A hora do planeta no Brasil, iniciativa sem sentido?

Por Carlos Pacheco
Parece-me que as duas últimas semanas marcaram o “renascimento” do “terrorismo ambiental” no Brasil. Todos sabemos das repercussões dadas, pelo grande público, aos programas apresentados pela grande mídia, principalmente aqueles veiculados em programas já consagrados. Alguns desses programas iniciaram há algumas semanas um bombardeio de informações sobre o aquecimento global e suas consequentes mudanças climáticas. Diga-se de passagem, grande parte dessas informações ainda sem respaldo científico algum.
Como já comentei em outros posts aqui publicados, é preciso que sejamos criteriosos ao discutir-se assuntos tão importantes e com consequências tão sérias. Trabalhar como “lobistas” do tempo não levará a resultados positivos e sim, a um grande alarmismo sem fundamentação adequada e com resultados práticos duvidosos.
Tome-se por exemplo a Hora do Planeta. Qual o sentido de apagar-se as luzes em um país cuja energia elétrica gerada é “essencialmente limpa”? Honestamente não sei. Para ser sincero até vislumbro algo no sentido de chamar atenção, mas nenhuma ação econômica efetiva. Seria mais lógico uma grande mobilização nacional pelo combate ao desmatamento, não só da Amazônia, mas também do Cerrado, da Mata Atântica, etc… Ações contra o uso abusivo de automóveis, contra o consumismo exarcebado e, principalmente, a favor da modernização e do uso do transporte público também seriam muito mais efetivas do que acompanhar os “modismos ambientais mundiais”. Talvez eu esteja equivocado em chamar tal ação de modismo ambiental, até porque, no exterior, tal ação é mais plausível, sobretudo em grande parte dos países desenvolvidos, cuja energia provém de matriz “suja” (queima de combustíveis fósseis, em geral).
É preciso que falemos menos e ajamos mais. Precisamos entender melhor o que está acontecendo e aí sim tomarmos atitudes adequadas. É óbvio que o consumismo exagerado tem que ser combatido. É óbvio também que necessitamos mudar alguns de nosos hábitos diários. Isso todos sabemos. Entretanto, ainda temos dúvidas básicas a respeito dos fenômenos do clima. Talvez a maior delas é saber se o aquecimento é ou não antropogênico ou, ainda, qual a porcentagem de culpa de cada uma delas. Outras tantas dúvidas existem. O que se sabe é que ainda é muito, mas muito cedo mesmo para atribuírmos culpa única e exclusivamente à vertente antropogênica.
Portanto eu digo, estudemos mais, leiamos mais, pensemos mais e pesquisemos mais. Após esses pequenos exercícios estaremos preparados para combater, efetivamente, o que estar por vir. Estaremos também melhor preparados para reduzir nossa vulnerabilidade em relação a tais fenômenos. Enfim, sejamos mais “ambientólogos” e menos ambientalistas.

O Auto da Barca do Inferno: Uma Referência

Por Elton Luiz Valente

No próximo dia 12 comemora-se o bicentenário de nascimento de “Tio Charles” (Darwin) e 150 anos da publicação de sua grande obra A Origem Das Espécies. Para a Comunidade Geofágica, esta é uma data festiva e de altíssima relevância histórica, principalmente para a História da Ciência.

Estive neste fim de semana em Belo Horizonte. Não resisti à tentação de assistir ao filme O Dia Em Que a Terra Parou, uma adaptação rasa (para não dizer plana, com ligeira inclinação para o ralo) do original de 1951, que já não era lá grande coisa, mas pelo menos tinha a Guerra Fria como trunfo (o enredo da canção homônima de Raul Seixas é muito mais plausível).

Ora direis, e daí? O que tem a ver uma coisa com a outra? Darwin, o filme, O Auto da Barca do Inferno (de Gil Vicente) e os propósitos primevos do Geófagos? Vamos lá!

O “quase misterioso” Gil Vicente encenou O Auto da Barca do Inferno pela primeira vez em 1517, em Lisboa, Portugal. A peça é uma crítica impecável às organizações sociais humanas. Uma obra prima. Portanto, Gil Vicente é considerado o fundador da moderna dramaturgia em língua portuguesa. A peça é uma alegoria dramática do julgamento das almas. Há duas barcas à espera: uma, a que vai levar a maior parte dos julgados, é guiada pelo próprio Diabo, a outra é guiada por um Anjo. Entre os “réus” há figuras “ilustres” da sociedade. Ou seja, figuras tacanhas, cuja “relevância” está em promover os vícios que corroem a humanidade.

Quanto ao filme O Dia Em Que a Terra Parou (em ambas as versões), a humanidade é, ela própria, retratada como o seu maior inimigo. Em tempos de “aquecimento global”, esse argumento (citando Erich Remark) não traz ‘nada de novo no front’. Já discutimos no Geófagos que a Terra não precisa de ninguém para “salvá-la”, ela se salva sozinha, sempre foi assim, ela é auto-regulável. Nós é que precisamos nos salvar de nós mesmos.

