Os genes do comportamento humano

Agora sim ficou tudo mais claro! O comediante John Cleese nos mostra como realmente funciona o comportamento humano!

Vi no Respectful Insolence. Este ator é bastante conhecido pela série “Monty Python” e este vídeo é parte de seu podcast.
Outro vídeo muito legal é o que ele explica o cérebro humano (e que infelizmente nem sei como legendar, a piada se perde na tradução).

O que você gostaria que acontecesse ao final do dia de hoje?

Vi no O Velho.

O Transtorno de Ansiedade Generalizada

Sabe quando você está atravessando a rua e de repente alguém dá uma buzinada tão intensa que seu coração dispara, você dá um pulo e corre primeiro pra depois olhar o que era? Ou quando um cachorro te persegue e você descobre que consegue correr muito mais rápido do que imaginava? Ou mesmo aquela sensação ruim ao receber uma notícia muito chocante ou assustadora.
Todos estes eventos costumam eliciar em nós as respostas automáticas de luta ou fuga chamadas de ansiedade, algumas delas são: coração acelerado, suor, palpitação, tremores e em casos mais extremos até falta de ar, tontura e sensação de desmaio.
Agora imagine ter essas sensações não só nestes eventos específicos, mas de manhã, no trabalho, em casa, frente a outras pessoas, na faculdade e até em casa, sozinho, antes de dormir. Essa ansiedade começa a prejudicar sua atenção, a te deixar cada vez mais fatigado e impaciente, corrompendo os vários aspectos da sua vida: social, profissional, amoroso, etc.
Assim é o Transtorno de Ansiedade Generalizada! Quem mora em Goiânia poderá saber mais sobre o assunto comparecendo amanhã às 7:20 na área IV da Universidade Católica de Goiás, onde falarei sobre o assunto em uma mesa-redonda para estudantes do curso de psicologia. Está feito o convite!
VIII Jornada de Produção Científica do Curso de Psicologia da UCG
15 a 19 de setembro de 2008
17/Setembro – Auditório da Área IV
Mesa-Redonda 7 – Clínica Comportamental
Coordenador: Profº. Doutorando Flávio da S. Borges
7:20 – Bulimia: Correlação da auto-estima e preocupação excessiva com a forma e peso – Iran J. S. Oliveira – Profª Ms. Gina Nolêto Bueno
7:40 – Rupturas no relacionamento terapêutico: Uma releitura Analítico-Funcional – Alysson Assunção – Profº. Dr. Luc Vandenberghe
8:00 – Aprendizagem de habilidades sociais e controle de ansiedade – Thaissa N.R. Pontes – Profº Doutorando Antonio Carlos Godinho
8:20 – Enurese Noturna: Quando urinar se torna um problema – Adriana Perim Maciel – Profº Doutorando Flávio da S. Borges
9:00 – Análise Funcional e o Transtorno de Ansiedade Generalizada – Felipe R. Epaminondas – Profª Drª. Ilma A. Goulart de Sousa Britto
9:20 – Discussão

Drogas e afins: Dependência biológica ou psicológica?

Felipe, qual a diferença entre indivíduos “viciados” em videogame e outros viciados, por exemplo, em trabalho ou literatura ou ciência? O conceito de vício aplicado a situações nas quais não há um catalizador químico podem ser entendidos como vício ou apenas como desvios comportamentais? Será que dá para definir um viciado por uma economia das atividades (ele passa mais tempo em frente ao computador negligenciando outros aspectos igualmente importantes da sua vida)? Do meu ponto de vista parece haver aí um conceito de eqüilíbrio que deveria ser explicitado e melhor fundamentado. O que você acha?” – por Daniel Christino

