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Na manhã de quarta-feira, 19 de setembro de 1923, os nova-iorquinos acordaram com uma notícia chocante: dez diários da cidade — New York American, The New York Herald, The Journal of Commerce, Daily News, The New York Times, New York Tribune, The World, New Yorker Staats-Zeitung e Il Progresso Italo-Americano — estavam à venda em um número coletivo.
Não, nenhum milionário havia comprado todos os matutinos nova-iorquinos durante a noite, colocando todos sob o mesmo guarda-chuva (e sob o mesmo cabeçalho) enquanto pensava num único nome fácil de lembrar (“New York American Herald Commerce Daily Tribune Times & World Progresso Zeitung”?).
Naquela época, notícia ainda não era um produto (tão) à venda (ou era?). Mas isso não significa que os jornais já não se comportassem como empresas.

O motivo que levou todos os diários nova-iorquinos a unir forças e compor um número único foi uma greve de 2500 homens da imprensa. A primeira página da edição conjunta trazia uma carta aberta aos jornalistas pedindo o fim da greve. 
O autor da carta, porém, não era nenhum cartola da imprensa; era George L. Berry, jornalista e então líder do sindicato dos jornalistas (e futuro senador pelo Tennessee). Parece que alguém acabou se vendendo…
Dos dez jornais daquela época, só três sobreviveram inteiros: O Times, o Journal of Commerce e o Daily News.
O American, fundado em 1895, acabaria fundido com o NY Evening Journal em 1937; afundaram juntos em 1966.
O Herald se juntaria com o Tribune já em 1924, formando o New York Herald Tribune. Em 1959, o NYHT foi vendido para o embaixador americano em Berlim e ganhou uma edição européia, o International Herald Tribune. Sete anos depois, a versão nova-iorquina saiu de circulação. Atualmente, o IHT é parte do grupo New York Times.
O Morning Telegraph resistiu até 1972. O World, um dos jornais mais modernos e mais importantes da época, acabaria em 1931.
O Staats, então um semanário de língua alemã, sobreviveria à Segunda Guerra e se aventuraria a ser publicado três vezes por semana nos anos 50. Voltaria a ser semanal nos anos 70 e entraria num lento declínio a partir de 1989. Hoje é publicado irregularmente. O Il Progresso, principal jornal da Colônia Italiana, seria publicado até 1988, quando foi fechado para pagar — vejam só — dívidas trabalhistas. Seus ex-funcionários fundaram o America Oggi.
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