Darwin nos deu, senão a maior, pelo menos uma das maiores contribuições neste sentido. Mas o homem tem um problema freudiano com a evolução. O homem se recusa a aceitar que não é “a obra máxima” da criação de Deus, menos ainda da Natureza. Note-se que para ser a obra máxima da criação precisa-se de um criador, de uma figura patriarcal, que se encaixe perfeitamente em um universo de dimensões imagináveis, que esteja ao alcance de nossa compreensão demasiadamente humana, urdido em um enredo de epopéia maniqueísta. Como “constante de ajuste”, encaixa-se nessa equação a hipocrisia (pois todos têm necessidades forjadas na evolução das espécies e muitas destas necessidades são conflitantes com as “determinações do criador”).

Daí, Tio Charles, cujas armas são argumentos embasados na razão, na lucidez e no bom senso, não tem como lutar, muito menos vencer, essa batalha que é travada no terreno das freudianidades humanas. Se fossem superados esses vícios freudianos e essas ilusões, talvez pudéssemos, quem sabe, chegar ao super-homem de Nietzsche.

Platão tentou nos tirar da caverna uma vez. Darwin, com toda sua sabedoria, humildade e boa vontade nos deu uma enorme contribuição neste sentido. Nenhum teve êxito. Ou seja, enquanto isso vamos nos apertando, nos acotovelando na ante-sala da Barca do Inferno. Pois ninguém vai nos salvar de nós mesmos. É uma empreitada inglória, de teor quixotesco, tentar salvar quem não quer ser salvo.

 

O aquecimento não é o único problema ambiental relevante

Eu não tenho dúvidas de que o maior problema das Ciências Ambientais, hoje em dia, é que elas passaram a ser tratadas como “Religiões Ambientais“. Os dogmas imperam, as decisões (pelo menos parte delas) têm sido tomadas com base em fé e não em dados concretos. É como disse anteriormente, quem vai contra é tratado como um pecador perante um tribunal de inquisição católico.
 
O pior é que atitudes como essas acabam fomentando os questionadores da “problemática ambiental”, ou mesmo os aproveitadores dela. Essa questão de crédito de carbono, por exemplo. Ela é tão ridícula que hoje é mais fácil você receber créditos caso desmate uma área e implante uma “floresta” de eucalipto do que quando o cidadão preserva a mata nativa.
 
A discussão das causas do aquecimento global também desviam o assunto em pelo menos dois sentidos preocupantes. O primeiro, refere-se ao não combate à vulnerabilidade das populações aos efeitos das mudanças climáticas (já que o aquecimento global, atropogênico ou não, é um fato consumado). O outro é bater na tecla do aquecimento e esquecer-se por completo das questões toxicológicas das emissões industriais. Ao invés de discutir-se tais aspectos, o que observa-se é uma verdadeira guerra de “egos”, onde as duas vertentes preferem ficar discutindo quem está com a razão do que tomar medidas realmente efetivas.
 
Outras questões também podem ser colocadas, uma delas é o caso Amazônia. A mídia e os políticos desviam toda a atenção para o “pulmão do mundo” enquanto o cerrado, aí no Centro Oeste, é devastado sem dó nem piedade. A Mata Atlântica então coitada, é melhor nem comentar. E Norman Myers há algum tempo já definia esses dois ecossistemas como hotspots (áreas de conservação e preseração prioritárias). E a questão do saneamento básico? Os lixões continuam  aí pelo país. Órgãos ambientais estaduais e federais se gabam por implantarem aterros “controlados” (que nada mais são que enterros de lixo, uma vez que o tratamento de efluentes não existe nesse tipo de aterro). Tratamento de esgoto efetivo está longe de ser uma realidade na maior parte dos municípios. 
 
Enfim, ficaria escrevendo por mais um bom tempo aqui, mas vou parar. Acredito que só tratando as questões ambientais cientificamente, e não religiosamente, é que pode-se chegar a resultados práticos satisfatórios. Continuando como está, muito me preocupa o futuro da humanidade (não do planeta).
Carlos Pacheco
 

Um desafio – Parte final: Aquecimento global antropogênico ou não? Uma questão ainda sem resposta.

