Qual é o dano em chamar negros de “macacos”?

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Seguindo um dos meus ultimos posts, muitas pessoas me apontaram o texto do Negro Belchior como uma outra perspectiva sobre a controvérsia da campanha #somostodosmacacos. Ironicamente, ler esse texto foi o que me incentivou a escrever o meu. Não é porque eu discorde do texto do Belchior, pelo contrário. Acho que ele dá bons motivos pelos quais é contrário à campanha. Porém, em momento algum ele parece realmente ser contrário as evidências biológicas de que somos, de fato, macacos, mas critica a tentativa de usar o termo positivamente. E foi para oferecer uma justificativa biológica ao uso do termo que resolvi escrever meu post, e de quebra ensinar algo sobre a lógica da evolução.

Mas como isso é mais uma questão ética do que científica, resta a pergunta: Qual é o real dano de chamar negros de “macacos”?

Respostas comuns

Uma das respostas mais comuns que vi por ai é que isso ofende as pessoas. Eu obviamente não nego que as pessoas se sintam ofendidas com isso, mas pode-se argumentar que elas estão sendo irracionais ao se sentirem ofendidas. Por exemplo, a defesa da evolução como a única teoria que explica a diversidade na Terra ofende criacionistas, homofóbicos se sentem honestamente ofendidos por gays, homens se ofendem com críticas feministas, etc. O ponto é: que alguém se ofende com algo não é argumento contra o que foi dito, ou mesmo argumento para não dizer aquilo. E céticos e ateus basicamente estão no trabalho de contestar opiniões fortemente arraigadas. Ofensa não me impressiona nem me motiva.

Outro argumento comum é que isso reforça o racismo. Isso pode ser verdade, mas me parece que o que importa mais é o padrão de uso de um termo do que o próprio uso. Afinal, foi isso que o movimento GLBT fez com o termo “gay” e, em menor medida o que as mulheres fizeram com “vadia”. Ostentação com orgulho de certos termos pejorativos já foi usado contra preconceito. Ou seja, mudar o padrão de uso não é impossível e o reforço parece ocorrer em um contexto social especifico, que pode mudar.

O problema comum dessas respostas (e de outras também) é que elas partem de uma premissa um tanto discutível: que todos os seres humanos são capazes de ter empatia com outros membros da sociedade de forma irrestrita. Eu, por exemplo, tenho grandes dificuldades de estabelecer relação empática com os problemas que negros enfrentam, apesar de achar que consigo fazer isso em maior escala com o que gays e mulheres sofrem. Para pessoas como eu, uma medida clara e objetiva dos danos e benefícios de uma prática ou política social tem um enorme valor quando estamos tomando decisões morais. E, na minha opinião, ciência é a melhor ferramenta para descobrir que tipos de consequências certas ações podem ter.

Então, o que a ciência tem a dizer sobre esse caso específico?

Uma medida objetiva do dano

Esse é o professor Phillip Atiba Goff, da UCLA. Ele é um psicólogo social interessado na relação entre fatores ambientais/sociais na geração de respostas comportamentais discriminatórias raciais. Ou seja, ele quer saber o que causa comportamentos discriminatórios, ou qual é a consequência de certos comportamentos tidos como discriminatórios. Eu cruzei com a página dele, quando procurava artigos que validassem o histórico que o Negro Belchior deu em seu site sobre a associação de negros e macacos. Meu principal incomodo nisso foi a associação indireta entre evolução e nazismo, um ponto que está errado, mas isso é assunto para outra análise.

No meio do currículo do Dr. Goff eu achei uma publicação bastante interessante, que pode ser traduzida como “Não tão humano: Conhecimento Implícito, desumanização histórica e consequências contemporâneas”. Confesso que a leitura desse paper foi como um conto de terror: a cada página uma surpresa desagradável.