Todo comportamento deve ser analisado levando em conta as bases biológicas, da aprendizagem (ou seja, dos processos comportamentais respondentes e operantes) e, claro, o contexto cultural em que ele ocorre. Meu papel como psicólogo é estudar a aprendizagem.
É extremamente difícil (se não impossível) definir até onde a pessoa está dependente por um processo fisiológico ou se “é tudo psicológico”. Devemos nos lembrar que mesmos aqueles dependentes em drogas químicas como a nicotina, a maconha ou a cocaína possui outros ganhos além da “viagem” proporcionada. Existe o alívio de ansiedade, a socialização, a “companhia” do cigarro nas horas de solidão, entre outros motivos que serão reforçadores ou não dependendo da pessoa.
Usei o termo “viciado em WoW” mas isso não implica uma dependência biológica, este fenômeno nem existe categorizado como transtorno pelas associações de psiquiatria ou psicologia. Mas a metáfora vale pois no vídeo fica evidente o quanto o jogo prejudica a vida do rapaz e até a da sua mãe. Outras pessoas chegam ao ponto de se doparem para participar de campeonatos.
Vendo por este lado, o viciado em videogame não se difere tanto do viciado em maconha, por exemplo. Mas e o “viciado” em trabalho, literatura, ciência ou blogs?! O padrão comportamental é semelhante, mas as chances de você prejudicar sua vida com estes hábitos não é tão grande. Claro que fatores biológicos dos vícios em drogas possuem efeitos absurdos nas pessoas e não devem ser negligenciados! Christiane F. que o diga!
Pessoalmente, acho maravilhoso o Carl Sagan ter sido um “viciado em divulgação científica“, caso contrário acho que esse blog nem existiria.

Charlie Brown e a piada do psiquiatra


Quadro 1: “Esta é uma piada sobre um cara que vai ao psiquiatra…”
Quadro 2: “O psiquiatra diz pra ele que ele tem ‘Haphefobia‘ e então o cara diz ‘Bem, neste caso não vou me preocupar… Haphephobia é melhor do que nada!”
Quadro 4: “Piadas de psiquiatras devem estar fora de moda!”
Até que esta piada não vai muito longe da realidade não…

Viciado em World of Warcraft

Já falei sobre a possibilidade de vício em videogames aqui, até mesmo colei o vídeo a seguir, mas desta vez ele está legendado em português:

Esse vídeo levanta tantas questões que eu nem sei por onde começar! Bom, vamos lá: eu acredito que seja possível sim “viciar” em videogames. Mas o processo é um pouco diferente do vício à nicotina, por exemplo. Deve-se analisar outros fatores que incentivam a manutenção desse comportamento problemático, no caso, o jogar em excesso.
Primeiro: o reforçador acontece intermitentemente (ora ele ganha, ora ele perde, como num cassino). Segundo: há o reforçador social facilitado, dentro do jogo é muito maior o número de pessoas com interesses similares ao do jogador. Terceiro: alguém corta a mesada do moleque? Este jogo não precisa de mensalidade? Quem está pagando? A mãe? E ela está reclamando? Ah, pelo menos apareceu na televisão, né?
Retirar o jogo do garoto ou pelo menos limitar os horários de jogo é a solução mais adequada. Também vale não pagar outro teclado ou outro mouse quando ele os quebra: ele precisa saber lidar com as consequências de seus atos. Outro fator que talvez lhe fosse útil e poderia ser trabalhado em terapia é encontrar outros meios de socialização sem o uso do computador.
Ah, e não dêem ouvidos à psicólog(ist)a desse vídeo! Como assim o DSM ser a bíblia dos psicólogos? Talvez seja dos psiquiatras mas não dos psicólogos, longe disso! O DSM é um livro que descreve a topografia dos comportamentos mais comuns em diferentes transtornos. Para nós, analistas do comportamento, a função destes comportamentos-problema é muito mais importante do que a topografia! Diferentes pessoas com o mesmo diagnóstico podem se comportar de maneiras completamente diferentes! Mas esta discussão deixarei para outro post, a intenção aqui foi só dividir o vídeo mesmo! 🙂

Aprendizagem operante e treino de cães

Mostrei recentemente o vídeo de uma criança birrenta e o usei para explicar como se dá a aprendizagem de comportamentos operantes: ele começa mais ou menos aleatório e a medida que se consegue um estímulo reforçador, essa aleatoriedade vai diminuindo, tornando o comportamento cada vez mais específico. A tendência de qualquer organismo é repetir comportamentos que lhe foram úteis no passado. Desta maneira, não vamos à geladeira porque sentimos sede, mas sim porque em outras situações em que experienciamos a sede, fomos reforçados ao ir à geladeira buscar um copo d’água. O controle está na história passada do indivíduo!
Encontrei este vídeo no YouTube, onde a dona ensina sua cadela a baixar a cabeça (to bow) usando pedaços de comida como reforçador:

O som do clique é apresentado junto à comida para que haja uma “associação” entre reforçamento e o som, de maneira que o dono não precise sempre dizer “muito bem“, o som já adquire o mesmo papel (associação não é um termo feliz para descrever este fenômeno mas o usei para deixar as coisas mais simples).
Encontrei esse vídeo graças à claudiajotta, que também postou um vídeo interessante sobre o assunto no Youtube.