Por motivos pessoais e profissionais precisei me afastar do Geófagos nos últimos dias. O tempo foi bom pois pude aprofundar um pouco mais nas questões referentes ao aquecimento global antropogênico. Os estudos foram bem proveitosos, entretanto, as conclusões que tirei foram um tanto quanto desanimadoras. Além de ver novamente o documentário que deu origem a essa série de posts, pude ler o “A fraude do esfeito estufa” de Kurt G. Bluchel, alguns artigos e também alguns capítulos de livros textos sobre Geologia e Climatologia. Resolvi encerrar logo esse assunto. Colocarei aqui minhas opiniões sobre argumentos de ambos os lados, favoráveis e contra a teoria.
Para início de conversa os links do documentário são esse, esse, esse, esse, esse, esse e esse. Estou colocando somente os links do vídeo por dois motivos, quais sejam: (1) para não sobrecarregar o post e; (2) porque fui alertado sobre os riscos de inserir vídeos produzidos por grandes canais sem autorização dos mesmos.
Confesso que alguns dados me impressionaram. Deixando de lado algumas convicções pessoais e assumindo verdadeiros os dados apresentados nas fontes consultadas, observei claramente a forte influência da forçante natural no aquecimento global. Observando as curvas de CO2 x temperatura e Atividade Solar x temperatura, exibidas no documentário, isso fica evidente. As segundas se correlacionam de maneira muito mais satisfatória do que as primeiras. Essas curvas, mostradas na figura 1, exibem dados relativos ao último século. A curva com dados simulados dos últimos 600000 anos, como pode ser visto na terceira parte do documentário, também apresenta uma boa correlação.
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Figura 1: Curvas CO2 x temperatura e Atividade solar x temperatura.
O argumento que fenômenos de aquecimento e resfriamento globais estão constantemente ocorrendo também é verdadeiro. A suposta entrada do globo em uma era natural de aquecimento também o é. Observe na figura 2 que o comportamento do clima ao longo do tempo geológico é cíclico e está relacionado à formação e desagregação de supercontinentes. O período de separação e amalgamação é quente, enquanto que períodos de junção e de estabilidade do supercontinente são marcados por eras glaciais. O final dos períodos quentes são acompanhados de uma queda brusca na temperatura e uma mini-glaciação e posterior elevação da temperatura durante um curto período de tempo. As causas desse comportamento ainda são desconhecidas e antecedem a era glacial propriamente dita (um elevado período de frio intenso). Caso o clima esteja seguindo seu curso normal, de acordo com o modelo proposto pelo geólogo australiano J. J. Veevers, estamos na ascenção, quase inicial, da curva que representa uma era interglacial quente. Esse período quente, segundo previsões, deve durar alguns milhares ou dezenas de milhares de anos. A nova era glacial é esperada para algo por volta de oitenta milhões de anos. É importante frisar que cada ciclo dura aproximadamente 400 milhões de anos e, a figura 2, refere-se aos três últimos ciclos correspondentes aos supercontinentes Rodínia (1 bilhão de anos), Pannótia (600 milhões de anos) e Pangea (250 milhões de anos), conforme mostrado na figura 3.
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Figura 2: Modelo proposto por Veevers para explicar a variação climática ao longo dos últimos 1,1 bilhão de anos. Fonte: Decifrando a Terra.
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Figura 3: Três últimos supercontinentes ao longo da evolução do planeta. Fonte: Decifrando a Terra.
Por outro lado, parece-me que os adeptos ao aquecimento global não antropogênico por vezes “esquecem” que o clima é resultado da combinação de diversos fatores e não apenas da atividade solar ou de outros fatores isolados. Além de variações na atividade solar, a composição da atmosfera (gases estufa por exemplo), alterações nas posição e níveis de continentes e oceanos, níveis dos mares e causas extra-terrenas, entre outros, também influem sobremaneira. Por exemplo, de nada adianta um elevado aporte de radiação de onda curta solar se não houver gases estufa suficientes para reter as radiações longas (infravermelhas) refletidas pela superfície do planeta.
Outras afirmações, como a temperatura deveria ser mais alta na alta troposfera do que na baixa troposfera entram em conflito com colocações dos próprios cientistas entrevistados. Eles criticam o IPCC por basear seus relatórios na simulação por modelos. Mas essas afirmações também são baseadas em modelagem. Logo, por uma questão de coerência, ela não deveria ser levada em consideração por eles.
Quanto ao CO2 aumentando posteriormente à temperatura, é uma questão válida, mas não fundamental. Em uma rápida corrida de olho nos gráficos, observei alguns períodos cuja temperatura eleva-se antes dos níveis de CO2 e outros que esses últimos antecedem a temperatura. É uma questão óbvia, uma vez que são fenômenos intimamente interligados. Por exemplo, um aumento na temperatura significa menor difusão de CO2 no grande reservatório dele, os mares. Consequentemente, maiores teores de CO2 serão liberados para a atmosfera. Além disso, também maiores níveis de decomposição de matéria orgânica podem ser alcançados, elevando o aporte atmosférico de dióxido de carbono. Já o efeito estufa, eleva a temperatura por meio da maior absorção de raios infravermelhos por gases estufa.
