Resolução CONAMA 420/2009

Há muito venho criticando a forma como o compartimento ambiental solo é tratado pelos órgãos responsáveis pela área ambiental não só no Brasil, mas no mundo. Minhas críticas até então vinham sendo conduzidas, principalmente, frente à falta de políticas públicas visando planejamento, conservação e até mesmo preservação desse recurso, tão importante não só como meio de cultivo de alimentos e meio de sustentação de obras, mas também como parte do ciclo hidrológico e de outros ciclos tão importantes para a manutenção da qualidade de vida e da própria existência de vida no planeta, como o do carbono, do nitrogênio, do fósforo, do enxofre, etc…
Bem, mas não é o caso de “teorizar” sobre a importância ambiental do solo. Pelo menos não nesse post. Muito menos é caso de criticar. Estou hoje aqui para elogiar e corrigir o título do meu último post, “Mais um ano de fiascos”. Confesso que até a escrita desse último eu não tinha conhecimento a respeito da publicação da resolução do Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA) de número 420. Ela foi publicada no dia 28 de Dezembro de 2009 e “dispõe sobre os critérios e valores orientadores de qualidade do solo quanto à presença de substâncias químicas e estabelece diretrizes para o gerenciamento ambiental de áreas contaminadas por essas substâncias em decorrência de atividades antrópicas“. Tal resolução mostra que o ano, apesar de muitos fiascos, não foi somente deles.
Críticas à parte, a resolução é um avanço sem tamanho para o reconhecimento da ciência do solo como, também, parte das ciências ambientais no Brasil. Bem ou mal é uma primeira tentativa oficial e nacional de propor efetivamente dados para consulta sobre degradação química de solos e suas consequências. O passo mais difícil foi dado. A partir de agora é aperfeiçoá-la e fazer com que ela, cada vez mais, se aproxime da realidade.
A resolução pode ser vista e obtida através do endereço eletrônico http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=620.
Até a próxima…

Discussão - 5 comentários

  1. manuel disse:

    Caro Carlos Pacheco
    Em primeiro lugar,a minha satisfação por o ver,de alguma maneira,também de volta,como o Ítalo,depois do seu ultimo até à próxima.Mas todos temos de compreender que o Carlos,nas suas novas e exigentes funções de Professor, tem mais que fazer.
    Depois,felicitá-lo pela defesa do solo,esse bem único,que deve ser muito acarinhado. O cultivo sem ele não chegaria para cada vez maiores encomendas. Seria o fim.
    Muito boa saúde,Carlos,e,já agora,até à próxima.

  2. Olá Carlos!
    Sim, é um avanço. Agora espero que no final do próximo ano possamos ler algo parecido sobre o reconhecimento da degradação física do solo, além da química (contaminação).
    Grande abraço!
    Flávia.

  3. Oi Flávia e Manuel,
    Pois é, finalmente, legalmente, estão dando a real importância que esse compartimento ambiental tem. Espero que continuemos assim, com a elaboração de novas resoluções.
    Abraços,
    Pacheco

  4. Cristiano disse:

    Realmente necessário uma normatização sobre: "critérios e valores orientadores de qualidade do solo...".
    Mas acredito que quanto a qualidade do solo o CONAMA pode ir bem além.
    Pois, faz-se necessário oficializar (normatizar) valores referenciais para atributos químicos, físicos e biológicos.
    Quando isso ocorrer de forma bem definida e consolidada diminuirá em muito "as pesquisas sem pés nem cabeças de gentes que se dizem e intitulam cientistas e são aceitos como tais"; ou seja, implicando assim em muita econômia de dinheiro público.

  5. Cristiano de S. Marchesi disse:

    Realmente necessário uma normatização sobre: "critérios e valores orientadores de qualidade do solo...".
    Mas acredito que quanto a qualidade do solo o CONAMA pode ir bem além.
    Pois, faz-se necessário oficializar (normatizar) valores referenciais para atributos químicos, físicos e biológicos.
    Quando isso ocorrer de forma bem definida e consolidada diminuirá em muito "as pesquisas sem pés nem cabeças de gentes que se dizem e intitulam cientistas e são aceitos como tais"; ou seja, implicando assim em muita econômia de dinheiro público.

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