Despertando o cérebro com um cochilo de cafeína
Essa eu quero tentar! Vi no Lifehacker essa dica pra quem não dormiu direito na noite passada.
Segundo o site, um experimento realizado na universidade de Loughborough no Reino Unido mostrou que uma xícara de café e 15 minutos de sono são suficientes para despertar a pessoa. As instruções:
1. Bem antes de dormir, tomar uma xícara de café. A cafeína levará um tempo para ser digerida, dando tempo para um cochilo rápido.
2. Feche os olhos e relaxe. Mesmo que você não durma, você terá um “microsono”, ou pequenos lapsos de quase sono.
3. Cochile por até 15 minutos. Um sono de meia hora pode ser suficiente para desacelerar seu organismo fazendo com que fique ainda mais difícil despertar completamente, precisando de pelo menos mais meia hora.
Vou experimentar, vamos ver no que dá. Só sei que através do mesmo site conheci o “Power Nap“, que tenho usado bastante!
Mau humor virou doença?
Fonte: TV Uol
Fala sério, né? Odeio o modo como gostam de transformar tudo em doença. Mas até dá pra entender: é muito mais fácil inventar um nome e vender remédios pras pessoas do que investigar as variáveis ambientais que levam ao tal mau humor.
Assim como é mais fácil dizer que a criança não aprende, quando o modo como o professor tenta ensinar pode estar errado. Que o empregado está muito estressado e não faz direito o serviço, quando o modo que o chefe controla seus empregados pode estar aumentando esse stress. E claro, que as pessoas podem sofrer de um mal humor crônico que é uma doença. Daí eu pergunto: será que essa “doença” simplesmente vem do nada?
Aprenda a se comportar, menino!
Daí o menino, que adora dar trabalho pra mãe, decide que quer ficar assistindo tv ao invés de fazer a tarefa de casa, e ela vira pra ele e fala:
“Você só vai ver televisão se fizer a tarefa!”
Muito provavelmente ele não vai gostar de ouvir isso, e vai chateado pro quarto fazer a tarefa. Outra maneira da mãe responder seria:
“Depois que você fizer sua tarefa você poderá ver televisão.”
Parece a mesma coisa, mas será que é?
Na verdade, a primeira frase é uma coerção verbal: a mãe não permite o pobre garoto ver televisão e o deixa sem outra escolha, além disso, ele vai fazer a tarefa somente por obrigação e provavelmente sob efeito de um estado emocional negativo, o que não é nada bom. Já na segunda situação, a mãe não dá uma ordem explícita, mas sim especifica a condição necessária para o garoto obter o que ele deseja (ver televisão). Neste caso, a responsabilidade é do garoto e ele tem o poder de decidir se vai ou não se engajar na tarefa necessária para conseguir o que quer.
As duas frases são muito semelhantes fisicamente, mas uma análise cuidadosa mostra que passam mensagens bem diferentes! E você, já parou pra pensar em como se comunica com os outros?
Fobia Musical?
Comecei a ler o “Alucinações Musicais” de Oliver Sacks e estou gostando muito do que li nas primeiras 60 páginas. O autor é neurologista e, neste livro, relata vários casos de pacientes cujo diagnóstico tem algo a ver com música. Um dos casos me chamou muito a atenção:
Sílvia N. tinha epilepsia musicogênica, ou seja, um certo tipo de música a fazia sofrer sérias convulsões. No seu caso, músicas napolitanas, que ela até então adorava pois a faziam relembrar sua infância. Após o aumento da frequência das convulsões, foram descobertas anormalidades anatômicas e elétricas em seu lobo temporal esquerdo, e em seguida ela foi submetida a uma cirurgia cerebral para tratar o problema.