Já algumas outras afirmações dos não adeptos à teoria podem ser classificadas, minimamente, como esdrúxulas. Imaginem que pérolas como o elevado aporte de CO2 pode ser a solução para a fome mundial pois favorece a fotossíntese ou não haverá extinção de espécies devido ao aquecimento global e sim, favorecimento das mesmas, foram encontradas por mim durante a pesquisa. Fato é que, se as condições permanecerem ótimas, a fotossíntese realmente é favorecida por incrementos nos níveis de CO2. No entanto, o processo é mais complexo que isso e dependente de outros fatores. Por exemplo, quando pensamos em produção vegetal para fins agrícolas, também devemos lembrar da necessidade de nutrientes, disponibilidade hídrica, controle de pragas, entre outras. E grande parte dessas questões estão ligadas ao clima, portanto, tem que se considerar também quais as mudanças deido ao aumento dos níveis de gases estufa. Quanto à não existência de extinção de espécies, é melhor nem comentar.
Por outro lado, os defensores do aquecimento global antropogênico devem ser menos dogmáticos. Tratar quem critica a teoria como se fossem pecadores julgados por tribunais de inquisição católicos só trará malefícios à ciência. A discussão é saudável e, quase sempre, leva a conhecimentos mais avançados do que os iniciais. Filosoficamente, é plenamente possível que o efeito estufa realmente leve a significativas elevações das temperaturas médias mundiais, com as significativas mudanças por ele provocado. Entretanto, não acredito que tenhamos dados significativos para provar a real significância de tal efeito. O que é evidente, pois nos outros ciclos climáticos ao longo do tempo geológico não tinhamos o fator homem para verificarmos sua parcela de culpa. Modelos são sim falhos e refletem os dados de entrada, isso é óbvio. Antes de utilizar-se modelos de previsão, é necessário ter dados suficientes para suportá-los e calibra-los. Ou seja, a discussão deve continuar para esclarecer quais os efeitos da ação antrópica sobre o clima e, mais que isso, qual a intensidade dos fenômenos que virão.
Entretanto, acredito que a discussão pura e simples, sem ações prévias, é perda de tempo. O consenso quanto ao aquecimento global e seus efeitos existe. Veja que eu disse consenso quanto ao aquecimento global, não especificando a origem do mesmo. O que não há é um consenso sobre a origem desse aquecimento, se é antrópica ou natural. Acredito na combinação de ambos. Admitindo o consenso, não seria mais óbvio reduzir a vulnerabilidade da população aos efeitos advindos das mudanças climáticas e, ao mesmo tempo, discutir-se a origem e intensidade dos fenômenos que virão? Além disso, a discussão, se as emissões são ou não antropogênicas, principalmente levando-a para sentidos duvidosos como a defesa da sociedade industrial, é desnecessária. Afinal, se ainda não tem-se uma conclusão concreta sobre a participação dos “gases estufa” sobre o aquecimento do planeta, já tem-se informações suficientes sobre aspectos toxicológicos relacionados à poluição atmosféricas. Não obstante, invocar aspectos como a pobreza dos países africanos para justificar a continuidade dos meios de produção atuais me parece uma falta de ética e de humanidade tremenda. Não foi durante a própria sociedade industrial que as desigualdades mundiais aumentaram? Pergunte a um etíope, queniano ou somaliano comum se o século de desenvolvimento industrial trouxe benefícios. A resposta nem precisa ser dada.
Agora para aqueles que ainda duvidam da capacidade da vida em ocasionar grandes mudanças no planeta, sugiro estudarem um pouco o tempo geológico e as mudanças ao longo dele. Por exemplo, a modificação proporcionada pela fotossíntese, transformando uma atmosfera tipicamente redutora em outra fortemente oxidante e as consequências de tudo isso. O oxigênio é, inclusive, tido por alguns autores como o primeiro grande poluente devido às mudanças que ele proporcionou e às extinções ocorridas. E do surgimento da fotossíntese já se foram 2,7 bilhões de anos. Sugiro também ver o tempo geológico em um ano, proposto por Gradstein & Ogg (1996) e exibido em sua versão “aportuguesada” no livro Decifrando a Terra, de Teixeira et al. (2003). Para ter-se idéia da magnitude das mudanças proporcionadas pela sociedade, se transportarmos os acontecimentos ao longo do tempo geológico, toda a sociedade industrial cabe no último segundo do fictício ano.
Enfim, independente da origem devemos combater aspectos que tornam a sociedade atual mais vulneráveis aos efeitos do aquecimento global. A discussão deve continuar e ser levada em termos científicos e não na defesa de interesses, sejam eles ambientalistas ou industriais.
Carlos Pacheco

