A desinformação e o efeito estufa
Imagino que os defensores de uma causa qualquer em geral sentem-se felizes quando alguma celebridade (ou até mesmo um número grande de não celebridades) lhes adota fervorosamente a causa. Não sei se é um erro comum a outras pessoas, mas até há pouco eu achava que para se apoiar qualquer coisa, ou combatê-la, era necessário entendê-la. Triste engano. Durante a semana que passou pude testemunhar dois casos bem claros do que estou falando: no meio da semana vi um membro de uma ONG de conservação da natureza no Pará vangloriar-se de um projeto de lei estadual que não só proibia o plantio de cultivos transgênicos como também a realização de pesquisas com organismos geneticamente modificados. Nada mais mais medieval seria possível, no puro estilo inquisitorial adotado pelos eco-idiotas. No fim de semana vi uma modelo tentar defender seu vegetarianismo como uma atitude individual contra as mudanças climáticas globais. Até aí tudo bem. Mas quando perguntada sobre como esta atitude, e outras semelhantes, poderiam ajudar, mostrou completa ignorância sobre o assunto e até do que seria realmente o tal aquecimento. Ela adotou a causa porque achou que era “do bem”. Céus! Não é só divulgar, a plenos pulmões, Ciência, mas também o modo científico de avaliar o mundo, as questões, as opiniões. Incrivelmente ainda há os que não só combatem tecnologias pela escassez de conhecimentos sobre a mesma, combatem a pesquisa sobre o assunto, que poderia esclarecer as dúvidas. Digam-me, de que forma se pode ser mais estúpido do que isso?
Ítalo M. R. Guedes
Discussão - 4 comentários
Fácil..! Invadindo uma área onde se mantém os resultados de anos de estudo e destruir tudo…
Os “sem-qualquer-coisa” adoram destruir frutos de pesquisa…
Ser mais estúpido é difícil mas certamente possível.
Já é ruim suficiente ser uma modelo que não sabe do que está falando, mas ainda pior é ser a menina que fica em casa vendo TV e passa a partilhar da mesma opinião por nenhum motivo senão ter visto uma pseudo-celebridade, em rede nacional, divulgando suas idéias “do bem”.
Ridículo.
(esse CAPTCHA tá de lascar!)
Igor e Will,
Concordo plenamente com vocês. Infelizmente, os formadores de opinião não necessariamente sabem sobre o que opinam e qual o alcance de seu blá-blá-blá autopromocional. Vivemos sob a ditadura da mediocridade. Will, já comentei em algum lugar sobre isso que você falou, é nossa herança inquisitorial ibérica.
Eis o grupo de pessoas que está mais interessado no status da ciência, ou do protesto contra ciência do que nos fundamentos que baseiam a tomada de idéia. Acho que cai na mesma categoria de quem prefere o produto X porque Einstein usava…