O trabalho consiste em 6 estudos distintos baseados em uma metodologia muito simples: apresentar diversas imagens à um conjunto de voluntários e medir a resposta deles em diferentes tarefas simples. Cada um dos estudos é importante em si só, então abaixo tentarei fazer um resumo breve, apresentando o resultado principal de cada um. Mas para quem quiser ir direto ao assunto, sugiro olhar o estudo 5 e a conclusão.

 

Estudo 1

Esse estudo tem objetivo de averiguar se os voluntários apresentam um viés implícito em associar macacos à negros. Na primeira parte do experimento os voluntários eram apresentados à uma imagem aleatória de um rosto humano de diferentes etnias. Em seguida era apresentado ao indivíduo uma figura de um animal, e se media o tempo necessário para que ele reconhecesse o animal.

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Os resultados indicam que indivíduos que foram apresentados faces negras ou brancas eram igualmente rápidos para identificar imagens de outros animais. Porém quando se tratava de macacos, aqueles que foram previamente apresentados com uma face negra eram significativamente mais rápidos do que aqueles que não haviam visto face alguma (controle) e daqueles que haviam visto faces brancas.

 

Estudo 2

Esse estudo averiguou se os voluntários que visualizavam inicialmente uma face de um macaco desviam sua atenção mais rapidamente para face de negros em seguida. Isso foi medido apresentando a imagem de um macaco e logo em seguida apresentando faces de duas pessoas na tela. Em seguida as faces desapareciam e um ponto aparecia na posição de uma das faces. O voluntário tinha que identificar em que lado esse ponto estava. O tempo tomado para achar o ponto é uma medida do desvio de atenção do indivíduo. Os voluntários nesse estudo eram todos estudantes brancos/caucasianos.

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O resultado mostra que aqueles que visualizavam um macaco antes tinham a atenção fortemente voltada para a face negra, identificando o ponto como estando na posição desse tipo de face mais rapidamente do que o tempo tomado para identificar o ponto na posição da face caucasiana. É valido notar que, na ausência da foto de macaco, a atenção dos voluntários se desviava para a face caucasiana, provavelmente por conta da identificação de grupo.

Estudo 3

Esse estudo foi similar ao anterior, substituindo a imagem da face caucasiana por uma asiática. Isso foi feito para remover qualquer viés para identificação de grupo. Adicionalmente, foram removidas as cores das imagens originais, deixando apenas traços faciais, controlando também para a influencia da cor da pele na análise.

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Os resultados corroboram o estudo anterior, mostrando que indivíduos que foram visualizaram a imagem de macaco foram tiveram sua atenção significativamente desviada para as faces negras, mesmo com a cor estando ausente na análise. Nos casos que não foram apresentadas imagens de macacos, os voluntários tiveram a tenção igualmente distribuída entre as faces de diferentes grupos.

Estudo 4

Esse foi um estudo do tipo “Teste de Associação Implícita”. O objetivo desse tipo de teste é tentar extrair algum tipo de associação entre palavras e sentimentos/sensações/julgamentos por parte dos voluntários. Foram realizados dois tipos de testes. O primeiro tentava ver a associação de nomes classificados como esteriotipicamente “brancos” ou “negros” como sendo relacionado à sentimentos bons ou ruins. Isso era feito pedindo ao voluntário que classificasse os nomes como branco ou negro e depois era requisitado que ele classificasse palavras neutras, culturalmente valorizadas (como “aniversario” e “flores”) ou desvalorizadas (como “vómito” ou “lixo”) como boas ou ruins. Isso era feito usando os mesmos botões usados para classificar os nomes como “brancos” ou “negros”, permitindo assim a associação indireta entre as identificações de raças com julgamentos de valores.

O segundo teste foi feito seguindo o mesmo protocolo, porém usando usando animais que caiam em duas categorias- grandes primatas (macacos) ou grandes gatos- ao invés de palavras. Isso foi feito para investigar se a associação entre negros e macacos era indiretamente influenciada pela associação de macacos com “violência” ou com “Africa”, visto que grandes gatos também são animais tidos como violentos e africanos.

