Uma introdução à origem dos solos II

Para qualquer especialista em algum ramo do conhecimento científico, ou melhor, para qualquer especialista, deve parecer frustrante o desconhecimento dos leigos, a falta de interesse até. Para aqueles realmente engajados em sua área de conhecimento, não deve ser incomum a impressão de que o que falta é uma divulgação adequada do assunto para tornar qualquer adolescente apático em um aficionado. Para mim tem sido muitas vezes frustrante a indiferença sarcástica quando informo ser um especialista em solos, as pessoas parecem pensar que sou um doutor em poeira ou, talvez, em nada. Tenho encontrado até mesmo agricultores quase indignados ao presenciarem um pedólogo examinando um perfil de solo, como se isto fosse uma atividade indigna de um homem crescido. O problema parece ser conceitual. Para a grande maioria, a palavra solo invoca algo muito diferente do que imagina um cientista do solo. Para o público leigo, solo é terra, é poeira, é meramente o chão, um suporte para os pés e para plantas. Não é algo que mereça estudos, não é sequer tridimensional, é uma superfície monótona. Para um cientista do solo, seu objeto de estudo é um corpo complexo, rico de informações, vivo e suportando uma infinidade de seres vivos, incluindo nós mesmos. Para nós, especialistas, não há um solo, há solos. Esta entidade é tão complexa e variável no tempo e no espaço que merece um sistema de classificação. Sim, existe um Sistema Brasileiro de Classificação de Solos, assim como existe um americano, o mais usado internacionalmente e chamado Soil Taxonomy, existe um sistema francês, um russo e até um internacional, da FAO. O Sistema Brasileiro de Classificação de Solos inicia sua conceituação de solo desta forma: “O solo que classificamos é uma coleção de corpos naturais, constituídos por partes sólidas, líquidas e gasosas, tridimensionais, dinâmicos, formados por materiais minerais e orgânicos que ocupam a maior parte do manto superficial das extensões continentais do nosso planeta, contém matéria viva e podem ser vegetados na natureza onde ocorrem e, eventualmente, terem sido modificados por interferências antrópicas.” Este trecho é riquíssimo em possibilidades interpretativas, mas gostaria agora de chamar a atenção para o termo tridimensional. O solo não é apenas superfície, ele tem profundidade, tem três dimensões. Continua o texto: “Quando examinados a partir da superfície [os solos] consistem de seções aproximadamente paralelas – denominadas horizontes ou camadas – que se distinguem do material de origem inicial, como resultado de adições, perdas, translocações e transformações de energia e matéria”. Estas seções aproximadamente paralelas à superfície, os horizontes ou camadas, são melhor exemplificadas na imagem abaixo:

Perfil de Espodossolo

A fotografia mostra um perfil de um exemplar da classe dos Espodossolos, que tipicamente apresentam horizontes claramente individualizados. Isto, obviamente, nem sempre ocorre e não é incomum a descrição de solos cujos horizontes não são tão claramente discerníveis.

Discussão - 5 comentários

  1. juliana disse:

    gostei bastante o site e muito informativo

  2. Dilma rouceff disse:

    ouuuuuuu
    num tem nada a vê com uuu qi eu quuero sab}Ê
    nao vote em mim !!!
    nem no lula (molusco)
    kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk!!!!!!!!!!!!!!!!
    bjinho

  3. Laryssa disse:

    Não achei muito espicifico, mais obrigada =D

  4. Lety Ross disse:

    Otimo!!!
    é muito imformativo..
    Parabéns!!

Deixe um comentário para Lety Ross Cancelar resposta

Seu e-mail não será divulgado. (*) Campos obrigatórios.

Categorias