O nosso sinal wow

Jerry R. Ehman, em 15 de Agosto de 1977, detectou um intenso sinal vindo região da constelação de sagitário. Escreveu wow!, batizando aquilo que muitos acreditam ser uma comunicação extraterrestre.

Entre especulações sobre a origem natural ou artificial para o sinal, fato é que ele nunca se repetiu (ou nunca foi detectado outra vez), e talvez, nunca vamos conhecer realmente sua origem.

Em 21 de Setembro de 2012, durante o Simpósio Internacional de Arte Eletrônica, os artistas Nathaniel Stern e Scott Kildall apresentaram o Tweets in Space.

O conceito é simples. Durante meia hora, todos os tweets com a hashtag #tweetsinspace foram armazenados para serem enviados ao exoplaneta GJ667Cc, 22 anos luz distante da Terra, que possuí características favoráveis para a existência de vida.

 

As mensagens levarão 22 anos para chegar até Gliese 667 Cc. Se alguém de lá nos responder, só saberemos daqui 44 anos. Supondo que nossas transmissões (de dados, rádio e TV) tenham capacidade de chegar até lá sem se confundir com ruído, há alguns anos que um suposto habitante poderia nos detectar. Mas se existem seres vivos em GJ667Cc, é bastante provável que não tenham capacidade para nos ouvir, entender, e responder.

O Tweets in Space foi financiado pela internet, nasceu com uma proposta artística, e não científica. Uma arte de humanos, para humanos.

Mensagens com pedidos de ajuda, declarações informais de guerra espacial ou comida preferida. Paz, amor e ajuda, estão no topo da lista das palavras mais usadas. Enviar as mensagens do Twitter para o espaço não deve auxiliar em nada na busca de extraterrestres, mas nos ajuda a entender um pouco mais sobre esses tais de humanos.

No fim das contas, quando estamos conversando com uma civilização imaginária, quando compartilhamos nossos medos, desejos e dúvidas com seres distantes que provavelmente nem existam, estamos na verdade, conversando com nós mesmos.

Talvez, alguém no futuro vai encontrar essas mensagens, e escrever um wow! ao lado delas.

 

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