Nicolelis, Nordeste e Nobel

Como algum desejado leitor fiel deve ter percebido, temos mudado um pouco o “perfil” dos textos publicados no Geófagos. Além de meramente educativos, nossos posts têm agora procurado sugerir soluções. Semana passada, neste post, sugerimos como alternativa para o real avanço da região Nordeste o abandono de tentativas destinadas ao malfado, como a agropecuária em regiões sobre embasamento cristalino, e a conversão da região em pólo científico e tecnológico, como o que acontece embrionariamente na UFCG, em Campina Grande. Além de ter nascido e crescido na região, observando-a e meditando alternativas, tenho sido influenciado também pelas ações do neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis, fundador do Instituto Internacional de Neurociências de Natal, que, depois de atingir sucesso e prestígio profissionais internacionais, resolveu adotar o Nordeste como sede de seu Instituto e tem, como nós, a idéia de transformar a região em algo como o Vale do Silício, na Califórnia. O Jornal da Ciência acaba de publicar este texto sobre Nicolelis e sua caminhada irreversível para o Nobel. Não nos ufanemos demasiadamente no entanto: Nicolelis é brasileiro, formou-se e doutorou-se no Brasil, mas só teve condições de se mostrar ao mundo porque universidades americanas viram e gostaram de seu trabalho, a ponto de lhe criarem um laboratório próprio, com seu nome. O Brasil não lhe deu condições para aqui trabalhar e produzir o que tem produzido, mas, tenho certeza, as “autoridades” se apressarão em dividir os louros, quando vierem. E continuarão sem concordar que o país não precisa mais de políticos, mas de cientistas.

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