Conservação do solo no Paraná

Notícia publicada pela Agência Estadual de Notícias, do Paraná:
‘Uma normativa para o uso de solos em todo o Estado foi lançada pelo governador Orlando Pessuti nesta sexta-feira (3) em Campo Mourão. O evento fez parte de um seminário estadual sobre o manejo e a conservação das terras agrícolas paranaenses. Entre os objetivos da resolução está diminuir as perdas com a erosão e dar suporte para os técnicos que fiscalizam o plantio poderem cobrar e multar quem não segue os preceitos da normativa.
O encontro contou com a presença do secretário da Agricultura e Abastecimento, Erikson Camargo Chandoha, representantes do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea), da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), engenheiros agrônomos e chefias de todos os Núcleos Regionais da Seab.
O governador Orlando Pessuti disse que a luta deve ser de todos. “Fico indignado quando vejo processos erosivos devido ao manejo inadequado. Eu que nasci e cresci na roça; sei o que é perder o solo e contaminar os rios. O agricultor tem um compromisso com a vida, ele cuida do que é essencial da água, do alimento e da qualidade do ar”, destacou.
O secretario Chandoha explicou que agora essa é uma prioridade. “Quando assumi, disse que não criaria novos programas, pois o que temos é muito bom. Mas teríamos a retomada das boas práticas. O que buscamos principalmente é a excelência do plantio direto.”
O evento serviu de alerta sobre a qualidade do solo e a importância do manejo correto do mesmo. O engenheiro agrônomo da Emater, coordenador do programa de gestão ambiental em microbacias, Oromar João Bertol, a erosão hoje está voltando a ser um problema no estado.
“Estamos enfrentando a perda de solos, água e as lavouras também perdem com isso. Isso aumenta o custo e diminui a produção do trecho que sofre com a erosão. Mas o problema vai além de apenas perdas econômicas para o produtor. O assoreamento é uma das consequências desse descaso. A água é um recurso importante para toda a sociedade”, ressalta Bertol.
Um dos organizadores do seminário, Erich Schaitza, secretário executivo do Programa de Gestão Ambiental Integrada em Microbacias, explicou que essa medida não é algo novo, é uma retomada das boas práticas que foram deixadas de lado ao longo do tempo.
“O Paraná já foi referência na qualidade e conservação dos solos, mas mudou. Mudaram os maquinários, o sistema de plantio e a sociedade não renovaram as boas práticas. Quando tivemos a troca de secretaria, uma das prioridades foi a volta da discussão em torno do manejo. O bom é que a visão de que é preciso mudar o que se tem hoje vem de vários setores, tanto públicos como privados”, diz.
Segundo ele, a região foi referência no correto manejo e tem grande importância ainda hoje. “Não há como negar o potencial da região de Campo Mourão. Até por isso, esse evento está sendo realizado aqui”, explica Schaitza. Ele lembrou que agora com a normativa o Estado vai poder cobrar as boas técnicas de manejo.
“O produtor pode se recusar a seguir o que determina a normativa, mas agora temos a base técnica para cobrar e multar. Todos estarão avisados, até por isso reunimos a parte técnica, as cooperativas, entre outros. Para que a informação chegue aos produtores. É uma ajuda também aos fiscais que atuam nas regionais”, afirma Schaitza.
O engenheiro agrônomo e professor Marcos Vieira lembrou que o encontro não pode ficar apenas na conversa. “O seminário já é uma conquista, mas o que a gente espera mesmo e que seja o gatilho que detona as ações futuras. Para que todos se preocupem mais em reverter a perda de qualidade do solo”, pondera.
De acordo com o engenheiro, os problemas com a erosão são cada vez mais uma triste realidade. “Só não temos problema agora porque não está chovendo. Com a seca não temos erosão, mas é a chuva vir com esse manejo inadequado que muitos estão tendo que os problemas ficarão evidentes”, finaliza.
Para o presidente do Crea PR, José Cabrini Junior, o evento e o regulamento não são novidades no Estado. “A questão do manejo começou em Campo Mourão e foi se espalhando. Hoje o que buscamos retomar é uma tecnologia nossa, queremos uma agricultura forte”, coloca.’

Discussão - 3 comentários

  1. Clarissa disse:

    A iniciativa é importante. Espero que essas ações sejam mesmo implementadas e sirvam de exemplo para outros estados e regiões do país.
    As pessoas em geral não têm idéia da importância da conservação do solo, nem do potencial que as atividades humanas possuem de causar perdas do solo ou dos impactos que isso tem em outros setores.

  2. Biorad disse:

    Antes tarde do que nunca!!!

  3. zymed disse:

    Já era sem tempo, né!!!!

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