Os resultados mostraram que os voluntários eram mais rápidos em classificar palavras como sendo “negro-ruim” do que como “negro-bom”, assim como eram mais rápidos em associar animais como “negro-macaco” do que como “negro-grandes gatos”, mostrando que a associação negativa não parece ser influenciada indiretamente pela associação com Africa ou com violência.

Estudo 5

Esse estudo teve como objetivo averiguar quais são as consequências materiais da associação entre negros e macacos. Para isso, foram apresentadas palavras associadas tanto a grandes primatas, quanto a grandes gatos aos voluntários. Em seguida foram apresentada uma filmagem de um suspeito sendo agredido por policiais e era sugerido ao voluntário indiretamente que o indivíduo era negro ou branco. Em seguida era dado ao voluntário um questionário com o objetivo de medir o quão justificado ele achava a agressão policial.

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Os resultados mostraram que os voluntários que visualizaram palavras associados à macacos eram mais inclinados a considerar a agressão policial justificada quando o suspeito era negro. Não apenas isso, os indivíduos que eram apresentados com palavras associadas à grandes gatos não apresentavam viés significativo na sua justificativa da agressão, independente da cor da pele do suspeito.

Estudo 6

Esse ultimo estudo foi um estudo não controlado que buscava investigar associação entre a representação de suspeitos na mídia e a probabilidade deles serem condenados à morte por seus crimes. O resultado foi bastante simples: quanto mais o indivíduo era associado à macacos na mídia, era mais provável que ele fosse condenado à morte, se ele fosse negro.

Conclusão

Os estudos compilados no artigo de Goff e colaboradores são, ao meu ver, bastante diretos: Há uma associação implícita entre negros e macacos (Estudos 1, 2 e 3), que quando evidenciada leva a uma associação de valores negativos à negros (Estudo 4), podendo justificar culturalmente a violência policial contra esse grupo (Estudo 5), possivelmente facilitando a execução legal de prisioneiros negros (Estudo 6).

E se essas não são consequências horrendas que justificam parar de reforçar ou evidenciar tal associação, eu não sei o que são.

Caos na fábrica de tijolos – uma parábola sobre a ciência

Há muito tempo atrás, dentre as atividades e ocupações dos homens, estava a atividade chamada de pesquisa cientifica. Na realidade, entretanto, esses homens eram construtores que construíam edifícios chamados “explicações” ou “leis”, através do agrupamento de tijolos, chamados “fatos”. Quando tijolos eram sólidos e agrupados adequadamente, o edifício era útil, durável e trazia prazer, e as vezes recompensas, para o construtor. Se os tijolos eram falhos ou se eles haviam sido agrupados de maneira inadequada, o edifício viria a ruir e e esse tipo de desastre seria bem perigoso para os inocentes usuários do edifício, assim como para o construtor, que muitas vezes era destruído pelo colapso. Visto que a qualidade dos tijolos é tão importante para o sucesso do edifício, e visto que tijolos são tão escassos, nessa época os construtores faziam seus próprios tijolos. A manufatura de tijolos era uma empreitada difícil e custosa e construtores sábios apenas faziam tijolos da forma e tamanho necessários para a empreitada a frente. O construtor era guiado em sua manufatura pela planta do edifício, chamado “teoria” ou “hipótese”.

Com o tempo, os construtores perceberam que eles eram dolorosamente impedidos em seus esforços pelo atraso na obtenção dos tijolos. Assim, veio a existir uma nova ocupação de artesão de tijolos, chamado de  “cientista júnior” para dar ao artesão o orgulho necessário para o seu trabalho. Esse novo arranjo foi deveras eficiente, e a produção de edifícios progrediu com grande vigor. Algumas vezes, artesãos de tijolos se tornavam inspirados e progrediam para o status de construtores. A despeito da separação de tarefas, tijolos ainda eram feitos com cuidado, e usualmente eram produzidos por encomenda. Agora e então um artesão de tijolos empreendedor era capaz de prever a demanda e preparar um estoque de tijolos antes do tempo, mas, em geral, manufatura de tijolos era feita de forma personalizada porque ainda era um processo difícil e custoso.