Um desafio – Parte II

Conforme prometido segue abaixo a segunda parte do documentário do canal 4 britânico sobre a suposta Farsa do Aquecimento Global (é verdade que com alguns dias de atraso, mas, antes tarde do que nunca). Já antecipo que continuo achando o vídeo extremamente radical. O oposto do movimento ambientalista. Algo como Dawkins vs Criacionistas. Os comentários virão posteriormente ao vídeo.

Como já disse anteriormente não sou especialista na área. Uma análise técnica do vídeo pode ser encontrada aqui. Porém, arriscarei algumas opiniões pessoais a respeito de dados apresentados. Procurarei fazê-lo enfocando aspectos diferentes aos aboradados no último link.
Esse segundo vídeo inicia-se com uma, ao meu ver, propaganda favorável à sociedade industrial. Diga-se de passagem um vídeo bem próximo daqueles institucionais apresentados durante visitas técnicas em grandes empresas, por exemplo.
O próprio vídeo diz que, pela teoria do aquecimento global antropogênico, o crescimento industrial deveria causar elevação da temperatura. Relação óbvia entre aumento de emissão dos gases do efeito estufa x elevação da temperatura. Para contestar essa hipótese o vídeo apresenta um intervalo entre 1940 e 1980 (aproximadamente) onde a temperatura global aparentemente decresce. Contraditoriamente esse é um período de crescimento industrial (pelo menos parte dele). Mas algumas considerações devem ser feitas. A primeira delas é relativa à seleção do intervalo de tempo. Quando avalia-se os dados apresentados no vídeo logo percebe-se que a temperatura aumenta significativamente após o período industrial, marcado principalmente por seu início a partir das duas revoluções industriais, entre os séculos XVIII e XIX. Sabe-se também que essas revoluções foram baseadas em combustíveis “sujos”, principalmente o carvão mineral. E sabe-se também que houve uma mudança significativa nos meios produtivos principalmente a partir da segunda revolução, entre 1860 e 1900. Portanto, o gráfico, ao contrário do que é dito no vídeo, apresenta sim uma relação, ao meu ver, clara entre industrialização e elevação da temperatura. A não ser que por uma incrível ação do destino algo, como elevação da atividade solar, apresentou comportamento muito próximo à elevação da atividade industrial.
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Fonte: http://i157.photobucket.com/albums/t63/izzy_bizzy_photo/capture.jpg
Os baixos níveis de emissão registrados por carros e aviões (veículos automotivos) também e citado como um dos aspectos que não se “encaixariam” com a elevação da temperatura no período anterior à guerra. Ora, ora, só “esqueceram”, mais uma vez, de dizer que esse período (entre a segunda revolução industrial e a segunda guerra mundial) foi marcado pela definitiva mudança nos meios produtivos. Foi aí que as máquinas (movidas à carvão inicialmente) definitivamente se tornaram a base dos meios produtivos. 
Como cientista e adorador da ciência, obviamente, não posso descartar a influência de fatores naturais, entretanto, o efeito antropogênico também deve ser levado em consideração. Quanto ao período de declínio da temperatura, os modelos atuais já mostram que ele pode não ter sido tão expressivo. Outros trabalhos ainda mostram que o efeito de aerossóis de sulfato podem ser os responsáveis pelo mesmo. Além disso, tem que se lembrar que o berço da revolução industrial (europa) passava, principalmente entre os anos 40 e 50 por um período difícil, se recuperando da II Guerra Mundial, que ocorreu entre 1939 e 1945. Obviamente, esses fatos tiveram efeito sobre as taxas de crescimento industrial no velho continente.
A simplificação do fenômeno do aquecimento global também é um erro. O documentário frisa demais a relação CO2 temperatura, esquecendo que a teoria é muito mais complexa que isso. Além de outros gases do efeito estufa estarem relacionados com o aquecimento, ainda existem fatores naturais influindo. Existem também, no sentido contrário, outros fatores que podem causar arrefecimento, como os já citados aerossóis de sulfato. É óbvio que o aquecimento é função da interação de todos esses fatores. Descaracterizar um ou outro, visando benefícios duvidosos, na singela opinião desse que aqui vos escreve, é algo sem sentido. Pelo menos isso é esperado no campo científico.
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Em vermelho (Temperatura)
Em azul (níveis de CO2 atmosféricos)
Fonte: http://img529.imageshack.us/img529/4963/semttulokl2.jpg
Em parte do vídeo, um dos entrevistados também deixa a entender que a preocupação com o CO2  pode ser contestada pela quantidade ínfima em que ele está presente na atmosfera. Ora, mas o efeito estufa, tido como um dos pilares para existência de vida na terra, é atribuído à uma assembléia de gases atmosféricos. Vapor d´água, CO2, CH4, etc. Não entendo como não atribuir ao aumento de tais gases uma possível elevação nas temperaturas médias do planeta. Filosoficamente isso é possível. Basta agora saber se cientificamente isso se comprova. Para tal, é necessário que ambos os lados existam, os que acreditam e os que não acreditam na teoria do aquecimento global antropogênico. É necessário confrontar-se os dados. Para tal, é necessário primeiro gerar-se os dados. Portanto, ambos são importantes. Mais ainda, a descaracterização de um pelo outro não levará a ciência a lugar nenhum. Ações como essas me fazem pensar em interesses “ocultos”. A boa e velha teoria da conspiração.
O vídeo é encerrado com uma discussão sobre a teoria (e vejam que eu disse teoria)  que aborda que, na troposfera, as temperaturas em elevadas altitudes deveriam ser maiores que em altitudes menores. A discussão continua na terceira parte do documentário e, devido a isso, abordarei tal tema na próxima postagem.
Enfim, essas são minhas opiniões. Continuando nossa discussão espero a opinião dos leitores.
Até a próxima.
Carlos Pacheco

Um desafio!

