>Patentes patéticas (nº. 28)

>

Para um gentleman, não há nada mais deselegante que naufragar durante uma viagem transatlântica e acabar com o chapéu e o bigode molhados e ainda ter seu charuto apagado pelo mar. Foi pensando nisso que um tal de Camille Krejci, de Scranton, Pensilvânia, inventou um colar-salva-vidas por volta de 1870.

Trata-se simplesmente de uma bóia — talvez feita com a recém-inventada borracha — e que é inflada em caso de naufrágio de modo a manter a cabeça do usuário acima da água até que o resgate chegue. A ideia não parece tão patética à primeira vista, já que as viagens transatlânticas (e os acidentes decorrentes) tornar-se-iam cada vez mais comuns no último quarto do século XIX. 

No entanto, essa patente pode ser bastante patética quando se lembra que o resgate podia levar uns quatro ou cinco dias para chegar ao distinto cavalheiro. O lado bom é que ele ainda vai poder fumar os charutos que conseguir salvar (como acendê-los em tal condição fica como um exercício para o leitor). Evidentemente, tudo isso só é possível se o local do desatre marítimo não for habitado por tubarões ou outras feras marinhas.

A patente, de nº. 100.906, emitida em 15 de março de 1870 é tão antiga que não tem muito mais do que um par de desenhos e uma brevíssima descrição do invento.

chevron_left
chevron_right

Leave a comment

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Comment
Name
Email
Website