Aprendizagem operante e treino de cães
Mostrei recentemente o vídeo de uma criança birrenta e o usei para explicar como se dá a aprendizagem de comportamentos operantes: ele começa mais ou menos aleatório e a medida que se consegue um estímulo reforçador, essa aleatoriedade vai diminuindo, tornando o comportamento cada vez mais específico. A tendência de qualquer organismo é repetir comportamentos que lhe foram úteis no passado. Desta maneira, não vamos à geladeira porque sentimos sede, mas sim porque em outras situações em que experienciamos a sede, fomos reforçados ao ir à geladeira buscar um copo d’água. O controle está na história passada do indivíduo!
Encontrei este vídeo no YouTube, onde a dona ensina sua cadela a baixar a cabeça (to bow) usando pedaços de comida como reforçador:
O som do clique é apresentado junto à comida para que haja uma “associação” entre reforçamento e o som, de maneira que o dono não precise sempre dizer “muito bem“, o som já adquire o mesmo papel (associação não é um termo feliz para descrever este fenômeno mas o usei para deixar as coisas mais simples).
Encontrei esse vídeo graças à claudiajotta, que também postou um vídeo interessante sobre o assunto no Youtube.
Discussão - 2 comentários
Daniel Dennett tem uma hierarquia de níveis de inteligência meio que baseado nisso… ela começa, SNME, com “criaturas darwinianas” (que morrem quando erram) “skinnerianas” (que têm reforço negativo quando erram) e “popperianas” (que são capazes de imaginar que a ação X, que nunca experimentaram diretamente, vai dar merda)
Não conheço este autor, darei uma olhada. O problema de hierarquias de inteligência é que não há como medir diretamente a imaginação ou a inteligência. Medimos a mesma através dos comportamentos públicos que observamos, daí a coisa fica meio subjetiva. Valeu a dica, vou ler o autor e quem sabe comentar no blog! 🙂