Há alguns dias recebi um e-mail afirmando que os defensores do aquecimento global foram desmascarados por um documentário exibido pelo canal 4 britânico. Havia ainda um desafio: postar os vídeos no blog e discutí-los. Confesso que climatologia não é minha principal “praia”, mas resolvi aceitá-lo. No entanto, resolvi fazer um pouco diferente, vou também abrir o desafio para os leitores geofágicos. Os vídeos, no Youtube, estão fragmentados, portanto, tentarei postá-los com uma certa periodicidade, a cada dois dias. Defensores e questionadores dessa teoria preparem-se para uma jornada de alguns dias de discussão. Segui abaixo o primeiro vídeo.

Comentário 1: Na minha opinião esse primeiro vídeo é tão fundamentalista quanto aqueles religiosos ou mesmo ambientalistas defensores da teoria do aquecimento global. Sem apresentar dados, parece uma lavagem cerebral inicial intensionalmente colocada para levar o telespectador à conclusões semelhantes aos autores do documentário. Que venham os comentários e o segundo vídeo.
Carlos Pacheco

Ninguém vai nos convencer, nem mesmo o clima!

Por Elton Luiz Valente

O Período Neolítico, que teve seu início há cerca de 10.000 anos, é aquele em que o homem deixa sua vida nômade, de caçadores-coletores, para fixar-se em aldeias. Isso foi possível com o domínio da agricultura, da domesticação de animais e uma série de outras conquistas que permitiram o sedentarismo.

Embora o homem nunca tenha deixado de ser guerreiro (nesse sentido George W. Bush é pré-histórico), no Neolítico a vida era bem melhor que antes. A alimentação era mais farta e de melhor qualidade, havia excedentes agrícolas, o que permitiu ao homem (e à mulher) dedicar tempo a outras atividades mais lúdicas, como as artes. Isso culminou na invenção da escrita. Nesse momento, com a invenção da escrita, o homem deixa a pré-história para ingressar na história, na Era do Bronze, do Ferro e etc. Daí pra frente todo mundo conhece o enredo desse tango do argentino doido.

E o final deste tango é o óbvio. Podem usar a equação que quiserem, não há crescimento econômico que se equalize com sustentabilidade. São coisas diametralmente opostas e pronto! Crescimento econômico, que todos os países (e políticos) almejam e defendem, é sinônimo, ipsis litteris, de drenagem dos recursos naturais. Sustentabilidade, se é que ela possa existir na presença do Homo sapiens, é exatamente o oposto.

Então voltemos ao Neolítico. Ali está um modo de vida que eu, particularmente, admiro muito (meu sonho dourado de Engenheiro Agrônomo é ter um sítio, uma fazenda – sou filho de agricultor). O modo de vida Neolítico é tranqüilo, sem muitos excessos, sem muitos impactos ambientais.

Mas a sina do homem é ser hi-tech. É ter um carrão de combustão interna, de preferência com a descarga furada para roncar mais grosso; é ter iPod (não, agora é iPhone 3G), laptop, celular, TV de plasma, LCD, DVD, home theater (nem sei se é assim que se escreve essa p….) e o escambau … e um shopping center logo ali na esquina. Ou seja, todo mundo quer um modo de vida norte-americano, de alto consumo.

Pergunte nos fóruns internacionais, pós-Kyoto, onde se discutem essencialmente as questões do aquecimento global e seus derivativos, se eles estão dispostos a retornar ao Neolítico. Pergunte nas ruas, ao militante panfletista do ambientalismo se ele se dispõe a adotar um modo de vida Neolítico. Eu me arrisco a adivinhar a resposta deles. É NÃO!

Todos querem ser hi-tech, com o padrão de consumo norte-americano, ninguém quer retroceder. E talvez seja exatamente esta uma das poucas chances que teremos: retroceder ao Neolítico e fazer controle de natalidade.

Mas todos queremos ser hi-tech, ê vida boa! Já pensou? Da caverna ao Blue-Ray Full HD, quem diria! Ninguém vai conseguir nos convencer do contrário, nem mesmo o clima. Às favas com o Ministério da Saúde! Se é pra morrer, morreremos cheirando fumaça de óleo diesel, plugados na Web, hi-tech, e dane-se! Resultado? A Terra vai se livrar de nós num sacolejo. Pá-Pum! Um só estrondo, um só gemido e tchau!

O que há por trás de tudo isso?

