O modismo ambiental e a educação superior brasileira

Corriqueiramente venho observando a invasão do termo ambiental em cursos superiores brasileiros. Muitos desses já consagrados e outros nem tanto vêm incorporando em seus nomes tal termo com uma série de objetivos, nos quais o único não existente é a preocupação com a preservação e/ou conservação ambiental. Pra ser bem honesto, na minha opinião a maioria desses tem o feito com um só objetivo, a atratividade que o termo hoje gera. O resultado é a atração de vestibulandos interessados no tão falado mercado de trabalho aquecido da área ambiental. Com relação a essa questão quero tecer alguns comentários. Primeiro sinto-me no dever de mais uma vez colocar que as questões ambientais são multidisciplinares, portanto, todos têm o seu espaço. Em segundo lugar o fato de inserir ao nome do curso termos como ambiental, meio ambiente, gestão ambiental, etc… por si só não fazem desses formadores de bons profissionais. É preciso muito mais que isso, é preciso profissionalismo, é preciso estrutura e tambem é preciso uma grade de disciplinas, além de docentes preparados e compromissados com a formação de tais profissionais. Tem-se observado o aumento assustador de cursos criados ou reformulados nesses moldes e isso é sim preocupante. Faz-se necessário que o Ministério da Educação e os conselhos federais e estaduais de classes se manifestem com relação a essa prática ou será necessário, e isso não está muito distante, acionarmos o Procon contra a propaganda enganosa de muitos desses cursos superiores no Brasil (Obviamente essa última colocação tem um tom irônico). Presenciei recentemente uma discussão entre colegas onde discutia-se a incorporação de disciplinas na área ambiental em cursos já consagrados em universidades brasileiras também já consagradas. Fiquei assustado com os teores das colocações de profissionais experientes na educação superior, vários deles com mestrado, doutorado, pós-doutorado, etc. Diversas vezes os ouvi dizer que gostariam de tais disciplinas pra esse ou aquele curso apenas para constar no currículo pois isso os permitiria concorrer às muitas vagas existentes para a área ambiental. É verdade que opiniões preocupadas com a qualidade de tais disciplinas também foram colocadas mostrando que alguns ainda apresentam bom senso e responsabilidade profissional. Mas infelizmente, ao que percebo, essas opiniões são excessões à regra. É preciso ter-se mais responsabilidade com a educação superior brasileira pois o objetivo final da mesma é formar-se profissionais que, por sua vez, farão parte do desenvolvimento do país.
Carlos Pacheco

Discussão - 4 comentários

  1. Alexandre disse:

    Pacheco,
    realmente isso ocorre com freqüência, mas o que mais precisamos, sem dúvida, é da moralização dos profissionais.
    Ri demais com a questão do Procon.
    Abraço,
    Alexandre

  2. geofagos disse:

    Grande Tangará,
    Também creio que o caminho passa pela moralização dos profissionais. Infelizmente isso ainda está um pouco distante, mas a esperança é a última que morre.
    Quanto ao Procon, esse foi o objetivo.
    Abração.

  3. isso e muito importante cuidar da saude da familia,porque se não cuidar pode morrer de uma doença grave ou ficar enternado por resto da sua vida,porisso que devemos cuiadr bem da nossa saúde,se não podemos morrer de doenças graves.
    e muito importante mesmo se não cuidar pode morrer porisso que eu falo cuide bem da sua saúde?

  4. Luiz Bento disse:

    Uma coisa que realmente me chateia é a utilização do prefixo ECO para qualquer coisa. ECOtaxi, ECOpneus, dentre outros. Além de má utilização do termo é uma falta de criatividade absurda...

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