Parabéns aos biólogos e psicólogos!

Dia 27 de agosto foi o dia do psicólogo e eu nem comentei nada por aqui (passei o dia preso em um ônibus a caminho de Campinas-SP), mas hoje é dia do biólogo e vou aproveitar essa oportunidade para fazer um interessante comentário:
B. F. Skinner criou a Análise do Comportamento quando em 1938 em seu livro “The Behavior of Organisms” (O Comportamento dos Organismos) ele começou a descrever as leis que governam, adivinhe, o comportamento dos organismos!
Curiosamente, psicologia não foi sua primeira escolha, Skinner se graduou primeiro em letras, mas sem sucesso na área, tentou em seguida a psicologia. Após fundar e muito escrever sobre a Análise do Comportamento e o Behaviorismo Radical, quebrando os moldes da psicologia tradicional, Skinner ainda chegou a afirmar que sua ciência tinha mais a ver com a biologia do que com a psicologia. A seguir o trecho de uma entrevista em que ele afirma isso:

“Quatro questões em quatro minutos” – retirado de: JEAB and JABA Audio Links
1. O que é a Análise Experimental do Comportamento? Você acha que é psicologia, é apenas uma parte da psicologia, mais que a psicologia ou é a psicologia?
R: Eu acho que é parte da biologia! Eu vejo o organismo humano como nada mais que um organismo, e o que ele faz é apenas o comportamento e isso é tudo. A ‘psiquê’ da psicologia é irrelevante hoje em dia, no entanto, a psicologia como uma profissão já caminhou bastante (…) acho que pode ser uma ciência independente que faz parte da biologia.

Infelizmente tive dificuldade em traduzir as outras três questões devido à qualidade da gravação, achei melhor nem o fazer do que deixar um texto quebrado pela metade, mas pelo menos a parte que eu queria eu consegui!
Enfim, não me importa se a Análise do Comportamento é uma psicologia ou parte da biologia, contanto que continuemos produzindo conhecimento científico assim como os biólogos e os cientistas de outras áreas! E viva nós cientistas!

Lidando com crianças birrentas

Recentemente me mostraram este vídeo de uma criança birrenta que tem tudo para participar do Supernanny:

Sem dúvida ela apresenta comportamentos bem bizarros, mas a explicação é muito mais simples do que se imagina, tentarei mostrá-la em poucas palavras:
Nós humanos (assim como outros organismos vivos) herdamos filogeneticamente uma estrutura que nos permite adaptar ao ambiente, e esta adaptação (ou interação) entre organismo e ambiente se dá através do comportamento. Os comportamentos que nos beneficiaram de alguma maneira passam a ocorrer com mais frequência em situações semelhantes, enquanto que outros menos eficazes diminuem de frequência. Este processo ocorre a todo momento quer saibamos descrevê-lo ou não.
A criança muito nova, ainda incapaz de falar, costuma chorar quando quer atenção da mãe, tanto que aos poucos a mãe consegue distinguir um “choro de fome” de outro (e a criança também). A criança então começa com comportamentos mais ou menos aleatórios e a medida que um mais adequado é reforçado ele aumenta de frequência enquanto outros vão desaparecendo aos poucos. Mas o que aconteceria se comportamentos inadequados são reforçados? Um exemplo é o vídeo logo no início deste post!
Não dá para eu deduzir o que levou esta criança a emitir tais comportamentos sem uma história de vida bem detalhada, mas pode-se imaginar que para ela o meio mais eficaz de se conseguir atenção foi com o choro (simulado ou não), enquanto outros comportamentos que seriam mais adequados não obtiveram nenhum reforço. Daí quando a olhamos é tentador chamá-la de louca, enquanto na verdade loucas mesmo são as situações a que ela deve ter sido exposta.
A Supernanny (a britânica, e não a do Brasil) provavelmente pediria aos pais para interagir mais com esta criança, dando cumprimentos a cada tarefa adequada realizada, enquanto que não esboçassem reação nenhuma aos comportamentos de birra, fazendo-os perder sua função, mais ou menos como nesse comercial:

Se o pai ceder à criança quando ela dá uma birra dessas ele estará selecionando o pior comportamento de todos, uma tarefa difícil, mas o ideal mesmo é que ela nem chegue a tal ponto!

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