (ainda que em condições de semi-aridez) às condições muito diferentes e adversas de climas semi-áridos tropicais.
Geralmente os pesquisadores concordam que para chegar a ser sustentável um sistema de produção agrícola introduzido em uma região deve tentar imitar da forma mais eficiente possível características do ecossistema original tais como produção de biomassa, ciclos biogeoquímicos, padrões de uso de água e nutrientes. Quando essas características ou outras do sistema de produção agrícola se distanciam muito do que acontecia no ecossistema original, surgem os problemas de insustentabilidade e deterioração ambiental.
O requisito básico e indispensável para a agricultura sustentável em áreas de caatinga parece ser o abandono definitivo de práticas de desmatamento e queimadas extensivas, passando a fixar a agricultura, isto é, explorar uma mesma área de solo por períodos prolongados, após a geração e adoção de tecnologias que o permitam.
Produtividade não se resume ao potencial produtivo de plantas ou animais mas é conseqüência da interação dos componentes agrícolas, ambientais e sociais do agroecossistema. A estabilidade seria a confiabilidade do sistema (propriedade) em produzir em quantidades suficientes para a manutenção dos agricultores. Sustentabilidade por sua vez seria a manutenção de um determinado nível de produtividade quando o sistema é submetido a uma força desestabilizadora, e esse nível de produtividade deve ser mantido por um longo prazo. Assim, parece que o conceito de sustentabilidade não exclui a variabilidade (a força desestabilizadora) mas requer a habilidade do agroecossistema em manter um certo nível mínimo de produção ainda que “estressado”. Apesar de as três qualidades acima descritas serem altamente desejáveis em um sistema agrícola, podem eventualmente entrar em conflito.
Ao se considerar impactos ambientais negativos advindos de práticas agrícolas em ambientes semi-áridos é importante, além de medir e registrar a extensão da degradação ambiental, desenvolver-se e modificar-se sistemas de produção para que eles se adeqüem, mantenham e restaurem os recursos naturais do ambiente a ser trabalhado quer com agricultura quer com pecuária ou outras modalidades de exploração agrícola de forma imaginativa e inovadora alicerçando-se na pesquisa científica. É necessário avaliar quão adequadas são alternativas tecnológicas desenvolvidas em climas temperados (ainda que em condições de semi-aridez) às condições muito diferentes e adversas de climas semi-áridos tropicais.
Geralmente os pesquisadores concordam que para chegar a ser sustentável um sistema de produção agrícola introduzido em uma região deve tentar imitar da forma mais eficiente possível características do ecossistema original tais como produção de biomassa, ciclos biogeoquímicos, padrões de uso de água e nutrientes. Quando essas características ou outras do sistema de produção agrícola se distanciam muito do que acontecia no ecossistema original, surgem os problemas de insustentabilidade e deterioração ambiental.
O requisito básico e indispensável para a agricultura sustentável em áreas de caatinga parece ser o abandono definitivo de práticas de desmatamento e queimadas extensivas, passando a fixar a agricultura, isto é, explorar uma mesma área de solo por períodos prolongados, após a geração e adoção de tecnologias que o permitam.
Uma equipe de pesquisadores da Embrapa Caprinos capitaneada por J. A. Araújo Filho oferece uma proposta de manejo da caatinga que pode servir tanto para a manutenção da sustentabilidade da produção agrícola quanto ao melhoramento da produção pecuária. A caatinga arbórea nativa de valor forrageiro sofreria um rebaixamento de seu dossel (copa) para permitir o melhor aproveitamento pelos rebanhos. Um segundo passo seria o raleamento da vegetação arbóreo-arbustiva, com a retirada das espécies sem valor forrageiro, medicinal ou ambiental, o que permitiria, pela diminuição do sombreamento, uma maior contribuição do estrato herbáceo na produção de fitomassa com valor forrageiro. O enriquecimento da caatinga com espécies introduzidas, notadamente as com alto teor de proteínas e bem adaptadas às condições edafo-climáticas da região seria a terceira etapa deste sistema de manejo.
Discussão - 4 comentários
olá gostei bastante dessas colocações e gostaria de saber como faço para ter acesso a textos como estes. porque estou em fase de Monografia e estou precisando bastante de referencias como estas. Márcia almeida.
Cara Márcia,
O texto que escrevi são resultado de muitos anos de leitura. Para começar, no entanto, você pode procurar nos mecanismos de busca acadêmica, o Google Scholar, por exemplo, por artigos de Everardo V. S. B. Sampaio, Rômulo Menezes, João Suassuna, João Ambrósio de Araújo Filho, Holm Tiessen, entre outros, bem como artigos sobre agricultura em regiões semi-áridas do mundo, por exemplo, na Geoderma.
Sou estudante de Eng. Florestal, e como apreciadora da sustentabilidade associada a produtividade, gostaria de parabenizar o texto acima esclarecido!
Sou estudante de economia e morro no semi-arido, estou querendo fazer minha monografia na area do semi-arido, vcs poderiam me mandar material?