Natureza Crítica realiza divulgação científica em meio ambiente

Saudações a todas e a todos!

Gostaríamos de apresentar o blog Natureza Crítica.

O objetivo deste veículo de comunicação (uau!) é realizar divulgação do conhecimento científico relacionado ao Meio Ambiente. Tentaremos abordar as questões ambientais de maneira multi e interdisciplinar, promovendo diálogo e abertos a vozes discordantes, desde que respeitosas. Traremos recortes da história ambiental (de São Paulo, do Brasil e do mundo), reflexões sobre gestão de áreas naturais protegidas, legislação e políticas públicas, pesquisas científicas e documentos técnicos. Buscaremos a convergência entre a divulgação científica e a educação ambiental.

O blog é realizado por amigos amantes da natureza e dispostos a defendê-la. Trata-se de uma iniciativa voluntária e coletiva, por isso iniciamos este texto escrevendo na primeira pessoa do plural (É nóis!).

Mas de onde surgiu a ideia de fazer um blog?

Para explicar como tudo começou, farei uma viagem no tempo tão singular quanto a primeira pessoa a pedir a palavra por aqui: eu.

Desde criança me incomodava o fato de amiguinhos esmagarem formigas. Ao confrontá-los, suas contra-argumentações eram diversas:

“Insetos não sentem dor.”

“Formigas não têm alma.”

“Elas são pequenas e eu sou grande.”

“Esmago porque posso.”

Não lembro quando começou, mas cresci tendo empatia pelos animais. E às vezes medo. Também era impaciente com o lento processo de crescimento das plantas. Queria encurtá-lo e ver as sementes e mudas se tornarem árvores frondosas. Gostava das aulas de educação ambiental que tinha na escola moderninha que estudava. Ouvia as pessoas falando sobre uma tal de Eco-92, que estava acontecendo na cidade do Rio de Janeiro.

Mais tarde, quando o mundo adulto foi gradativamente se impondo, procurei me adaptar às suas nuances sem trair meus princípios. Não queria trabalhar em empresas fabricantes de cigarro, por exemplo. Almejava algo relacionado a organizações socialmente responsáveis ou mesmo ONGs ambientais. Acabei sendo aprovado no concurso de uma secretaria de governo, na pasta de Meio Ambiente. Posteriormente, ainda dentro desta secretaria, fui transferido para um instituto de pesquisa científica e que também realiza a gestão de áreas naturais protegidas.

A defesa do Meio Ambiente surge como uma paixão. Ao longo de nossas vidas, este sentimento pode ganhar subsídios técnicos e científicos. Ou porque determinado conhecimento está sendo criado durante a nossa trajetória, ou simplesmente por estarmos entrando em contato com informações já existentes. Assim, adquirimos maior embasamento para seguir protegendo a natureza.

Ao começar a cursar pós-graduação na Universidade de Campinas (Unicamp), comecei a reparar nas variadas possibilidades para a realização da divulgação científica: fanzine, música, vídeo, teatro, quadrinhos, entre tantas outras plataformas. E as imensas facilidades que a internet oferece. Acompanhei o surgimento da Rede de Blogs de Ciência da Unicamp e, neste ano, tive a oportunidade de participar do processo pra integrar a equipe de blogueiros voluntários.

Rede de amigos em defesa do Meio Ambiente

Em meio ao receio de não conseguir dar conta de manter uma frequência razoável de postagens (ou de nem passar desta primeira), surgiu a ideia de chamar colegas para contribuir com o blog. E já estou convidando amigos que, assim como eu, são preocupados com as questões ambientais, dedicados à causa e atuantes.

A equipe do Natureza Crítica é formada por profissionais de diferentes áreas de formação (biologia, comunicação, direito, etc) e está aberta para quem quiser contribuir. Afinal, qual a melhor forma de fazer esse trabalho de formiguinha senão trabalhando em rede?

E já que falei de formigas, retomo as frases acimas citadas pelas crianças que as esmagavam durante a minha infância. Os insetos sentem ou não dor? Isto poderia ser debatido cientificamente aqui no blog. Ainda assim, a resposta poderá ser uma ou outra, dependendo do que entendemos por dor. Além de argumentos técnicos e científicos, é preciso considerarmos questões de interpretação, que levem em conta questões políticas, históricas e sociais. Que entendamos que todo o conhecimento produzido é politicamente orientado. E que a empatia é primordial para a convivência em sociedade (e incluo os componentes do meio ambiente). Portanto não interessa se a formiga tem ou não alma. Não deve ser esmagada. Tampouco rechaçadas questões de espiritualidade quando tratamos de ciência. Se por um lado dogmas cristalizados podem determinar a condenação da formiga, por outro há crenças sintonizadas à defesa do meio ambiente. Nossa grandeza deve estar justamente nesta empatia. Somos maiores e podemos esmagá-las, mas não o fazemos. Não simplesmente porque reconhecemos nela alguma função ecológica cientificamente detectada. Protegemos porque acreditamos que é o certo.

Vale tudo?

O caráter do blog é experimental. Se em alguns momentos produziremos textos de divulgação científica um pouco mais pesados, em outros lançaremos mãos das ferramentas contemporâneas que a tecnologia nos permite utilizar: vídeo, música, ilustração, e o que mais a nossa criatividade permitir. Também divulgaremos ações de parceiros que nos inspirem.

O Natureza Crítica é aparentemente despretensioso. Sabemos que a princípio, e por esta plataforma, atingiremos a um público específico e seremos apenas uma gota no oceano. Mas tem outras gotas briguentas por aí pra compor um tsunami com a gente.

Acreditamos que academia e a internet em tese são alguns dos últimos redutos em que podemos nos aproximar do debate verdadeiramente democrático.  Portanto, está montada a arena.