Pequena apresentação de Carlos Pacheco

Bem, em primeiro lugar gostaria de deixar claro a satisfação de fazer parte da comunidade Geófagos. Meu nome é Carlos Pacheco, sou Engenheiro Ambiental e mestre em Solos e Nutrição de Plantas pela Universidade Federal de Viçosa. Atualmente venho cursando meu doutorado também em Solos e Nutrição de Plantas pela mesma instituição.
Atualmente muito se tem falado sobre a questão ambiental. Porém, uma primeira discussão se faz necessária, a diferença entre opiniões de “ambientófilos” e “ambientólogos”. Hora, quais os significados dessas palavras? Bem, os radicais formadores já dizem tudo a respeito, onde a primeira estaria relacionada a “amigos ou simpatizantes do ambiente” enquanto a segunda estaria relacionada a “estudiosos ou profissionais da área ambiental”.  Claro que boa parte dos “ambientólogos” também são “ambientófilos”, mas o contrário nem sempre ocorre. Quando ouvimos comentários acerca de possíveis impactos ambientais de determinado empreendimento temos que processá-los criticamente colocando a nossa “massa cinzenta” para processar. O ambiente pode ser entendido como um triângulo, onde três meios estão nos seus vértices, são eles o sócio-econômico, o físico e o biótico. Resumidamente o sócio-econômico trata de questões relacionadas ao poder de modificação ambiental do “bicho homem”, o físico trata de questões relacionadas aos componentes físicos que nada mais são que a água, o solo e o ar, enquanto que o biótico trata das questões relacionadas à flora e à fauna. Os impactos ambientais, por sua vez, são alterações nas propriedades de um dos três meios causadas pelo homem e podem ser positivos ou negativos. Isso mesmo, existem impactos ambientais positivos também. Nesse sentido posso citar que a geração de empregos e a criação de reservas particulares do patrimônio natural podem ser considerados impactos positivos de um determinado empreendimento, enquanto o aumento no nível de ruídos, alterações para pior da qualidade da água, solo e ar e redução do hábitat de determinada espécie podem ser entendidos como impactos negativos. Bem, exposto isso pode-se concluir que o que se convencionou chamar de “desenvolvimento sustentável” deve, primordialmente, conseguir um certo equilíbrio entre os impactos positivos e negativos nos três meios. Assim, as atividades econômicas tem seus impactos vistos por um “ambientólogo” como resultados dos diversos processos que a compõem, sendo a sua “viabilidade ambiental” determinada pelos “pesos dos impactos”. É como se colocássemos numa balança os impactos positivos e negativos. Se o saldo for positivo para os positivos a atividade é benéfica, enquanto se a balança tender para os impactos negativos a atividade será considerada maléfica. Muitas vezes nos deparamos com opiniões de “ambientófilos” condenando veementemente uma ou outra atividade econômica sem que os impactos sejam colocados na balança. Isso nada mais é do que uma pré-condenação ou um pré-conceito de determinada atividade. O meu objetivo nesse blog é procurar esclarecer algumas situações colocadas pelos leitores e dentro do possível torná-los “ambientólogos”, o que de maneira alguma os farão deixar de serem “ambientófilos”, muito pelo contrário, à medida que se conhece os processos envolvidos com a questão ambiental maior tendência os leitores terão de se tornarem amantes das ciências ambientais. Espero que nossas discussões sejam construtivas, tratando multidisciplinarmente as questões ambientais, como por essência elas devem ser. Obrigado pela atenção de vocês leitores e até uma próxima jornada.

Discussão - 2 comentários

  1. Larissa disse:

    Concordo plenamente... a quantidade de emails que recebo falando de abaixo assinados contra hidroeletricas, termoeletricas e outras obras... devemos pensar nos 3 vertices e encontrar o equilibro.

  2. Adonias Soares disse:

    infelismente para se ter um impacto ambiental positivo será necessario ter um negativo antes, sendo assim o impacto positivo é "tolo". É como se dessemos um soco na cara de alguem e depois colocassemos gelo.

Envie seu comentário

Seu e-mail não será divulgado. (*) Campos obrigatórios.

Categorias