As questões ambientais no âmbito político e diplomático têm ficado cada vez mais obscuras. As últimas notícias têm sido veiculadas com evidentes contradições, poucas explicações e resultados práticos ainda não vistos. É muito oba oba e poucas ações efetivas.
Nas duas últimas semanas a décima quarta Conferência das Partes (COP – 14) foi conduzida de forma, diria eu, irresponsável pelos representantes de cerca de 150 países. Como já dito em outro post, os resultados obtidos foram ínfimos, longe de um novo acordo contra as mudanças climáticas globais. A crise econômica restringiu acordos e individualizou as ações (pelo menos essa foi a desculpa do momento).
A conferência rumou ao fracasso durante quase todo seu curso, no entanto, aos 45 do segundo tempo, a União Européia, que havia esvaziado algumas reuniões, apresentou um plano de redução de 20% das suas emissões de gases do efeito estufa até 2020. Essa decisão é bem aquém do que, antes da crise, vinha sendo veiculado pelos órgãos de imprensa que seria uma meta de redução das emissões em 50%. Além disso, não representa uma união de esforços de nações contra o aquecimento global, mas sim, ações isoladas e, ao meu ver, oportunistas de um grande bloco econômico. Afinal, qual a outra conclusão que eu poderia tomar após esse mesmo bloco ter dificultado sobremaneira os resultados de Poznan?
Hoje, ao abrir os noticiários, vejo que também a Austrália adotou uma medida isolada. Pretende reduzir suas emissões em 15%, também até 2020. Coincidência ou não o prazo é o mesmo dos bloco europeu e a taxa de redução bem menor do que as anteriormente veiculadas. E mais uma vez, outra ação isolada.
Quanto ao governo americano do presidente Bush, é melhor nem comentar. Já o futuro governo de Obama vem falando muito, mas nesse e em outros casos, prefiro agir como São Tomé, é ver para crer. Será que as metas de redução das emissões em 50% continuarão em pauta após os resultados intensos da crise econômica? Honestamente não acredito.
O Brasil também não foge à regra. Após receber elogios de Al Gore, de ser considerado como uma “economia verde” por Ban Ki-Moon (esse realmente não conhece a realidade do país) e de ter anunciado o Plano Nacional de Mudanças Climáticas e as metas de redução do desmatamento da Amazônia pela metade até 2017, eis que o governo “limpou a barra” dos desmatadores por mais um ano. Além disso, apesar da inteligente posição do ministro Carlos Minc em exigir que os países em desenvolvimento também tenham responsabilidades, entre elas a ajuda tecnológica para resolução de problemas ambientais dos países pobres, lá de Poznan, chegaram notícias de que o estabelecimento de metas contra o desmatamento era um dos principais entraves brasileiros quanto a um futuro acordo que substituiria Kyoto. Outro entrave, era a também posição inteligente dos países em desenvolvimento, de exigir o “patrocínio” por partes dos países ricos para as ações conduzidas em países pobres.
Mas afinal de contas, se todos se mostram tão interessados e competentes em estabelecer metas, por que não houve um acordo em Poznan? Como diria aquele velho ditado, de boa vontade o inferno tá cheio. Essas contradições fazem-me pensar que estamos sendo manipulados como meros fantoches. Ou será que eles estão duvidando da nossa capacidade de raciocínio ou nos achando com cara de palhaço?
Carlos Pacheco

Futuros líderes da energia limpa, será?

Há cerca de um mês atrás, salvo engano, li uma reportagem no caderno ambiente da Folha Online com o diretor do Centro de Leis e Políticas Ambientais da Universidade de Yale, Daniel Esty. O tema da reportagem era a possível liderança internacional do Brasil quando assuntos como geração de energia por fontes alternativas e mudanças climáticas globais estivessem em pauta. Segundo Esty, o Brasil apresenta-se fortemente inclinado a assumir tal posição. No entanto, ele chama a atenção para o fato de que o país deve, antes de tudo, resolver problemas internos que o colocam como o quarto maior emissor de gases do efeito estufa do mundo. Questões como o combate ao desmatamento e as queimadas, além de outras relacionadas à redução das emissões provenientes da queima de combustíveis fósseis são fundamentais. Além disso, ele cobra um posicionamento do Brasil frente a uma nova conjuntura que se estabelecerá pós-Kyoto, cujo prazo de validade está se esgotando, expirando em 2012. Como já comentei em outros posts, o Brasil, assim como outros países em desenvolvimento grandes emissores de gases do efeito estufa, exemplificados aqui por China e Índia, não apresentam metas de redução de emissões, uma vez que, na época da elaboração do Protocolo de Kyoto, foram enquadrados como países do não Anexo I.
Na reportagem, Esty baseou seu prognóstico no fato do Brasil já ter um histórico positivo com relação ao uso do etanol. Além disso, o país apresenta um plano para uso desse e de outros biocombustíveis de segunda geração, além de ter uma matriz de geração de energia elétrica essencialmente limpa, hidrelétrica. Porém, algumas questões aqui podem e devem ser levantadas e discutidas. O fato de o Brasil ser líder em biocombustíveis e produzir energia elétrica essencialmente hidrelétrica já o torna aspirante a líder mundial do setor? Na minha opinião não. Antes de aspirar qualquer posição hierárquica mais alta o país tem que resolver problemas sócio-ambientais ligados à produção dessas “limpas” formas de energia. É só observar as condições de trabalho a que os cortadores de cana são submetidos ou observar como ganha força o movimento dos atingidos por barragens. Não obstante, é condenável um avanço das fronteiras agrícolas de cana-de-açúcar sem um planejamento adequado, levando-se em consideração aspectos importantes como a segurança alimentar ou mesmo planos de manejo e conservação ambiental. Também não é fora de mão discutir-se aspectos relacionados à geração de energia elétrica por fontes alternativas, como eólicas (a partir dos ventos) ou solares, cujo potencial de geração do país é grande, como pode ser visto aqui.
Se existe realmente a pretensão, por parte do governo brasileiro, de assumir tal posição, os números recentes não são nada animadores. Segundo o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais)  a taxa de desmatamento da Amazônia cresceu entre agosto de 2007 e julho de 2008, primeira alta anual desde 2004. Os números cresceram 3,8%, atingindo 11986 km2. Coincidência ou não, na segunda-feira dessa semana (08/12/2008), o presidente Lula em seu programa de rádio (Café com o Presidente), colocou o Brasil como postulante ao debate internacional, principalmente por meio do lançamento do Plano Nacional de Mudanças Climáticas. Uma das idéias bases é combater o desmatamento da Amazônia que hoje representa a principal fonte de gases do efeito estufa. As metas são ambiciosas, mas atingíveis. Elas visam reduzir à metade o desmatamento da floresta até 2017.
Enfim, é esperar pra ver. As cartas estão na mesa. O potencial existe, falta ser aproveitado. Para isso, nada como uma boa dose de vontade política para catalisar a reação. No entanto, uma coisa é certa. Não é com projetos que visam reduzir a necessidade de se preservar 80 % da floresta em propriedades particulares que isso será conseguido.
Carlos Pacheco