Daí vem a parte mais curiosa: após a cirurgia, as músicas napolitanas não mais eliciavam convulsões em Sílvia, mas ainda assim ela evitava o contato com essas músicas, o que é de se esperar do ponto de vista comportamental. Quando um estímulo é muito punitivo, tendemos a evitá-lo, mesmo quando a função punitiva não está mais em vigor. Daí a gente continua sempre esquivando desses estímulos, sofrendo com os efeitos colaterais dessas situações de fuga e esquiva (medo e ansiedade) enquanto que a solução está no simples enfrentamento. Sílvia logo se encontrou em uma situação em que não conseguiu escapar da música, e se surpreendeu com o resultado. Voltou pra casa, juntou toda sua coragem, pôs para tocar as músicas e assim “curou” sua fobia.
Este processo poderia ser muito menos chocante para Sílvia se ela tivesse um psicólogo do lado. Falando nisso, por que não se vê mais psicólogos e neurologistas trabalhando juntos? Uma pena…
Humor: Medicamentos para ansiedade
“E aquele é para o alívio da ansiedade causada pelo alto custo da medicação.”
Sobre o “True Life: Tenho Síndrome do Pânico”
Falei outro dia que ia passar um programa na MTV chamado “True Life: Tenho Síndrome do Pânico“. Então, assisti – e gostei!
O programa mostra 3 jovens que costumam ter ataques de pânico: Monica, de 18 anos, uma garota bastante impaciente que diz que coisas cotidianas aumentam a sua ansiedade; Nichole, de 24 anos, que quase não sai mais de casa sozinha e teme que seu noivado não vá durar muito se ela continuar assim; e Frank, de 21, que fica ansioso principalmente perto de pontes, o que dificulta muito sua vida já que ele mora em uma ilha.
O programa nem tenta explicar o que é ansiedade ou a Síndrome do Pânico, muito menos sobre as possibilidades de tratamento, apenas mostra o cotidiano dessas pessoas. No entanto, sabendo que inúmeras variáveis ambientais interferem na ansiedade que a pessoa sente (e que podem levar a um ataque de pânico), eu, como psicólogo, não consegui assistir ao programa sem fazer anotações destas possíveis variáveis.
Monica é uma garota que se irrita muito facilmente, portanto ela está sempre gritando ou brigando com alguém além de estar sempre preocupada, ou seja, seu corpo está sempre a mil – com certeza isso aumenta seus níveis de ansiedade. Somando a isso, quando ela se sente ansiosa logo começa a hiperventilar (respirar rápido demais, isso pode ser visto no programa) o que é quase um passe livre para um ataque de pânico.
Vemos também a Nichole acordar durante a madrugada sentindo altos níveis de ansiedade. Mas ao invés de procurar se deitar, relaxar, controlar sua respiração ou se distrair com outra coisa, ela anda pela casa. Andar pela casa é exercício físico, e isso aumenta a atividade corporal, o que pode contribuir para a ansiedade. É só para mim que isso parece óbvio?
O legal de ver Frank é que ele é o mais decidido a mudar: mais de uma vez ele aparece querendo superar seu medo de pontes. E com ele também se pode observar outra característica comum de quem tem síndrome do pânico: a hipervigilância. Ele vai ao restaurante com a família, mas ao invés de dar atenção às conversas, à comida ou ao ambiente, ele prefere falar sobre como a luz o incomoda, como está com uma sensação estranha no braço ou sobre como ele gostaria de sair de lá… pra piorar, depois do passeio, ao invés de reconhecer que pelo menos foi capaz de entrar no restaurante e ficar um bom tempo lá, fica se lamentando por não ter ficado lá o tempo todo. Legal mesmo é a sua tia no final do programa, dando uma força pra ele na superação do medo.
Enfim, o programa é bem interessante sim, principalmente para quem tem curiosidade sobre o tema, mas pode deixar a desejar a quem procura algo mais técnico ou sobre possibilidades de tratamento. Segundo o site da minha tv por assinatura, as reprises vão ao ar nesta quinta-feira (06/11) às 23:00 e no domingo (09/11) às 01:00 na MTV!