E então aconteceu de uma equivocação se alastrar pelos artesãos (há alguns que dizem que esse equivoco se desenvolveu como resultado de um treinamento descuidado de uma nova geração de artesãos). Os artesãos se tornaram obcecados pela manufatura de tijolos. Quando lembrados que o objetivo último eram os edifícios, não tijolos, eles respondiam que, se tijolos o suficiente estivessem disponíveis, os construtores seriam capazes de selecionar o que era necessário e ainda assim construir edifícios. A falha nesse argumento não estava prontamente aparente e então, com a ajuda de cidadãos que estavam esperando para usar os edifícios que viriam a ser construídos, coisas fantásticas aconteceram. O custo da manufatura de tijolos se tornou um fator menor porque grandes somas de dinheiro se fizeram disponíveis; o tempo e o esforço envolvidos na manufatura de tijolos foi reduzida por engenhosas maquinas automáticas; a classe de artesãos foi inchada pela intensificação de programas de trenamento e recrutamento. Foi até sugerido que a produção de um numero equivalente de tijolos adequados era equivalente à construção de um edifício e, por isso, deveria permitir um artesão produtivo a assumir o título de construtor e, com o título, a autoridade.

E então aconteceu que a terra foi inundada de tijolos. Se tornou necessário organizar mais e mais armazéns, chamados de “Publicações”, e mais e mais sistemas elaborados de registro e inventario. E no meio disto tudo os artesãos mantiveram seu orgulho e sua perícia e os tijolos eram da melhor qualidade possível. Mas a produção eram muito aquém da demanda e tijolos não eram mais feitos sob encomenda. O tamanho e forma de tijolos era agora ditado por tendências na moda. De forma que, para competir com outros artesãos, a produção enfatizava aqueles tipos de tijolos que eram mais fáceis de serem feitos e apenas raramente um artesão aventureiro tentava uma projeto difícil ou pouco usual. A influência da tradição no método de produção e nos tipos de produto se tornou o fator dominante.

Infelizmente, construtores foram quase totalmente destruídos. Se tornou difícil de achar tijolos adequados para a tarefa porque necessitava a inspeção de tantos outros. Se tornou difícil de achar uma localidade adequada para a construção de um edifício porque o chão estava coberto de tijolos avulsos. Se tornou difícil completar um edifício útil porque, assim que as fundações estavam discerníeis, elas erram enterradas por uma avalanche de tijolos aleatórios. E o mais triste de tudo, algumas vezes nenhum esforço era feito para manter a distinção entre pilha de tijolos e um verdadeiro edifício.

Bernard K. Forscher

Publicado em 1963, na revista Science.

Acho que não preciso dizer mais nada.

Três ótimos (e respeitosos) debates entre Ateus e Teístas.

Eu sempre adorei discussões. Quando entrei na graduação, o ponto alto da minha semana era o Grupo de Discussão de Evolução, um grupo organizado por três veteranos que talvez tenham achado naquele fórum uma válvula de escape para o que eu iria sentir mais tarde na pele: a total ausência de embate entre pontos de vistas conflituosos na academia.

Foi só quando me meti em discussões sobre ateísmo, que descobri a existência de debates acadêmicos, onde os debatedores expõem seus lados em um formato previamente estabelecido. Eu achei isso fantástico: esses debates não apenas permitem uma grande troca e exposição de informação, como também entretêm. Prefiro mil vezes assistir um debate de duas horas do que o novo filme da série “Velozes e Furiosos”.

Agora, um problema de debates entre teístas e ateus é que eles facilmente se tornam acalorados e muitas vezes desrespeitosos, que é algo tira o foco do assunto e entram no caminho da discussão. Um bom debate é aquele que o debatedor interpreta a posição do oponente sob a melhor luz possível e tenta responder à altura. Sem respeito, os debatedores comumente correm o risco de interpretar errado o que seu oponente tem a dizer e responder àa pontos que não foram feitos. E ninguém ganha com isso.

