Vida de silício

Na última sexta-feira ultrapassei mais uma etapa do doutorado: qualifiquei-me. Um dos tópicos de minha qualificação foi a possibilidade de o silício substituir o carbono como principal elemento estrutural dos seres vivos. Meu projeto de tese de doutorado é sobre produção de biominerais de sílica em plantas, principalmente cana-de-açúcar. Estes biominerais, geralmente chamados de fitólitos (pedras produzidas por plantas, em grego) têm um papel importante nos ciclos biogeoquímicos do planeta, inclusive no ciclo do carbono, tão discutido em tempos de excesso de CO2. Interessantemente, os seres vivos responsáveis pela maior produção de biominerais de silício, as algas unicelulares fitoplanctônicas conhecidas por diatomáceas, são grandes fotossintetizadoras, ou seja, seqüestradoras de carbono, pelo menos no curto prazo. O silício e o carbono são elementos químicos muito semelhantes, pertencem ao mesmo grupo na tabela periódica, mas apesar de o silício ser muito mais abundante na crosta terrestre, o carbono é o principal componente dos seres vivos, principalmente por possuir algumas propriedades químicas que o silício não possui. Algumas espécies no entanto têm ao longo da evolução aprendido a produzir estruturas de silício em seus organismos de uma forma metabolicamente mais barata do que se produzissem com carbono. Além disso, vale lembrar que os vegetais superiores modernos são provavelmente descendentes de cianobactérias (algas verde-azuladas), também organismos unicelulares fitoplanctônicos fotossintetizantes, como as diatomáceas. Para se pensar.

Discussão - 1 comentário

  1. Anonymous disse:

    Interessante seu blog. Um pouco especifico, poderia ser mais abrangente...Poderia me enviar uma definição de biominerais? Complicado achar uma definição!!Obrigado!!Diogo Eberhardtdiogone@yahoo.com.br

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