A vida humana na Terra como numa placa de Petri.

Por Leonardus Vergütz,
Esse post que escrevo agora começou a surgir após um comentário que fiz no post anterior do amigo Pacheco: “O desenvolvimento sustentável realmente existe?”
Será que o desenvolvimento da sociedade humana pode realmente ser sustentável? Digo isso pois, nesse momento de crise, todos, sem exceção, querem que as coisas voltem ao “normal” o mais rápido possível. Isso porque, caso tudo volte ao “normal”, o passo do desenvolvimento é novamente acelerado ao máximo. Criaremos máquinas cada vez mais fantásticas, o número de pessoas na Terra irá aumentar cada vez mais (nesse ponto o controle de natalidade até que tem sido satisfatório em países desenvolvidos), iremos explorar cada vez mais nossas fontes (finitas, diga-se de passagem) de minérios, petróleo, adubo, etc. Então surge uma nova e intrigante pergunta: Será que todo esse desenvolvimento é realmente “possível”? Essa é a palavra, tudo isso é “possível”?
Quando penso em tudo isso me lembro da época em que estagiei no Departamento de Fitopatologia, durante minha graduação. Nesta época o que eu mais fazia era “cultivar” fungos e bactérias em meios de cultura. Quando “cultivamos” esses microrganismos em placas de Petri com meio de cultura, eles têm um padrão determinado de crescimento. Num primeiro momento ocorre a fase de adaptação (ou fase “lag”), onde o crescimento da cultura é mínimo. Depois vem a fase “log”, de crescimento exponencial da cultura onde não há nenhuma restrição. Posteriormente vem a fase estacionária, onde a cultura já não cresce mais. Isso ocorre porque já começa haver escassez de nutrientes, aumento da competição e porque os microrganismos produzem resíduos (lixo) que são tóxicos à própria cultura. Por último há a fase de declínio e morte da cultura.
Para que essa cultura possa ter o seu crescimento continuado, deve haver uma reposição ou troca de substrato e/ou um controle da divisão (natalidade) dessas células.
Fazendo uma analogia, pense na nossa querida “Terra” como sendo uma grande placa de Petri, onde alguém (Deus, Ala, ETs, ou o que bem entenderem) “semeou” alguns organismos chamados “seres humanos”. Esses organismos se adaptaram bem ao ambiente (fase “lag”) e já chegaram à fase de crescimento exponencial (Se alguém tem alguma dúvida disso assista a esse vídeo. A pergunta que fica é: em que lugar da curva de crescimento esses organismos (seres humanos) se encontram agora? A escassez de alimento e água já é um problema para esses organismos? A competição entre eles já é grande? O lixo que eles próprios produzem já está se tornando um problema?
Será que o nosso destino será atingir a fase de declínio também? Iremos acabar com todo o substrato existente em nosso meio de cultura (Terra) e enchê-lo de lixo? Conseguiremos realmente dar continuidade ao tão desejado desenvolvimento sem que esgotemos todas as nossas fontes de recursos? Será que não é hora de aproveitarmos essa crise para repensarmos como queremos nos desenvolver?
Alguns podem achar que tudo isso não passa de uma grande besteira, ou de devaneios de um simples doutorando. Mas pense bem! O termo “controle de natalidade” soa estranho para você? E as expedições espaciais que sempre procuram por água e minério na Lua ou em Marte? Será que estão querendo renovar o substrato da Terra? Ou quem sabe estão querendo mudar de placa de Petri?

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