Abaixo linkei três debates entre teístas e ateus que acho particularmente bons nesses aspectos. São ótimas fontes de informação sobre ambos os lados, mostrando que é possível haver confronto sem ofensas. Ao menos não muitas. Infelizmente estão apenas em inglês, e requerem um ouvido acostumado.

Peter Singer vs John Hare – Mamíferos Morais, e porque nós importamos
[youtube_sc url=”https://www.youtube.com/watch?v=p7F9mrHiImo”]

Debate entre o famoso filósofo Peter Singer (ateu) e o filho do seu mentor, também filósofo, John Hare (teísta). O objetivo desse debate é expor as bases e justificativas para o comportamento ético sob as perspectivas ateia e teísta, respectivamente. O resumo é simples: na visão teísta, Deus justifica tudo e é a base da moralidade. Na visão ateia, não (obviamente), mas é bom notar que muitas das questões éticas respondidas por “Deus” não estão resolvidas numa visão secular. O motivo disso, imagino, é que “Deus” não é resposta para essas perguntas em primeiro lugar.

(Meta)Fisica: Hans Halvorson e Sean Carroll em Caltech
[youtube_sc url=”https://www.youtube.com/watch?v=H864JH1tPYU”]

Hans Halvorson, filosofo teísta de Princeton, e Sean Carroll, físico da Caltech, blogueiro e divulgador científico expõem suas visões metafísicas em uma conversa amistosa. A parte que mais me interessa é a discussão que começa em aproximadamente 20min, no qual Carroll responde ao argumento do Ajuste Fino das Contantes do Universo para a existência de Deus. Esse argumento (junto com o Principio Antrópico) sempre me incomodaram muito, pois sugerem que nós sabemos como a vida surgiu. Mas, se soubéssemos isso, criar vida em laboratório de matéria inanimada seria rotina, mas infelizmente ainda estamos anos luz disso. E a resposta de Carroll sugere isso: não sabemos o que é necessário para ter vida e não sabemos o quão provável ela é nesse ou em qualquer outro universo. Halvorson concorda,  admitindo que, apesar de achar que o universo é finamente ajustado, ele acredita que os argumentos para isso são péssimos, sugerindo ainda que usar ciência para sustentar a visão teísta é teologia ruim. E eu concordo 100% com ambos.

Bônus: ambos respondem qual é o maior desafio para sua visão de mundo e são bastante honestos sobre isso.

(In)Acreditável?: Um filosofo ateu e um teísta compartilham suas visões de mundo- Universidade de Cambridge
[youtube_sc url=”https://www.youtube.com/watch?v=lGtSjqnzZHo”]

Esse é um debate bastante interessante, entre o filosofo ateu Arif Ahmed e o Reverendo e professor aposentado Keith Ward. Ward é um idealista, que acredita que a realidade da mente precede a realidade da matéria, e Ahmed defende uma posição empiricista ampla, onde qualquer crença deve ser considerada verdadeira apenas se tivermos evidencias para ela. Apesar desses pontos não serem necessariamente opostos, grande parte do debate se foca na operacionalidade dessa visão de Ahmed, com Ward obviamente discordando. 

Gosto bastante de ambos debatedores. Ward é bastante honesto e aberto sobre suas crenças e sobre como encara a filosofia como uma forma de racionalizar sua visão de mundo (nada diferente de o que um ateu deve fazer, na minha opinião). Ahmed é um pouco confuso, mas bastante lúcido em suas posições, conseguindo dissecar e apontar problemas na visão teísta com precisão, nenhum dos quais negados diretamente por Ward. Vale a pena adicionar que Ahmed também é conhecido como o cara que destruiu Willian Lane Craig em um debate que, infelizmente, não entra nessa lista por motivos óbvios.