Seus jogos desbancando os conspiracionistas
Pra quem não está familiarizado (existe alguém?) com a Teoria de Conspiração do Falso Pouso do Homem na Lua, essa foto é frequentemente usada para alegar a fraude porque como a Lua não tem atmosfera, segundo os conspiracionistas a luz não se espalharia e não seria possível ver Aldrin na sombra do Módulo Lunar. E, claro, porque não vemos estrelas na foto.
A explicação é a de que a luz do Sol chega até Aldrin pela reflexão com o solo lunar e outros objetos na superfície da Lua. Para as estrelas, a explicação é que devido a luminosidade na Lua, as máquinas precisavam usar um tempo de exposição baixo, o que não permitia detectar a luz das estrelas. Explicações honestas que satisfazem a grande parcela das pessoas sensatas.
Pra quem não está familiarizado com as unidades de processamento gráfico, a NVIDIA está lançando a nova geração de placas de vídeo com uma arquitetura de hardware que eles convenientemente chamaram de Maxwell, onde uma das novidades é o suporte para um algoritmo de Iluminação Global.
É complicado modelar a luz. No mundo real um objeto não é somente iluminado diretamente. A luz refletida de outros objetos ao redor também tem algum efeito. E é isso que os modelos de Iluminação Global tentam reproduzir. A promessa é de levar os jogos a uma nova geração de gráficos, graças ao nível de realismo que uma simulação mais precisa dos fenômenos da luz pode trazer.
Para provar o potencial de suas novas unidades gráficas, a NVIDIA resolveu simular a famosa foto do ínicio do post. Como, de fato, a luz se comportaria na Lua, naquela situação.
O cenário lunar foi virtualmente construído, do solo ao Buzz Aldrin nas escadas do módulo. Mas o desafio aqui era utilizar o suporte de iluminação global da placa e não somente recriar o cenário da foto. Pra funcionar era necessário utilizar uma única fonte de luz, simulando o Sol e seu reflexo nos elementos do cenário de forma apropriada. Foi necessário pesquisar os tipos de materiais usados no módulo, o quanto a Lua reflete a luz e até mesmo qual a luminosidade emitida pelo Sol.
O primeiro resultado mostrou que havia luz suficiente em Aldrin para que ele pudesse ser visto, mas ainda não era exatamente como na foto.
Foi então que o pessoal da NVIDIA percebeu que estavam esquecendo de alguém. O fotógrafo oficial do Mar da Tranquilidade, ele mesmo, o primeiro, Neil Armstrong.
Vestindo uma roupa que reflete 80% da luz incidente, Armstrong é praticamente uma segunda fonte de luz. Dez por cento da luz que incide em Aldrin vem do reflexo de Armstrong.
Com o modelo, agora, funcionando, a alegação das estrelas também foi testada. Aumentaram o tempo de exposição da câmera e conforme o que já se esperava: até se vê as estrelas, mas a luminosidade da superfície da Lua fica tão intensa que é possível ver apenas um grande clarão.
A NVIDIA demonstrou a capacidade de seu equipamento, e ainda nos deu mais uma dica de como as coisas aconteceram. Provavelmente nenhum conspiracionista mudará sua opinião por conta disso, mas talvez aprendam sobre o comportamento da luz enquanto estiverem jogando.
Confira com mais detalhes todo o processo no vídeo (em inglês):
Referências:
– http://www.geforce.com/whats-new/articles/maxwells-voxel-global-illumination-technology-introduces-gamers-to-the-next-generation-of-graphics
– http://game24.nvidia.com/maxwell/
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